quinta-feira, 28 de junho de 2012

A AMERICA LATINA PRECISA DERROTAR OS GOLPISTAS

Paraguai e Bolívia na escalada golpista dos EUA

Os Editores
28.Jun.12 ::



O golpe de estado no Paraguai não surpreendeu as forças progressistas da Região. Inseriu-se na actual estratégia da Administrado Obama para a América Latina.
Washington extraiu lições da derrota do golpe de 2001 na Venezuela. A «deposição» do presidente Manuel Zelaya das Honduras ficou a assinalar a substituição dos gorilazos tradicionais por um modelo de golpismo mais sofisticado.
No Paraguai o imperialismo - empenhado numa ambiciosa escalada agressiva que visa a liquidação de todos os regimes que no Hemisfério defendem a soberania nacional - optou novamente por um golpismo palaciano, sem tiros.
Um Senado totalmente controlado por saudosistas da ditadura Stroessner (36 anos no poder) decidiu substituir o presidente Fernando Lugo pelo vice Federico Franco, uma criatura da oligarquia.
Lugo, responsabilizado pelo massacre de Curuguaty, montado pela Policia à sua revelia, nem foi ouvido. O parlamento mandou-o para casa. Tudo se fez em menos de 24 horas.
Documentos do Wikileaks agora divulgados revelam que Franco conspirava há três anos com o embaixador dos EUA. Do diplomata esperava a indicação de uma data oportuna para desfechar o golpe.
A Venezuela, a Bolívia, o Equador, a Nicarágua, a Argentina, Cuba apressaram-se a condenar a deposição de Lugo, declarando ilegítimo o governo fantoche de Federico Franco. Dilma Rousseff tomou também posição ao anunciar a suspensão do Paraguai como membro do Mercosul.
O embaixador do Vaticano dirigiu-se pelo contrário ao corpo diplomático, sugerindo o reconhecimento do governo golpista, atitude esclarecedora da rede de cumplicidades fabricada pelos EUA.
O movimento de solidariedade com Lugo assumiu rapidamente proporções mundiais. Mas a condenação do golpe não reflecte, sublinhe-se, apreço pela pessoa do presidente. Personalidade fraca, Lugo, acossado pela oligarquia, cedo arquivou compromissos assumidos com o povo e submeteu-se a múltiplas exigências de Washington. Permitiu inclusive a instalação da gigantesca base militar americana de Estigarribia, uma mais no anel bélico que ameaça toda a América do Sul. Somente na Colômbia os EUA contam com uma dezena de bases montadas pelo famoso Comando Sul.
Um dos alvos da nova estratégia imperial que visa a eliminar por implosão, sem recurso às armas, governos progressistas considerados «incómodos» é agora a Bolívia de Evo Morales.
Nos últimos dias a situação naquele país andino agravou-se muito. Uma parte da Policia Nacional amotinou-se e assaltou e destruiu as instalações do Servicio Nacional de Investigaciones. Iniciativas como essa, assim como as Marchas de Tipnis, promovidas para impedir a construção de uma estrada, são concebidas, estimuladas e financiadas pelas forças da extrema-direita e pela embaixada dos EUA.
Em poucos anos, a Administração norte-americana contribuiu decisivamente para a instalação de governos de direita na maioria dos países da América Latina.
O Peru e El Salvador já não figuram na lista dos «incómodos». No Paraguai o golpe palaciano será recordado como um êxito da nova estratégia de Obama. A Bolívia está na linha de mira do imperialismo, tal com o Equador. Mas o «inimigo a abater» é a Venezuela Bolivariana.
Nestes dias a solidariedade internacionalista com as forças democráticas do Paraguai é, por isso mesmo, uma exigência no combate á escalada imperialista no Sul do Continente Americano.

OS EDITORES DE ODIÁRIO.INFO

domingo, 24 de junho de 2012

PCB REPUDIA GOLPE NO PARAGUAY

 CONTRA O MOVIMENTO GOLPISTA DA DIREITA PARAGUAIA E DO IMPERIALISMO

 (Nota Política do PCB)

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) vem a público denunciar a tentativa de golpe branco que se desenvolve nos últimos dias no Paraguai e que tem, como próximo passo, a reunião do Senado daquele país que se realizará a toque de caixa nesta sexta-feira para, segundo fontes do próprio movimento golpista, "impedir que apoiadores do presidente cheguem a Assunção".
O que ocorre no país vizinho é mais uma tentativa de derrubar o governo do presidente Lugo, eleito em processo legítimo e democrático, como produto da esperança das massas populares por mudanças sociais.
A proposta de impedimento encaminhada ao Senado do Paraguai, após votação na Câmara, responsabiliza o presidente pelo recente conflito armado entre camponeses sem terra e as forças de repressão estatal.
Essa "acusação" é escandalosa e cínica, pois na verdade são esses próprios parlamentares e suas bases de sustentação os verdadeiros responsáveis por tal situação, após décadas de ditadura e roubo de terras públicas para favorecer a oligarquia. Manipulam o golpe, tentando passar a impressão de que se trata de uma medida dentro da lei.

O PCB - apesar de considerar que o presidente está sendo vítima de sua própria conciliação e vacilação em impulsionar o processo de mudanças com o respaldo do movimento de massas - vem a público se juntar aos trabalhadores paraguaios e ao povo em geral neste importante momento de sua história.
A tentativa de golpe - levada a efeito pelos setores mais reacionários e pró-imperialistas da burguesia paraguaia - conta certamente com o apoio da embaixada norteamericana, a maior de toda a América do Sul.
Não temos dúvida de que o golpe, além de interessar à oligarquia paraguaia, se insere na ofensiva do imperialismo norteamericano para aumentar sua presença militar na América Latina, criando condições para viabilizar sua aspiração de criar uma base militar na tríplice fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai).

