sábado, 3 de outubro de 2015

FRANCISCO: UM PAPA SURPREENDENTE

A viagem do papa Francisco visitando  Cuba e os EUA não foi casual, não teve meros fins religiosos. Claro que a população católica de ambos os lados da Florida esperavam as bênçãos do seu líder, porém a unção vaticana também aspirava tocar os espíritos que mandam em Washington e Havana. Me refiro ao trabalho invisível de Francisco neste giro: aplainar o caminho entre Cuba e os EUA para conseguir que ambos os países se aproximem definitivamente e normalizem suas relações.
E o  papa o pode fazer. Historicamente o Vaticano tem estado próximo dos processos políticos internacionais; e, em boa medida, tem participado deles. Como esquecer a ingerência do  papa João Paulo II na liquidação do Estado soviético na Polônia, ou a aliança do papa Pio XII com o nazismo. Se Francisco conseguir que os EUA termine com o bloqueio comercial e econômico contra Cuba, terá o apoio de todos os países da região, como o México, por exemplo. Isto representa um golpe de mestre do Vaticano. Empresários e governos da América poderão entrar e fazer negócios com a Ilha sem medo de sofrer sanções pelo Departamento de tesouro dos EUA, com o congelamento de suas contas bancárias, por exemplo. Assim ocorre.
Além disso não quer a Igreja ter um triunfo moral em meio  ao seu desprestigio pelos casos de corrupção e pederastia?
Também aumentar sua influência nas nações que consigam benefícios financeiros de 117 bilhões de dólares que seriam liberados com o fim do "embargo cubano".  E por que não?, o fechamento da prisão de Guantánamo.  Esta seria sua contribuição oinegável na luta pelos direitos humanos no mundo...
Estão preparando o terreno para o papa ganhar o Nobel da Paz e seu lugar na história.
Não, não é casual o giro do papa por Cuba e EUA. Não o é quando há tanta história e dinheiro no meio. O mundo observa, e já que Francisco gosta tanto de futebol, a bola está com ele. Talvez, após 56 anos, faça o milagre.

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