“Transportar por trens é inviável economicamente. Está associado a um custo adicional de transbordo. Pela rodovia, a carga chega ao destino certo e no tempo previsto”. (Nilson Hanke Camargo, assessor econômico da FAEP)
O epígrafe acima é mais um sofisma para encobrir incompetências e esbulhos. Os setores produtivos da agropecuária,lideranças e entidades representativas discutem muito os gargalos no escoamento das safras, principalmente os grãos. Dizem que o transporte ferroviário é mais caro. Até “estudos” fajutos afirmam tal absurdo. Só não dizem por má-fé, ou comprometimento com os setores que exploram os agricultores, que os custos ferroviários são mais altos que os rodoviários simplesmente porque
as concessionárias das malhas ferroviárias inflam os custos – querem ganhar demais – e inviabilizam esse modal importante.
Diz o “ estudo fajuto”, que “ a máxima de que o transporte ferroviário é mais barato que o rodoviário não se aplica no Paraná” (Fonte: Gazeta do Povo e FAEP). A Agencia Nacional de Transportes Terrestres- ANTT que estabelece os preços mancomunada com a ALL , estes dois órgãos juntos, são os responsáveis pelo esbulho aos usuários das ferrovias. Segundo José Vicente Caixeta Filho,coordenador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-Log), da USP, responsável pelo “ estudo fajuto”, encomendado pela FAEP, “ mesmo dentro do teto estabelecido, as empresas que operam as ferrovias cobram taxas abusivas e os produtores acabam reféns”.Essa afirmação contradiz e desqualifica a tese de que os custos do transporte ferroviário são mais altos do que o rodoviário. Dai minha ousadia em qualificar o trabalho como “ estudo fajuto”. Diante do reconhecimento de que a ANTT e ALL “cobram taxas abusivas”, não podiam caracterizar a inviabilidade econômica do transporte rodoviário, sim denunciar esses órgãos como esbulhadores, como
praticantes da pilhagem, como piratas dos transportes no Estado do Paraná.
O que devem fazer as entidades do setor – FAEP, OCEPAR, FACIAP – e outras?
Gestões políticas e pressões para melhorar a eficiência e eficácia do transporte ferroviário. É preciso e URGENTE que se faça a ligação entre as pontas das malhas ferroviárias. As principais regiões produtoras do Paraná não estão ligadas por ferrovia
até o portos de Paranaguá; ai reside o aumento dos custos pelo transbordo eintegração com outras modalidades, mais especificamente a rodoviária. Todos sabem que aferrovia é o transporte mais adequado e barato para os granéis sólidos; só a má-fé, a “ignorância córnea” como diz o ex-governador Requião, a incompetência aliada ainteresses exploradores justificam a insistência no transporte rodoviário.Outro assunto de que ninguém fala são nos problemas de escoamento rodoviário pela Serra do Mar. Já pensaram se tivermos algum problema com os viadutos do Padre e Caruru? Ai todo o escoamento da nossa safra de grãos, bem como dos frangos e derivados da suinocultura, etc.,vão pro beleléu!Desativaram, ou melhor privatizaram a Rede Ferroviária Federal Paraná Santa Catarina – RFFPSC- e entregaram de mão beijada à ALL, num processo de privataria entreguista, danoso aos interesses públicos.
Hoje, por exemplo, para se fazer uma viagem de trem até Morretes e Antonina o usuário tem que embolsar R$ 222,00, ida e volta, na classe econômica para um adulto e uma criança; um roubo,um esbulho. Elitizaram a estrada, colocando-a de ferro nas mãos da pilhagem, ou melhor, da pilantragem.
É necessária a prevenção e buscarmos, urgentemente, uma alternativa viável a uma eventual paralisação do trecho Curitiba/Paranaguá; essa alternativa viável,de agilidade do fluxo de veículos é a construção da ponte em Guaratuba. Ponte está que está
sendo postergada, boicotada quiçá por parlamentares votados no litoral que, talvez, devem ter suas campanhas financiadas pela concessionária do ferryboat.
Colocar os interesses privados, particulares, acima do coletivo, da melhoria do sistema de transporte que beneficiará milhares de produtores e milhões de paranaenses e contribuintes de outros estados é um crime. Estão pensando numa Parceria Publico Privada – PPP; tudo bem, mas junto teríamos que pensar também numa ação conjunta contra as praças de pedágio que também estão furando os bolsos dos usuários das rodovias. Ótimo seria que o governo Dilma tivesse a coragem através de uma MP- Medida Provisória, decretar a extinção de todos os contratos e passar às mãos do Exército Brasileiro o controle das praças de pedágios a preços como os praticados no pedágio de Garuva, cujos recursos ficariam todos com o Exército.
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