Partido Comunista Brasileiro - PCB
Secretariado Nacional



RIO+20: A FARSA TERMINOU EM 60 T. DE LIXO



Río+20 deja 60 toneladas de basura, junto a débiles promesas


Es la mejor metáfora: la Cumbre del Desarrollo Sostenible dejó 60 toneladas de basura, contantes y sonantes, además de una débil serie de promesas que auguran nuevas movilizaciones de quienes se han sentido frustrados tras una cita que se prometía histórica. Greenpeace ha visto «un intento de lavado de imagen de los Gobiernos mientras ignoran los problemas sociales y medioambientales del planeta».
La Conferencia de las Naciones Unidas sobre Desarrollo Sostenible Río+20, que reunió hasta el viernes en Río de Janeiro a cerca de un centenar de jefes de Estado y de Gobierno, dejó como legado poco ecológico unas 60 toneladas de basura.
Según informó ayer la Compañía Municipal de Limpieza Urbana, la cifra incluye la basura recogida en la última semana en el centro de convenciones Riocentro, en donde se realizó la reunión oficial. También incluye los locales que acogieron los principales eventos paralelos, incluyendo la Cumbre de los Pueblos, que agrupó a centenas de organizaciones no gubernamentales de todo el mundo. Los esfuerzos de la ONU y de las ONG para que sus citas en pro del desarrollo sostenible no dejen muchos desechos no impidieron que quedase tan elevado volumen de basura.
El total de basuras de la Río+20 es casi la sexta parte de las 370 toneladas dejadas en la playa de Copabacana por los dos millones de personas que participaron en la última fiesta de fin de año en Río de Janeiro.
Según el coordinador de sostenibilidad de la conferencia Río+20, el biólogo Francisco Nilson, los organizadores realizaron campañas para concienciar a los participantes sobre la gestión correcta de la basura.
Otra estrategia fue preferir materiales biodegradables, como los vasos para el agua, que fueron fabricados con residuosvegetales de la caña de azúcar y del maíz, y materiales sostenibles, como las botellas portátiles y reutilizables.
La Cumbre sirvió para lanzar una negociación destinada a establecer Objetivos de Desarrollo Sostenible en asuntos vitales, entre los cuales se habló del tratamiento de la basura. Terminó con una declaración que algunos negociadores y las ONG consideran como poco ambiciosa y sin compromisos. Eliminó, por ejemplo la decisión de crear instrumentos financieros para apoyar la transición a una economía respetuosa con el medio ambiente, debido a la oposición de los países industrializados que, esgrimiendo la crisis, dan prioridad al crecimiento económico. Por eso mismo, cuatro ecologistas se encadenaron ayer a la verja de hierro que rodea el palacio de Buckingham, en Londres. Llevaban camisetas con mensajes sobre la necesidad de reducir las emisiones de gases contaminantes.
Además, «la economía verde» encontró el rechazo de la Cumbre de los Pueblos, que denunció que tras ese concepto se esconde «el viejo capitalismo» que quiere hacer negocio con los recursos naturales. El secretario general de la ONU, Ban Ki-moon, está obligado a ver la botella medio llena. Pidió a los líderes mundiales que actúen en consonancia con los compromisos adquiridos. «Terminaron los discursos. Ahora empieza el trabajo», manifestó durante la ceremonia de clausura. «Río+20 ha afirmado los principios fundamentales y nos ha dado una nueva dirección. Desde los gobiernos a las mayores compañías del mundo, desde las organizaciones filantrópicas a los jóvenes voluntarios, todos son parte de un movimiento global creciente por el cambio», manifestó.
Gobiernos y grandes compañías prometen 400.000 euros
Los líderes políticos, empresas privadas y organizaciones reunidos en la Cumbre sobre Desarrollo Sostenible (Río+20) han firmado unos 700 compromisos mediante los cuales han acordado dedicar a programas de desarrollo sostenible un total de 513.000 millones de dólares (unos 408.000 millones de euros). De estos fondos, 323.000 millones de dólares irán destinados a la iniciativa Energía Sostenible para Todos que encabeza el secretario general de la ONU, Ban Ki-moon, y que plantea como objetivo universalizar antes de 2030 el acceso a fuentes sostenibles. Como acciones concretas, los líderes reunidos han planteado algunos objetivos numéricos que aspiran a lograr cada año, como plantar cien millones de árboles, alentar la iniciativa empresarial de 5.000 mujeres africanas en negocios de energía verde y reciclar 800.000 toneladas de PVC. La cumbre, destinada a reducir la pobreza, avanzar en la equidad social y promover la protección del medio ambiente, se ha cerrado con el documento titulado «El futuro que queremos».
 

O QUE A MIDIA AMIGA DE STROESSNER NÃO PUBLICA

 
Paraguay: Un golpe largamente planeado



Un Parlamento en manos de los viejos partidos oligárquicos, un Poder Judicial funcional al capitalismo mafioso y un Presidente débil pero que acabó con seis décadas de reinado colorado' el plan de un golpe de Estado soft, al estilo del que en Honduras sacó del poder a Manuel Zelaya en 2009, estaba desde hace años a la espera del momento justo.

Justamente a fines de 2009 -a un año de la asunción de Fernando Lugo- se comenzó a hablar de un juicio político por parte del Congreso, en el que el Presidente casi no tiene representación, en complicidad con el vicepresidente Federico Franco, del Partido Liberal Radical Auténtico. En ese entonces escribimos un artículo - Paraguay, ¿una nueva Honduras? (www.rebelion.org/noticia.php?id=94901)- en el que dijimos: “Posiblemente, la derecha paraguaya haya aprendido de los gorilas hondureños que no es bueno sacar a Lugo en pijama, de madrugada, y enviarlo a algún país vecino en un ‘avión pirata’, pero eso no conduciría necesariamente a dejar de lado sus ambiciones desestabilizadoras sino, simplemente, a ser más cuidadosos”.

La política luguista del “Mbytetépe poncho jurúicha” (ubicarse en el centro, como la boca del poncho) no ahuyentó a los fantasmas que la burguesía paraguaya se hace sobre un tránsito de Paraguay hacia el “comunismo” de Chávez, Evo y Correa. En ese entonces, la razón en la que la derecha fundamentó el pedido de juicio político era tragicómica: que Lugo había afirmado que los ricos se oponen al proceso de cambio.

Lugo dijo exactamente: “Los que genuinamente quieren cambiar el país son los que no tienen cuentas bancarias, son los que no salen cada día en las páginas sociales de la prensa... Los que quieren seguir mirando el pasado en sus privilegios' en defensa de sus cajas de ahorros en bancos internacionales, ellos no quieren cambiar”.

¿Discurso inofensivo? Puede ser, pero no en Paraguay. Las reacciones fueron insólitas: el ex candidato presidencial Pedro Fadul, del partido Patria Querida, tildó de “criminal” el contenido del mensaje de Lugo debido a su carácter “confrontacional”, que “daña el alma y el espíritu”. Curiosa, en cualquier caso, la capacidad de indignación del “espíritu” de una élite que convivió sin la menor indignación con las peores desigualdades del continente.

Por su parte, el analista Carlos Redil comentaba: “Lugo hizo un discurso incendiario incentivando la lucha de clases y la oposición no podía quedarse callada”. Redil creía, “por ahora”, que no estaban dadas las condiciones para un juicio político. “Por ahora'”.

En ese entonces se conoció un mail del ganadero chileno Eduardo Avilés, residente en Paraguay hace más de 30 años, en el que pedía una contribución entre su pares empresariales para comprar armamento, formar escuadrones e identificar y liquidar comunistas . “Ya es la hora de ponernos los pantalones largos. Hasta cuándo tenemos que esperar para combatir a estos comunistas hijos de puta, que están queriendo destruir nuestro querido Paraguay, como lo hicieron los allendistas en Chile”, decía.

El anticomunismo es moneda corriente en Paraguay. El dictador Stroessner dijo que su país era “el más anticomunista del mundo” junto a Taiwán, uno de sus principales aliados. Los negocios -políticos y monetarios- entre ambas naciones están bien documentados en el apasionante libro El Paraguay de Stroessner, de Rogelio García Lupo, que contiene un largo detalle del anecdotario sangriento de las décadas de reinado del dictador.

Cualquier reforma social, por mínima que sea, activa el anticomunismo latente de una de las más rancias oligarquías de la región. Hacer un simple catastro de las propiedades agrícolas -para no hablar de una reforma agraria- ya es una medida revolucionaria en Paraguay, donde entre terratenientes nativos y brasiguayos (hijos de brasileños nacidos en Paraguay) controlan sus haciendas a punta de escopeta.

El momento de hacer el golpe de Estado llegó tras la masacre de 17 campesinos y policías el pasado 15 de junio. “La constante confrontación y lucha de clases sociales, que como resultado final trajo la masacre entre compatriotas, es un hecho inédito en los anales de la historia desde nuestra independencia hasta la fecha, en tiempo de paz”, decía una parte de los cargos para el juicio político exprés que busca, tras sacar al Presidente, restaurar el viejo orden apenas erosionado por la gestión de Lugo.




 

EUA ENVOLVIDO NO GOLPE CONTRA LUGO

Paraguai: outro golpe engendrado pelo Império

Carlos Aznárez*
24.Jun.12
Carlos AznárezO golpe de palácio que derrubou o presidente Lugo não é apenas produto de uma manobra dos sectores mais retrógrados da política local, firmemente ancorados nas ideias da ditadura stroessnista, que governou o país durante 35 anos e prolongou a sua presença nos governos que lhe sucederam. Surge também como resultado de uma estratégia ofensiva que o imperialismo norte-americano vem desenvolvendo em todo o continente.


