sábado, 16 de fevereiro de 2013

PAULO FREIRE: "ESSE SUJEITO..."

Esse texto é um desagravo às provocações e ao desrespeito do professor Luis Lopes Diniz Filho, do Departamento de Geografia da UFPR, ao grande educador Paulo Freire.
Paulo Reglus Neves Freire, pernambucano, nasceu em Recife, no dia 19 de setembro de 1921. Paulo Freire participou do Movimento de Cultura Popular (MCP) do Recife; do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife, sendo um dos seus fundadores e primeiro diretor. Em 1963,  coordenou, no MEC, a criação do Programa Nacional de Educação.
O golpe militar de 1964 reprimiu todos os trabalhos de mobilização popular. Paulo Freire foi acusado de subverter a ordem ao utilizar suas campanhas de alfabetização, sendo preso e exilado por mais de 15 anos. Esteve em países como Chile, Bolívia, Suíça, Tanzânia, Moçambique e Guiné-Bissau. Participou de consultorias educacionais e desenvolveu programas de alfabetização. Em 1980, voltou ao Brasil e assumiu cargos de docência na PUC – SP e na Unicamp. Entre 1989 e 1991, na gestão de Luiza Erundina (PT), trabalhou como secretário da Educação da Prefeitura de São Paulo. É autor de uma vasta obra traduzida em várias línguas. Dentre os livros mais conhecidos estão a Educação como Prática da Liberdade e a Pedagogia do Oprimido. Paulo Freire morreu em 2 de maio de 1997, em São Paulo, vítima de um infarto agudo do miocárdio.
O professorzinho de nariz empinado diz, textualmente, no seu artigo publicado no jornal conservador, melhor dizendo reacionário, Gazeta do Povo(16/02/13) "(...) que os seguidores de Paulo Freire usam para nos fazer acreditar que esse sujeito (grifos meus) era um educador preocupado com a liberdade e autonomia do indivíduo, quando ele não passava de um doutrinador ideológico dogmático e autoritário" (grifos meus).
O método de Paulo é um processo educativo que leva à reflexão para a mudança. Além de educativo é ideológico, sim! Por acaso o ensino atual, em todos os níveis, não é ideológico?
Dizer que Paulo Freire era "dogmático e autoritário" é não conhecer, é tentar desqualificar e desconstruir, o que ele pregava, o que ele defendia. Vá lá que o Diniz defenda um ensino elitista, uma universidade privativista - ele deve ser contra as cotas, deduzo - mas daí mentir  afirmar que o método  Paulo Freire " sonega ao aluno o conhecimento de explicações alternativas e mais sofisticadas (grifos meus) do que aquela" é de uma má  fé e intenção - para não dizer safadeza intelectual- à toda a prova. Por outro lado de que conhecimento " mais sofisticado" fala o professor Diniz? O ensino, a educação, não precisa de sofisticação, sim de uma pedagogia que leve ao aprendizado crítico e contestador da realidade. O resto, o resto professor Diniz " são tertulhas flácidas para ninar bovinos", no bom portugues " conversa mole pra boi dormir".

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