Transgênicos
destroem a biodiversidade
Centenas de mulheres do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), armados com paus e facas,
entraram, no dia 5 de março em uma
fábrica de celulose pertencente à empresa Suzano / FuturaGene no estado de São
Paulo e destruíram milhares de cultivares
de eucalipto transgênicos cultivados em estufa.
Ao mesmo tempo, outras 300 mulheres do MST ocuparam
os escritórios da Comissão Nacional de Biossegurança (CTNBio), em Brasília, que
discutia a aprovação para o cultivo de árvores transgênicas naquele dia.
A ação fez parte do Dia Nacional de Luta das
Mulheres Rurais. Nas paredes mulheres escreveram "transgênico destroem a biodiversidade"
e "mulheres em luta."
Atilana Brunetto, membro da
direção nacional do MST, explicou que, apesar das espécies de eucalipto
geneticamente modificados tenham uma produtividade 20% maior do que o convencional,
é necessário maior uso de água e pesticidas por árvore plantada, o que
significa maiores riscos para o meio ambiente .
"A coisa mais
importante é que nós debatemos com a sociedade", disse Brunetto.
A Suzano / FuturaGene lamentou a destruição
das plantas e das pesquisas que tem sido
desenvolvidas ao longo de 14 anos.
"O produto é seguro
para a sociedade e para o ambiente", afirma José de Melo, gerente de operações
Suzano / FuturaGene, em declaração à imprensa. " As perdas foram muito
elevadas e anos de desenvolvimento tecnológico foram perdidos.
"O enfoque estratégico da empresa é aumentar a
competitividade da biomassa a partir de áreas plantadas com transgênicos,
principalmente para suprir a demanda de celulose para a indústria de papel, bioenergia
e a demanda de biocombustíveis. Eucaliptos e álamo são as
principais espécies que desenvolve a Suzano
/ FuturaGene.
Mel em perigo
Para o MST, o aumento da produtividade por
meio do plantio de eucalipto transgênico afeta a produção nacional de mel e
traz potenciais problemas ambientais e
de saúde.
O Brasil é o décimo maior produtor de mel,
destinando 50% da sua produção para exportação.
O pólen do eucalipto transgênico
tem o gene inserido artificialmente,
isto significa que qualquer mel produzido em colmeias de abelhas que polinizam
as flores de eucalipto transgênica também é contaminado por organismos
geneticamente modificados (OGM). A detecção de OGM no mel pode gerar prejuízos socioeconômicos aos
apicultores, impedindo-os de rotular os seus produtos como orgânicos ou
agroecológicos, aumentando o risco de barreiras comerciais para exportação do
produto, o que pode representar perdas econômicas significativas para a indústria
", divulgado em um comunicado em 2 de março
O MST também explicou outro dos efeitos dos OGMs é a grande quantidade de agrotóxicos,
como o Sulfluramida, que estas plantas necessitam. Este produto químico é classificado
como um dos mais cancerígenos e é proibido em 152 países. Por fim, o MST
denuncia que o rápido crescimento desta
espécie, em cinco anos em vez de sete, resultaria no maior consumo de água o que levaria a desertificação
dos solos.
Segundo o MST, "Mais
uma vez os interesses comerciais se sobrepõem aos interesses dos consumidores,
a proteção do ambiente e para a saúde da população". " Por isso, nos
manifestamos a favor do arquivamento do pedido de liberação da comercialização
de OGM, considerando os elevados riscos associados a perdas econômicas para a
apicultura, a poluição genética e outros perigos".
Fonte:
http://www.noticiasaliadas.org/articles.asp?art=7137
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