A direita oligárquica paraguaia atingiu finalmente o seu objetivo: o presidente Lugo foi derrubado sem pena nem gloria. Sobretudo sem a última.
Este golpe de palácio, executado em tempo record, não é apenas produto de uma manobra dos sectores mais retrógrados da política local, firmemente ancorados nas ideias da ditadura stroessnista, que governou o país durante 35 anos e prolongou a sua presença nos governos que lhe sucederam, mas surge também como resultado de uma estratégia ofensiva que o imperialismo norte-americano vem desenvolvendo em todo o continente.
¿Porque fazemos esta afirmação? Se nos detivermos um instante a observar o mapa latino-americano, e virmos as últimas iniciativas empreendidas pelo Comando Sul, no sentido de ir instalando bases em cada um dos países que consideram chave para desenvolver as suas tarefas de ingerência, dar-nos-emos conta de que o sucedido no Paraguai é a consequência lógica de um novo dispositivo de ocupação territorial. Aos antigos enclaves militares em que ondula a bandeira norte-americana e onde se confundem instrutores gringos com tropas do país que os acolhe, têm vindo a acrescentar-se agora as bases de “ajuda humanitária” que abrem caminho - com claras cumplicidades locais- à presença explícita ou encoberta dos invasores.
A isto vêm juntar-se os diversos reveses eleitorais às mãos da direita que se vêm verificando nos últimos dois anos em vários países, como consequência da reacção imperial face à saudável experiência dos povos

sexta-feira, 22 de junho de 2012

UMA REFLEXÃO IMPORTANTE(III)

Para que não se percam os frutos da civilização (Final)
 Manuel Raposo [*]
VII Último argumento.

Arrisco afirmar que a ideia axial que percorre a obra de Karl Marx é a de que o capitalismo é perecível, não é eterno – que é uma formação social com um papel histórico limitado e portanto também com um tempo de vida determinado. O papel histórico é socializar o trabalho, libertar os produtores da propriedade – enfim, "fazer crescer sem freio e em progressão geométrica a produtividade do trabalho humano".

É fácil ver na evolução do último século a larguíssima socialização do trabalho, a extensíssima abolição da propriedade individual em todo o globo e o aumento colossal da produtividade do trabalho. Isso, sem dúvida, aproximou a humanidade do socialismo, colocando-nos hoje muito adiante daquilo que era o mundo, por exemplo, em 1917.

O que já não é tão fácil é prever o tempo de vida do capitalismo, porque isso não depende apenas do descalabro do sistema; depende decisivamente, das forças sociais que se decidam a pôr-lhe termo.

Mas o desenrolar da crise tem o condão de ajudar a rasgar os véus com que a sociedade burguesa se recobre e de pôr à vista a natureza da sua dominação classista.

O que é que a crise põe à vista?

Põe à vista o Estado, não como árbitro dos conflitos sociais, ou como expressão de um suposto interesse colectivo, nacional – mas como instrumento de uma classe;

Mostra a democracia, na realidade, como uma plutocracia de que as massas populares estão inteiramente arredadas; como uma ditadura da burguesia que assume feições cada vez mais totalitárias;

Mostra a classe capitalista, toda ela, com um único plano para aliviar a crise – que consiste em explorar mais eficazmente as classes trabalhadoras;

Mostra que a condição de uma eventual recuperação económica é a destruição de meios de produção, seja pela gradual desvalorização do capital, seja pela violência da guerra;

Mostra em plena acção a lei geral da acumulação capitalista, visível na criação de uma massa crescente de desempregados e de marginalizados e no aumento da pobreza;

Mostra que o tempo ganho pela sociedade graças ao aumento da produtividade não se traduz em menos tempo de trabalho obrigatório, mas sim na irracionalidade de mais desemprego e maior grau de extorsão dos trabalhadores em actividade;

Mostra ainda a acção concertada das burguesias por cima dos limites nacionais, mostra a semelhança dos problemas sofridos pelas massas trabalhadoras dos diferentes países – e mostra portanto a falta que faz, da banda dos proletários, um internacionalismo que vá para lá da mera solidariedade moral e se traduza numa efectiva coordenação prática das acções de resistência.

O esclarecimento e a mobilização das massas proletárias não podem passar ao lado destes factos. Eles são os elementos educativos por excelência que a realidade prática nos fornece para mostrar o limite a que chegou este sistema social e o absurdo que é prolongar o seu tempo de vida.

De resto, se bem percebo o sentimento que os trabalhadores têm a respeito do mundo em que vivem, não é a confiança no capitalismo que os leva a aceitá-lo – é antes a noção resignada de que não há alternativa viável que o substitua, e sobretudo de que não há força que o possa deitar abaixo.

Ora, na linha do marxismo revolucionário, a tarefa não é reabilitar ou remendar o capitalismo, mas desacreditá-lo aos olhos do proletariado.

Atacar as bases do mundo capitalista não é, sobretudo nas circunstâncias actuais, uma ideia desgarrada da realidade quotidiana. Ao contrário, é a condição de estimular e reunir as forças de classe dos trabalhadores e de os levar a encarar a necessidade de construir um mundo conduzido por regras opostas às do mundo capitalista.

Que o burguês não veja a crise para além do défice, da dívida, da quebra do lucro, da falta de crédito e dos remédios correspondentes para esse tipo de males – está certo. Mas que os proletários vejam as coisas pelo mesmo prisma – está errado.

O proletariado já teve de fazer muitos sacrifícios por causas alheias. Chegou a altura de afirmar a sua própria causa.

Propor ao proletariado a saída do círculo de giz do capitalismo – é esse, a meu ver, o papel do comunismo marxista.
Notas
(1) Carta de Karl Marx a Pavel V. Annenkov, Marx-Engels Obras Escolhidas, Tomo I, p. 546. Edições "Avante!", Lisboa – Edições Progresso, Moscovo, 1982.
(2) Idem, p. 553.
(3) Karl Marx, Miséria da Filosofia . Prefácio de F. Engels à 1.ª edição alemã, p. 20. Edições "Avante!". Lisboa, 1991.
(4) Karl Marx, O Capital, Livro III, p. 1772. Éditions Gallimard, 1963 e 1968.
(5) Claude Bitot, Inquérito ao capitalismo dito triunfante . Edições Dinossauro, Lisboa, 1996.
(6) Tom Thomas, A crise crónica ou o estádio senil do capitalismo. Edições Dinossauro, Lisboa, 2007.
Marx admite uma situação de sobreprodução absoluta de capital nestes termos: "uma sobreprodução que afectaria não este ou aquele domínio ou alguns domínios importantes da produção, mas seria absoluta pela sua própria amplitude e englobaria portanto todos os domínios da produção". Karl Marx, O Capital, Livro III, p. 1595. Éditions Gallimard, 1963 e 1968.
(7) Andrew Kliman, The failure of capitalist production, Pluto Press, London, 2012.
(8) Karl Marx, O Capital , Livro III, tomo I, p. 274. Éditions Sociales, Paris, 1969. (Passagem redigida por Engels sobre notas de Marx).
(9) Em 1970, na média dos seis maiores da OCDE (França, Itália, Grã-Bretanha, RFA, EUA e Japão), representava quase 40% da população activa total. C. Bitot, o. c.
(10) No conjunto dos 25 países da OCDE o desemprego foi de uns 11 milhões entre 1950 e 1974, e de 1974 até final do século saltou para 35 milhões, acompanhando o enorme incremento do capital fixo. C. Bitot, o. c.
(11) O valor do capital fixo investido por posto de trabalho, em França, era em 1950 inferior a 100 mil francos; em 1990, era superior a 1 milhão de francos, isto é, 10,4 vezes mais. Em comparação, de 1890 a 1950 a diferença não passou de 3,7 vezes mais. C. Bitot, o.c.
(12) O emprego no terciário em França, Itália, Grã-Bretanha, RFA, EUA e Japão representava, na média dos seis países, as seguintes percentagens da população activa: em 1960, 43,9%; em 1970, 49,2%; em 1990, 65,5%. C. Bitot, o.c. Em Portugal, o terciário representava 27,5% em 1960 e 51,3% em 1991. Elísio Estanque, A classe média: ascensão e declínio. FFMS, Lisboa, 2012.


