quinta-feira, 4 de outubro de 2012
VIA CAMPESINA ENVIA CARTA AO PRESIDENTE RAFAEL CORREA
Publicamos abaixo resumo carta da Via Campesina enviada ao presidente do Equador, Rafael Correa.
Via Campesina
enviou Carta ao presidente do Equador, Rafael Correa, onde diz que os "Transgênicos só causam destruição e pilhagem"
" Via Campesina Internacional tem denunciado os efeitos negativos do uso de OGM e do ataque a soberania alimentar.
Demonstrando suas preocupações apresentam
as seguintes coonsiderações:
• Nossas organizações têm debatido , com base em experiência em várias partes do mundo,
e concluimos, definitivamente,
que as culturas GM só causam destruição e pilhagem, levando à concentração de terra e riqueza, envenenam
nossas famílias, nossos animais, nossa vida e culturas em torno de nós, destróem
postos de trabalho e nos expulsam
da terra;
• As culturas GM não alimentam os povos. Grande parte delas
é destinada a produção de
combustível, ração para animais,
para a produção industrial, e de outras matérias-primas industriais. E são estes cultivos
um dos fatores que a FAO identificou como importantes na crise alimentar anterior e no
atual aumento dos preços dos alimentos;
• Nos supreendem as afirmações de
que os transgênicos
podem quadruplicar a produção. Os antecedentes,
por
nós conhecidos, incluindo estudos científicos, indicam que as variedades transgênicas são realmente menos produtivas do que as variedades
convencionais , e isso é explicado por conhecidos mecanismos fisiológicos;
• Mais de 80% dos transgênicos cultivados
são resistentes a herbicidas. Não há um único caso de um cultivo transgenico desenvolvido resistente ao
frio, a
seca,
ou a
outras condições, muitas vezes enfrentadas pelas agriculturas camponesas. A realidade dos cultivos transgênicos é que tem provocado o incremento
do
uso massivo e
intensivo de herbicidas e outros pesticidas. Por exemplo, a Argentina hoje consome mais de 200 milhões de litros de glifosato, na maioria das vezes por aplicações aéreas que afetam indiscriminadamente aas
plantações, animais, pessoas e plantas silvestres. O
Brasil, entretanto, tornou-se o país com o maior uso de pesticidas por habitante
em todo o mundo. O resultado, como tem sido documentada na Argentina, Chile, Brasil e Paraguai, foi o aumento alarmante nos casos de câncer, doenças graves de pele, defeitos congênitos, aumento da taxa de abortos,e casos de intoxicação aguda que tem levado
à morte, especialmente de
crianças .
• Se alguma dúvida ainda pudesse existir sobre os efeitos dos transgênicos, um estudo científico feito por pesquisadores
franceses
acaba de ser publicado nos Estados Unidos,
demostrando
que a exposição ao glifosato está, necessariamente,
associada com a maioria das culturas transgênicas, e
o consumo de transgenicos , causa câncer, distúrbios hormonais e glandulares, lesões
graves no fígado e rins e, finalmente, taxas de mortalidade de 2-3 vezes mais elevadas do que o normal, especialmente nas
mulheres.
• Apesar da agressividade das empresas que produzem sementes transgênicas e agrotóxicos associados com a cultura, mesmo aqueles que usaram o contrabando maciço de introduzir seus produtos GM são muito poucos (principalmente soja, milho, canola, algodão), tem apenas duas alterações (resistência ao glifosato e produção da toxina Bt) e crescem maciçamente em alguns países (Canadá, EUA, Argentina, Brasil e Índia). Além disso, o produto do estudo mencionado, apenas a Rússia proibiu a importação de milho GM e há várias iniciativas legais na Europa para proibir tais
cultivos.
• Os cultivos de transgenicos
não são uma resposta para os problemas da pobreza que enfrentam milhões de famílias e comunidades rurais no Equador e ao redor do mundo. Muito pelo contrário: aumentam a
dependência, nós expulsam da terra, causam o desemprego, depreciam
o valor da produção e destruição
das economias locais. Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo sobre a expansão do agronegócio no Estado de São Paulo, indica que essa expansão levou a uma prosperidade concentrada
nas mãos de uns poucos, gerando um crescente número de excluídos e o aumento da violência
e marginalização econômica.
• Se o
Equador, deseja solucionar o problema da alimentação, a solução está em
proteger, fortalecer e expandir a agricultura camponesa e cumprir o mandato constitucional da Soberania Alimentar. Um estudo da FAO publicado há poucos dias indicou que 60% dos alimentos na América Latina é produzido por famílias camponesas. Enquanto isso, os números oficiais e de pesquisa das mais diversas regiões do mundo confirmam mais uma vez que a agricultura camponesa é mais eficiente e produtivo do que industrial.
Com essas considerações, temos a garantia de que o seu governo soberano será mais sensível ao pedido
de milhões de camponeses e camponesas
em todo o mundo e não cederá as intenções de multinacionais como a Monsanto de converter os alimentos em mais uma mercadoria, esperamos que esse pedido e recomendação seja
positivamente atendido
por seu governo que tem mandato do povo equatoriano para governar em defesa dos
interesses soberanos do povo."
Essa é uma reivindicação feita nome do Comitê de Coordenação Internacional da Via Campesina Internacional, assinada por Henry Saragih , coordenador internacional da Via Campesina.
Fonte: rebelion.org
Tradução e adaptação: Valdir Silveira
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