[*] Intervenção no
Congresso Marx em Maio – Perspectivas para o século XXI, 3-5/Maio/2012, Faculdade de Letras, Lisboa.

Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/

OS AMIGOS DO FASCINORA E DITADOR STROESSNER QUEREM VOLTAR




 CONTRA O MOVIMENTO GOLPISTA DA DIREITA PARAGUAIA E DO IMPERIALISMO

 (Nota Política do PCB)

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) vem a público denunciar a tentativa de golpe branco que se desenvolve nos últimos dias no Paraguai e que tem, como próximo passo, a reunião do Senado daquele país que se realizará a toque de caixa nesta sexta-feira para, segundo fontes do próprio movimento golpista, "impedir que apoiadores do presidente cheguem a Assunção".
O que ocorre no país vizinho é mais uma tentativa de derrubar o governo do presidente Lugo, eleito em processo legítimo e democrático, como produto da esperança das massas populares por mudanças sociais.
A proposta de impedimento encaminhada ao Senado do Paraguai, após votação na Câmara, responsabiliza o presidente pelo recente conflito armado entre camponeses sem terra e as forças de repressão estatal.
Essa "acusação" é escandalosa e cínica, pois na verdade são esses próprios parlamentares e suas bases de sustentação os verdadeiros responsáveis por tal situação, após décadas de ditadura e roubo de terras públicas para favorecer a oligarquia. Manipulam o golpe, tentando passar a impressão de que se trata de uma medida dentro da lei.

O PCB - apesar de considerar que o presidente está sendo vítima de sua própria conciliação e vacilação em impulsionar o processo de mudanças com o respaldo do movimento de massas - vem a público se juntar aos trabalhadores paraguaios e ao povo em geral neste importante momento de sua história.
A tentativa de golpe - levada a efeito pelos setores mais reacionários e pró-imperialistas da burguesia paraguaia - conta certamente com o apoio da embaixada norteamericana, a maior de toda a América do Sul.
Não temos dúvida de que o golpe, além de interessar à oligarquia paraguaia, se insere na ofensiva do imperialismo norteamericano para aumentar sua presença militar na América Latina, criando condições para viabilizar sua aspiração de criar uma base militar na tríplice fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai).

Partido Comunista Brasileiro - PCB
Secretariado Nacional

A QUEM INTERESSA O TRÁFICO DE COCAÍNA?

Os bancos ocidentais ganham milhões com a cocaína colombiana
– Enquanto a produção de cocaína devasta os países da América Central, os consumidores dos EUA e da Europa ajudam as economias desenvolvidas a enriquecerem-se com os lucros dessa produção.
por Ed Vulliamy
Os vastos lucros do tráfico e da produção de droga vão para os países ricos e consumidores – como os da Europa ou os Estados Unidos da América – numa proporção muito superior do que ficam nos países devastados por essa produção, como a Colômbia ou o México, revela um estudo recente [1] . Os seus autores afirmam que as entidades reguladoras são relutantes em investigar o enorme processo da lavagem de dinheiro da droga, levada a cabo pelos bancos europeus e norte-americanos.

A mais recente análise da economia da droga – no caso específico da Colômbia – demonstra que apenas 2,6 % do total do valor de mercado da cocaína produzida fica nesse país, ao passo que uns espantosos 97,4% dos lucros são arrecadados pelas máfias criminosas do chamado primeiro mundo, sendo posteriormente submetidos a um processo de "lavagem de dinheiro" nos bancos desses países.

"A história acerca de quem realmente lucra com a cocaína colombiana é uma metáfora para o fardo desproporcionado colocado de todas as maneiras sobre países "produtores" como a Colômbia em consequência da proibição das drogas" afirma, Alejandro Gaviria, um dos autores do estudo, aquando do lançamento da edição inglesa do mesmo na semana passada.

"A sociedade colombiana tem sofrido imenso e não tem retirado nenhuma vantagem económica do tráfico de drogas, os verdadeiros lucros revertem a favor das redes criminosas de distribuição nos países consumidores de drogas, que os "reciclam" no sistema bancário local, sistema esse que opera com muito menos restrições do que o sistema bancário colombiano."

O seu co-autor, Daniel Mejia, acrescentou: "O sistema aplicado pelas autoridades dos países consumidores de drogas tem como objectivo a repressão do pequeno distribuidor, ele é o elo mais fraco da rede, estas nunca procuram atingir os grandes negociantes de drogas ou os sistemas financeiros que os suportam e é aí que está realmente o grosso do dinheiro".

Este trabalho, de dois economistas da Universidade de Los Andes, em Bogotá, faz parte de uma iniciativa do governo da Colômbia para reformular a política anti-droga global recentrando-a nos processos de lavagem de dinheiro levados a cabo pelos grandes bancos norte-americanos e europeus, assim como na prevenção social e num processo de descriminalização de algumas ou mesmo de todas as drogas.

Estes economistas tomaram em consideração vários factores económicos, sociais e políticos, das guerras da droga que têm devastado a Colômbia. O conflito estendeu-se, com graves consequências, ao México e receia-se que possa alastrar-se à América Central. Mas a conclusão mais chocante está relacionada com aquilo a que os autores chamam "microeconomia da produção de cocaína" na Colômbia.

Gaviria e Mejía calculam que, ao mais baixo valor que a cocaína pura produzida na Colômbia pode atingir nas ruas (cerca de 100 dólares/ 80 euros por grama) o lucro foi, no ano de 2008, de 300 mil milhões de dólares, dos quais apenas 7,8 mil milhões ficaram no país.

"É uma porção minúscula do PNB", disse Mejía, "o que pode ter um efeito desastroso na vida política e social da Colômbia, mas não na economia. A economia da cocaína colombiana está fora da Colômbia".

Mejía disse ainda a The Observer: "Na minha perspectiva a proibição das drogas é um processo de transferência de custos do problema das drogas, dos países consumidores para os países produtores".

"Se países como a Colômbia lucrassem economicamente com o tráfico de droga, ainda faria um pouco de sentido" afirmou Gaviria". Em vez disso, a Colômbia e o México pagam o maior preço para que outros tenham lucro".

"Eu gostava de ilustrar a situação para os cidadãos norte-americanos: imaginem que o consumo de cocaína nos Estados Unidos desaparecia e se deslocava para o Canadá. Será que os americanos gostariam de ver a taxa de homicídio de Seattle disparar para que se evitasse que a cocaína e o dinheiro fossem para o Canadá? Desta maneira talvez percebessem os custos desta situação para países como o México e a Colômbia"

Os mecanismos de lavagem de dinheiro foram tratados pelo The Observer no ano passado, depois de um raríssimo acordo judicial em Miami entre o governo federal dos Estados Unidos e o Wanchovia Bank, tendo este último admitido que fazia entrar 110 milhões de dólares de dinheiro da droga nos Estados Unidos. No entanto as autoridades não conseguiram monitorizar os 376 mil milhões de dólares que, ao longo de quatro anos, entraram nas contas desse banco através de casas de câmbio no México. O Wachovia Bank foi, já depois deste acordo, adquirido pelo Wells Fargo que cooperava com a investigação.

No entanto ninguém foi preso, e o banco está hoje fora de qualquer complicação judicial. "O sentimento geral é o de uma grande relutância em ir atrás dos lucros reais da droga" disse Mejía. "Eles não se ocupam daquela parte do sistema onde está a maior soma. Na Europa e nos EUA o dinheiro está disperso – quando chega a estes países o dinheiro entra no sistema, em todas as cidades, em todos os estados. Eles preferem ir atrás da pequena economia, dos pequenos intermediários e das plantações de coca na Colômbia, mesmo sabendo que essa economia é minúscula".

O Dr. Mejía acrescentou: "Na Colômbia eles colocam aos bancos questões que nunca colocariam aos bancos nos Estados Unidos. Se o fizessem seria contra as leis do sigilo bancário. Nos Estados Unidos existem leis muito fortes que protegem o segredo bancário, na Colômbia tais leis não existem – ainda que a lavagem de dinheiro se faça mais nos Estados Unidos. É um sistema um pouco hipócrita, não?"

"É uma extensão da forma como operam no seu próprio país. Vão atrás das classes baixas, dos elos mais fracos da cadeia, do pobre tipo – para mais facilmente mostrar resultados. Mais uma vez: é a vontade de transferir o custo da guerra da droga para os mais pobres, deixando o sistema financeiro e os grandes negociantes intocados, que motiva todo este sistema"

Tendo o Reino Unido suplantado os EUA e a Espanha como o maior consumidor mundial de cocaína per capita , a investigação ao Wachovia mostrou também que muito do dinheiro da droga era lavado através da City de Londres, onde o principal denunciante do caso, Martin Woods, estava sediado, no departamento anti-lavagem de dinheiro do banco. Martin Woods foi posteriormente demitido depois de ter denunciado a situação.

Gaviria disse ainda: "Nós sabemos que as autoridades nos Estados Unidos e no Reino Unido sabem mais do que aquilo que as suas acções fazem transparecer. As autoridades apercebem-se de inúmeros casos de pessoas que tentam movimentar dinheiro para o tráfico de droga – mas a DEA (Departamento Anti-droga dos EUA) age apenas num número mínimo de casos"

"É um verdadeiro tabu perseguir os grandes bancos" acrescentou Mejía, "seria suicidário neste clima económico devido às elevadas quantias de dinheiro reciclado"
02/Junho/2012
[1] Alejandro Gaviria Uribe e Daniel Mejía Londoño, Políticas antidroga en Colombia: éxitos, fracasos y extravíos , Ediciones Uniandes, Bogotá, 2012, 458 pgs., ISBN/ISSN: 978-958-695-602-4

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

OS BANCOS EXPLORADORES RECEBEM, O POVO PAGA

COMO SE TORNAR O HOMEM MAIS RICODO BRASIL...


    EIKE BATISTA, segundo Hélio Fernandes  - Publicado na Tribuna da Imprensa 
Hélio Fernandes... Após longa ausência, certamente motivada pelo      falecimento de dois filhos, ocorridos no ano passado, e do irmão,  Millor Fernandes, ocorrido no mês passado, o decano dos jornalistas  brasileiros, nonagenário, finalmente volta a escrever e a  nos brindar com suas análises, sempre acuradas e calcadas em fatos incontestáveis.
Eike Batista: "Paguei meu imposto de renda com um cheque de 670
MILHÕES DE REAIS. Deve ser verdade. Mas de onde vem essa fortuna, que segundo ele, é a maior do Brasil ?  Do pai, o melhor do Brasil ?
Ninguém duvida, as dúvidas estão todas na sua vida, ou melhor, na vida do pai, que montou sua herança, antes mesmo dele nascer. Ninguém tem uma trilha (que gerou o trilhão) de irregularidades tão grande quando Eliezer Batista. E em toda a minha vida profissional, nunca escrevi tanto e tão vastamente sobre irregularidades, prejuízo ao Brasil, ENRIQUECIMENTO COLOSSAL, quanto sobre Eliezer. E logicamente nem uma vez de forma POSITIVA, sempre natural-mente NEGATIVA. A partir do "Diário de Notícias" (1956/1962) e depois já na "Tribuna da Imprensa", Eliezer era personagem quase diário.
O roubo das jazidas de manganês do Amapá, assunto exclusivo deste repórter, ninguém participava, Eliezer era tão GENEROSO com os jornalões, como foi depois com o filho. O Brasil era o maior produtor de manganês do mundo. Como era de outros minérios, todos controlados por ele, presidente eterno da Vale.
Eliezer devastou o Amapá, entregou todo o manganês aos americanos, a "preços de banana" (royalties para o presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, que inventou essa expressão para identificar os paísesdebaixo do Rio Grande. Isso em 1902).
No Porto de Nova Iorque, os navios que vinham do Brasil com manganês, atracavam lá longe para não provocar comentários. E este repórter dava o número dos navios, os nomes, o total da carga, o miserável preço da venda, EMPOBRECENDO o Brasil, ENRIQUE-CENDO os "compradores" e o grande VENDEDOR (sem aspas) Eliezer.
Está tudo no arquivo da "Tribuna", fechada por necessidade de silenciar o jornal que contava tudo. Os jornalões, servos, submissos e subservientes, exaltavam as vendas destruidoras, elogiavam o PROGRESSO DO AMAPÁ, por ordem de ELIEZER e da VALE. Diziam: "O Amapá abre estradas, constrói escolas e hospitais, os pobres estão muito mais atendidos e alimentados".
Mistificavam a opinião pública, queriam convencer a todos, que EXPLORAR AS RIQUEZAS do então Território, deixando os milhares de pobres habitantes sem comer, sem morar, sem hospital e escola. Tudo transitório, enquanto ESBURACAVAM todas as terras, EXTRAÍAM o manganês  e DOAVAM tudo aos trustes. (Como se chamavam, na época).
Gostaria de reproduzir tudo isso, a corrupção praticada pelo pai,beneficiando e enriquecendo ele mesmo e acumulando para o filho bem-aventurado. (Mas como o jornal está fechado, tenho que ESQUECER essas matérias de 40 e 50 anos, mas a-t-u-a-l-i-z-a-d-í-s-s-i-m-a-s.  Quem nasce Batista se reproduz na riqueza de outro Batista.  Só o manganês não se reproduz, dá apenas uma safra).
Mas como Eliezer foi sempre muito PREVIDENTE, controlou todos os minérios, que deixou para o filho, de "papel passado", ou então em indicações DEBAIXO DA TERRA. Mas com os mapas atualizados e do conhecimento APENAS DO FILHO, A MAIOR FORTUNA DO BRASIL, ANTES MESMO DE NASCER.
(O Brasil tem quase a totalidade da produção desses minérios, como tinha do manganês, raríssimos. E como tem do NIOBIO, ainda mais raro e IMPRESCINDÍVEL, 98 por cento de tudo o que existe no mundo).
Alternando de pai para filho, afinal onde termina Eliezer e começa o Eike ?   O pai já completamente identificado, mesmo com presidente, "DONO" da Vale, embora já carregasse como propriedade pessoal, a ICOMI, fundada para concorrer com a própria Vale. Utilizando a ESTATAL para produzir lucros PARTICULARES. 
PS - O filho Eike nasceu rico e poderoso. Descuidou-se, foi preso em casa pela Polícia Federal. Seguiu a receita de Daniel Dantas, "só tenho medo da Polícia, lá em cima, eu resolvo", resolveu. Ninguém sabe onde está a conclusão do ato de prisão.
PS2 - Para o HOMEM MAIS RICO DO BRASIL SER PRESO, é necessário que a acusação esteja fundamentada. ESTAVA. Mas as providências LÁ DE CIMA, também ESTAVAM.
PS3 -  Eike "funda" empresas que provocam notícias e permitem a concessão de favores. Nem é pelo lucro, e sim para exibição.
PS4 - Fora a herança "que meu pai me deixou", abriu ou comprou restaurantes, hotéis, espalhou através dos amestrados, "estou DESPOLUINDO a Lagoa Rodrigo de Freitas". Continua a mesma, ninguém conhece a Lagoa como este repórter. Mas as pessoas acreditam na DESPOLUIÇÃO. Ha !Ha !Ha !  Não riam, é a tragédia da corrupção.
PS5 - É preciso que alguém obrigue Eike Batista a explicar como se tornou O HOMEM MAIS RICO DO BRASIL. Acho que quem pode fazer isso é a RECEITA FEDERAL.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

UMA REFLEXÃO IMPORTANTE(ii)


Para que não se percam os frutos da civilização (ii)
por Manuel Raposo [*]

IV

Portanto – bloqueio da acumulação, fase senil.

Sabemos que o capital ao reproduzir-se reproduz também as relações sociais que lhe são próprias. Ora, a crescente dificuldade de reprodução do capital traduz-se numa dificuldade crescente de reprodução das relações sociais – daí a decomposição das instituições (nomeadamente do Estado), o esvaziamento da democracia, o abandono do estandarte do progresso, o apagamento das grandes crenças burguesas (nação, pátria, família, deus).

A civilização burguesa terá então entrado numa etapa final. É isso que transparece na própria maneira como a burguesia fala do seu regime. A ideologia do progresso contínuo, da prosperidade, que foi desde sempre a marca do positivismo burguês, da superioridade sobre as formações sociais atrasadas, transfigurou-se num discurso de justificação do retrocesso: não mais emprego garantido, não mais melhoria de vida de pais para filhos, não mais consumo livre, não mais lazer, não mais saúde e instrução para todos, não mais nada disso.

Visto no seu sentido de fundo este é um discurso que denuncia a incapacidade das classes dominantes para convencerem as classes dominadas da superioridade do seu sistema; denuncia a incapacidade de uma civilização para mobilizar o todo social em torno dos seus objectivos de classe.

Uma sociedade que já só assegura (não apenas nos factos mas também pela voz dos seus mentores) um amanhã pior que o dia de hoje – e que afirma só poder subsistir nessa condição! – é uma sociedade que caminha para o fim.

Podia dizer-se – uma sociedade já sem apresentação...

Em termos históricos não há portanto remendos possíveis – e isso está de resto patente na ineficácia das tentativas, tanto do capitalismo puro e duro como do reformismo, de colmatar as brechas do edifício.

V

Dito isto, então a verdadeira causa da nossa época é pôr termo ao capitalismo.

Certo. Mas a revolução social não está de modo nenhum ao virar da esquina. Como disse antes, o movimento comunista está bloqueado no meio da crise do sistema capitalista.

É difícil encontrar uma explicação completa para este facto, mas não erro se disser que concorrem para isso:
·  as enormes mutações sociais no proletariado mundial pelo menos desde 1970-80;
·  a dissolução ideológica que o marxismo revolucionário sofreu no século XX, acompanhando o longo estertor da revolução soviética;
·  e, no presente, a ausência de um claro ataque político às bases do sistema capitalista (porque, como disse Marx, é a própria base das contradições que deve ser derrubada).
Este estado de coisas, no entanto, não está congelado. Há sinais de mudança, embora a prazo que não se pode medir.

Centro-me nas mudanças de natureza social dos últimos 30-40.

Até 1970 a classe operária produtora de mais valia cresceu nos principais países capitalistas
[9] .

Nas décadas seguintes foi decaindo nesses países. Mas à escala global o seu número aumentou em termos absolutos devido aos crescimentos enormes verificados no Terceiro Mundo. Deu-se portanto uma proletarização maciça nos países periféricos e um aumento em valor absoluto do proletariado mundial. Isto quanto ao número.

Também a partir de meados dos anos de 1970, o desemprego cresceu muito nos países mais desenvolvidos, colocando fora da produção milhões de trabalhadores
[10] .

Ao mesmo tempo, sobretudo nos anos mais recentes, uma grande parte, e uma parte crescente, dos desempregados passaram a ser desempregados permanentes – ou como precários ou mesmo como excluídos do sistema do salariato.

Em qualquer caso, é de notar que esta desagregação do proletariado se faz por rebaixamento de uma parte dos trabalhadores à condição de um sub-proletariado ou mesmo de um lumpen-proletariado – não por aburguesamento ou ascensão social.

Esta evolução traduz, de forma gritante, o processo de substituição do trabalho vivo por trabalho morto que acompanha a acumulação capitalista
[11] .

E o que fica demonstrado não é a impossibilidade da revolução social, mas a inutilidade histórica do capitalismo da nossa época que se tornou incapaz de transformar o progresso material em benefício social.

Apesar, portanto, da complexidade desta evolução social e dos solavancos por que passa, uma coisa é certa: o processo vai na direcção de ampliar enormemente as classes proletárias, na acepção de classes despojadas de qualquer meio de produção. Mais ainda, como grande parte dessa massa não tem ocupação no quadro da produção capitalista – e é mesmo, em boa parte, impedida pelo sistema de ter uma ocupação útil – os factores de explosão social crescem também em proporção. Os motins de Londres ou Paris, ou as revoltas árabes são disso exemplos.

Em resumo: não será por falta de actores que a revolução social deixará de se fazer.

VI

Mas há ainda um outro argumento, que tem a ver com uma camada social particular: as chamadas classes médias.

As sociedades capitalistas mais desenvolvidas caracterizam-se, pelo menos desde os começos do século XX, por gerarem uma vasta camada social, na maioria assalariada, situada, pela sua condição de vida, entre o operariado e a burguesia.

A sua função, em termos gerais, é enquadrar a produção, intervir na circulação do capital e proporcionar a realização da mais valia.

Essa camada social é um sinal distintivo das sociedades imperialistas, como Lenine, por exemplo, bem vincou.

Olhando para os últimos 50 ou mesmo 100 anos, um dos seus principais papéis tem sido o de assegurar a estabilidade social e política dos regimes capitalistas desenvolvidos. Aliadas naturais da burguesia, essas camadas garantiram o balancé que tem sido a sucessão de republicanos e democratas nos EUA, de trabalhistas e conservadores no Reino Unido, de social-democratas e democratas-cristãos na Alemanha, dos equivalentes no Japão, em França e na Itália – e até de PS e PSD em Portugal nos últimos 38 anos.

Todo o mundo mais desenvolvido tem tido nessas camadas o fiel de balança no que respeita a manter o poder do capital sem agitações, servindo de barreira a qualquer movimento com cariz de classe da parte do proletariado.

Mas como os tempos mudam, interessa notar o seguinte:

Mais ou menos até final do século XX o crescimento do sector terciário absorveu em parte os despedimentos da indústria. Esse facto, além de diminuir o impacto do desemprego, manteve entre os trabalhadores a crença de que o capitalismo sempre assegurava as hipóteses de ascensão social
[12] .

As classes médias, porém, entraram em retrocesso. Por um lado, porque também nos serviços a rentabilidade do trabalho aumentou e permite dispensar mão-de-obra; por outro lado, porque o pântano da produção capitalista obriga agora a burguesia a penalizar mesmo os seus parentes próximos.

Depois de ter levado a massa proletária produtiva à pobreza ou à beira disso e de a castigar por todas as formas – a maré da crise não parou de subir e molha já os pés das classes intermédias. O significado deste facto parece-me importante:
·  o ascensor social empanou;
·  a burguesia capitalista aliena o apoio social e político do seu principal aliado;
·  o confronto de classes clarifica-se, aproximando as sociedades capitalistas do modelo (digamos assim) canónico de duas classes antagónicas: burguesia, proletariado.
A choradeira oficial sobre o empobrecimento da classe média é apenas uma forma de comiseração do poder, um gesto para tentar ainda segurar esse parceiro histórico. Mas a tendência de proletarização dessas classes parece irreversível, dando mais um sinal do fim de uma época.

Do ponto de vista do comunismo só há que saudar essa clarificação.

(Faço um parêntese para dizer que esta evolução não se traduz, nem de imediato nem necessariamente, num posicionamento anticapitalista dessas camadas – pelo contrário, o primeiro reflexo de boa parte delas será o de defenderem os privilégios anteriores, de aderirem a ideologias nacionalistas e mesmo fascistas, de se demarcarem da massa proletária, reagindo como uma espécie de aristocracia falida. Mas isso não anula o facto de, a prazo, a burguesia capitalista ir ficando mais só no terreiro – dependendo o comportamento político das classes médias do papel que a massa proletária propriamente dita desempenhar no confronto de classes.)



terça-feira, 19 de junho de 2012

UMA REFLEXÃO IMPORTANTE (i)

Para que não se percam os frutos da civilização (i)
por Manuel Raposo [*]


Escolhi como título desta intervenção a frase "Para que não se percam os frutos da civilização" que é parte de um parágrafo de uma conhecida carta de Karl Marx a Pavel Annenkov (de 1846) em que Marx dá a sua opinião acerca de Proudhon, antes ainda de ter escrito a Miséria da Filosofia. O parágrafo inteiro diz o seguinte:
"Os homens nunca renunciam ao que ganharam, mas isso não quer dizer que não renunciem à forma social em que adquiriram certas forças produtivas. Muito pelo contrário. Para não serem privados do resultado obtido, para não perderem os frutos da civilização, os homens são forçados a mudar todas as suas formas sociais tradicionais, a partir do momento em que o modo do seu comércio já não corresponde às forças produtivas adquiridas." [1]
("Comércio" no sentido lato de relação, transacção)
Esta afirmação da necessidade histórica das revoluções sociais é acompanhada de uma crítica impiedosa ao desejo de Proudhon de conciliar as contradições do sistema capitalista em vez de pensar "no derrube da própria base dessas contradições". E Marx comparava essa tentativa de conciliação ao que sucedera nas vésperas da revolução francesa de 1789, afirmando os seguinte:
"No século XVIII uma multidão de cabeças medíocres estava ocupada em encontrar a verdadeira fórmula para equilibrar as ordens sociais, a nobreza, o rei, os parlamentos, etc., e no dia seguinte já não havia rei, nem parlamento, nem nobreza. O justo equilíbrio entre esse antagonismo (conclui Marx) era o derrube de todas as relações sociais, que serviam de base a essas existência feudais e ao antagonismo dessas existências feudais." [2]
Marx mostra aqui como são inúteis as tentativas de conciliar os termos irredutíveis das contradições sociais quando elas chegam ao seu ponto culminante – isto é, quando as sociedades se abeiram do seu termo histórico.

A ideia que trago a este debate é a de que a actual crise capitalista é uma radiografia do estado terminal a que chegou a civilização burguesa. De que não estamos a passar apenas por mais um ponto baixo de mais um ciclo do processo produtivo, mas estamos a viver a falência do sistema produtivo capitalista que chegou a um limite, que entrou na sua fase senil.

Com isso está em causa todo o edifício social que assenta nesse sistema produtivo. As contradições em que o capitalismo está enredado não podem ser resolvidas dentro dele próprio; só uma revolução social o pode fazer da única maneira viável: pondo fim às relações sociais capitalistas.

Consequentemente, a acção do comunismo marxista, tem de ser guiada por este propósito se quiser ter um papel na transformação social que está em gestação.

Passo aos argumentos.

II

O discurso dominante sobre a crise procura encerrar o problema numa espécie de círculo de giz "económico". É a tentativa de absolver o sistema social capitalista. Na verdade, o que está em causa não é a "economia" (que é uma coisa que em si não existe), mas a economia capitalista; e a crise não é dos negócios, mas de uma civilização inteira.

Mas esta restrição da crise ao "económico" domina. E domina de tal modo que penetrou, ainda que sob formas modificadas, o senso comum e mesmo a esquerda.

O círculo de giz funciona.

Funciona, por exemplo, quando se trata o neoliberalismo como uma deriva mental duma fracção da burguesia responsável pela deriva material do sistema, aceitando a ingenuidade de pensar que uma qualquer ideologia possa alterar as leis de funcionamento do capitalismo;

Ou quando se atribui à globalização e à financeirização do capital a origem da presente crise mundial, em vez de ver nelas recursos a que o sistema deitou mão para atenuar e adiar a crise;

Ou ainda quando se cai na ilusão de que existem medidas políticas (nomeadamente medidas de política económica) que podem solucionar os problemas sem tocar no quadro do próprio sistema capitalista, esquecendo que os problemas existem e avolumam-se precisamente porque esse quadro se vai mantendo.

Creio estar aqui boa parte da razão pela qual o movimento revolucionário pelo socialismo não dá sinais de crescer, apesar da decadência do capitalismo. É este a meu ver o nó da situação: um movimento revolucionário bloqueado no meio de uma crise geral do sistema capitalista.

III

Se não é uma crise de negócios, nem uma simples deriva ideológica – então o que é a presente crise?

As correntes marxistas que me parece terem uma posição mais clara sobre o assunto chamam a atenção para o facto de as raízes do colapso financeiro de 2007-2008 remontarem aos anos de 1970. De facto, depois do crescimento impetuoso subsequente à segunda grande guerra, o ritmo de acumulação do capitalismo dos grandes centros mundiais foi sofrendo uma desaceleração. Com altos e baixos, mantém-se há perto de 40 anos com reduzidas taxas de acumulação. O estoiro de 2007-2008 (iniciado no coração do capitalismo mundial, é de notar) terá sido o desembocar deste longo processo. E este último trambolhão arrasta agora mesmo os novos centros de acumulação que entretanto se afirmavam – a China, a Índia, o Brasil – cujas taxas de crescimento sofreram quebras importantes.

Todo o sistema capitalista mundial está portanto em quebra, contrariamente à ideia de que se assiste apenas a uma transferência de poderes.

Quarenta anos de crise é coisa que parece contrariar a própria ideia de crise que, na acepção de Marx, é um momento, mais ou menos curto, de acerto de contas entre o excesso de produção e a escassez do mercado. Engels todavia fornece uma pista importante em dois momentos. Numa nota de 1885 à Miséria da Filosofia aponta a possibilidade de "a estagnação crónica [passar a ser] o estado normal da indústria moderna, apenas com ligeiras oscilações"
[3] . Também numa nota (talvez de 1886, segundo Maximilien Rubel) ao Livro III de O Capital , Engels insiste na possibilidade de os ciclos regulares (até então mais ou menos decenais) terem dado lugar a uma situação caracterizada por "uma alternância mais crónica, mais alongada, a uma melhoria relativamente breve e fraca dos negócios e a uma depressão relativamente longa e indecisa atingindo vários países industriais em momentos diferentes." [4]

Parece ser este o caso de hoje, com a agravante de o marasmo atingir o grosso dos países capitalistas ao mesmo tempo. Onde está a origem deste declínio arrastado?

Ao que tudo indica, num factor que acompanha e condiciona o processo de crescimento capitalista: a queda da taxa de lucro.

Socorro-me de três estudos, que me parecem dignos de nota, que chamam a atenção para a queda efectiva da taxa de lucro do capital, fruto precisamente, como Marx bem vincou, do progresso capitalista.

O francês Claude Bitot, em 1995, mostra que a taxa de lucro nos 25 países da OCDE foi decaindo à medida do desenvolvimento posterior à segunda grande guerra
[5] .

Outro francês, Tom Thomas, vinca o carácter crónico da actual crise, pegando na hipótese colocada por Marx de uma sobreprodução absoluta de capital
[6] .

Recentemente, em 2011, o norte-americano Andrew Kliman constata também a queda da taxa de lucro nos EUA ("um longo declínio iniciado na segunda metade dos anos 50"). Segundo ele, terá sido essa a causa que foi puxando para baixo os ritmos de crescimento e que tornou débeis as recuperações subsequentes à grande crise dos anos de 1970 e às várias crises dos anos 80 e 90 – acabando por fazer a cama ao colapso de 2007-2008
[7] .

A importância que vejo neste ponto de vista é que ele coloca a tónica não em supostas derivas ideológicas (neoliberal ou outra), nem na hipertrofia financeira do capital – mas no bloqueio da própria produção capitalista.

Numa situação em que o capitalismo vê declinar a sua força motriz, que é o lucro, todo o sistema social esgota o seu papel histórico, tornando-se então "um obstáculo ao desenvolvimento da produtividade". "Com isso", diz Engels, [o capitalismo] "prova, simplesmente, uma vez mais, que entra no seu período senil e que, cada vez mais, se limita a sobreviver".
[8]

PROPOSTA ALTERNATIVA A RIO+20

Um outro mundo é possível: Só destruindo o capitalismo!

Desde Seattle, passando por Washington, Londres, Milão, Melbourne, Seul, Praga até Nice, uma e outra vez dezenas de milhares de jovens anticapitalistas vêm denunciando, com a ação direta, os grandes monopólios e os organismos internacionais como o FMI, Banco Mundial, OMC e União Européia. Essas instituições são as responsáveis pela exploração de milhões de trabalhadores, pela destruição do meio ambiente e por colocar milhões de pessoas nas mais baixas condições de pobreza. A denúncia desses jovens anticapitalistas é muito clara quando gritam pelas ruas do mundo que o "capitalismo mata, matemos o capitalismo" e "abaixo o FMI".
 Em Porto Alegre, no Fórum Social Mundial, as ONG's, as burocracias sindicais e as direções de partidos institucionalizados, trocam o conteúdo da luta dos jovens anticapitalistas pela reacionária política de "humanização do capital". Humanizar o capitalismo com os ministros franceses que perseguem imigrantes, que são parte do governo que, junto com a OTAN, bombardeou a Iugoslávia, matando milhares de pessoas e que reprimiu os anticapitalistas em Nice; humanizar o capitalismo junto com banqueiros e multinacionais.
Humanizar o capitalismo é utópico e reacionário. Por isso, nos sentimos parte do movimento anticapitalista e solidários com os jovens que, em Davos, denunciam o Fórum Econômico Mundial. E dizemos que:
O Fórum Social Mundial é um engano dos que querem desviar a luta anticapitalista para a política de colaboração de classe e eleições, continuando a aplicar a miséria do capitalismo. Por isso, nós encaminhamos  a construção de uma rede nacional anticapitalista sob o grito de: "Abaixo o Fórum Econômico Mundial, FMI, Banco Mundial e OMC!", aos quais o Fórum Social Mundial  é uma altiva.
O capitalismo mata, matemos o capitalismo. Cabe a juventude, aos trabalhadores e o povo pobre anticapitalista, fiéis ao espírito de Seattle, Nice, Praga e Davos, impedir que a intervenção anticapitalista seja distorcida e utilizada por seus inimigos.

Fonte: Juventude AntiCapitalista

RIO+20: A FARSA CONTINUA

"ThyssenKrupp", una multinacional tóxica en Brasil

¿Economía verde? ¡Futuro Imposible!


En el marco de la Cumbre de los Pueblos de Rio las organizaciones de la sociedad civil organizan visitas a proyectos tóxicos en Rio de Janeiro
Hoy ha tenido lugar el primer “Toxic Tour” en Rio de Janeiro. Un grupo de activistas, periodistas e investigadores hemos visitado un proyecto que está causando graves impactos sociales y ambientales a la comunidad de Santa Cruz.

La empresa siderúrgica ThyssenKrupp Atlantic Steel Company (TKCSA) se instaló en Rio después de haberlo intentado sin éxito en otros estados brasileños. Las actividades de la empresa llevan consigo graves impactos medioambientales como la liberación de partículas de hierro en el aire o la emisión de toneladas de dióxido de carbono, tantas como para aumentar las emisiones en la ciudad de Rio de Janeiro a un 76%.
Estas actividades han tenido efecto directo sobre la comunidad que convive día a día con la empresa alemana, las instalaciones de la siderúrgica están pegadas a las casas de la comunidad. Cuando esta empresa se instaló en Santa Cruz no hubo ninguna conversación previa con la comunidad, no se compraron las tierras ni hubo ningún proceso de consulta. De hecho hoy en día la empresa sigue operando sin licencia. Des de que se inició la construcción de la siderúrgica los vecinos de Santa Cruz han sufrido sus impactos. Entre 2004 y 2005 se inició la construcción de esta mega infraestructura para la cual desviaron el cauce del rio que pasaba por la comunidad para poder construir sobre tierra seca. Llegó el periodo de lluvias y el río se desbordó produciendo inundaciones en toda la zona lo que causó graves problemas entre las familias como la pérdida de sus casas. “La empresa nunca se hizo responsable de ello”, nos cuenta Maria Regina De Paolo, una de las mujeres de Santa Cruz que perdió su casa durante las inundaciones.
Además las actividades de drenaje, las obras de la empresa y el aumento de la circulación de grandes navíos en la bahía y los canales ha impedido a los pescadores de la comunidad que continúen ejerciendo su actividad. Por un lado, la empresa ha cerrado el paso a los pescadores por el tráfico de navíos y por otro ha contaminando el agua con metales como el Cadmio o el Zinc. Los peces están desapareciendo de la región y la comunidad es cada vez más vulnerable ya que familias enteras dependen de la pesca para sobrevivir.
La comunidad se ha manifestado en diversas ocasiones para denunciar los impactos que a la empresa está provocando e incluso algunos han decidido llevar su caso ante los tribunales brasileños. La empresa por contra ha impulsado proyectos de Responsabilidad Social Corporativa (RSC) como la construcción de una escuela y la remodelación de un hospital. La lectura mayoritaria de la comunidad la resumía un pescador, “la empresa está adoptando el papel del Estado intentando suplir sus obligaciones”. La aplicación de estas políticas de RSC ha provocado conflictos dentro de la propia comunidad, entre los que todavía creen que regulando la actuación de la empresa por las autoridades brasileñas será posible aportar desarrollo a la comunidad y los que creen que una empresa que por un lado les aporta servicios que debe dar el estado y por otro los mata poco a poco nunca podrá aportar beneficios a la región.
Este es solo uno de los muchos conflictos socioambientales que producen las empresas extractivas en todo el mundo. Según la economía verde, o mejor dicho, el capitalismo verde estas empresas van a contribuir en la lucha contra la pobreza. Mientras el clima de impunidad sigue imperando, mientras no exista un control real tanto por parte de los Estados como de instancias internacionales de la actividad de las empresas no podremos caminar hacia un verdadero desarrollo sostenible basado en la justicia social y ambiental.