sexta-feira, 22 de abril de 2011
CRISE ECOLÓGICA? (II)
O aumento angustiante dos graves problemas ecológicos nos levam a levantar alguns questionamentos: quais são os limites teóricos do crescimento capitalista e, portanto, da degradação meioambiental capitalista? Para melhor responder a esse questionamento há que ter em conta que o capitalismo é, antes de tudo, uma relação social de exploração cujo desenvolvimento foi historicamente possível pela apropriação prévia que, em nome do benefício, realizaram as classes dominantes dos recursos naturais(terra, água, florestas...). Após veio a exploração da força do trabalho, transformada em mercadoria assalariada. A pilhagem dos recursos e a exploração do trabalho - quando se considera este do ponto de vista social- constituem, assim, as duas faces da mesma moeda. Se consideramos a sua função social( a cooperação e suas formas), a força do trabalho humano também pode ser considerada, sob o ângulo termodinâmico, como um recurso natural entre outros( o corpo humano é tansformador de energia). Nesse caso, a pilhagem e a exploração já não constituem um único processo de destruição e o sobretrabalho pode ser descrito como uma quantidade de energia açambarcada, monopolizada pelo poder patronal. Desta forma, podemos responder a questão sobre os limites teóricos do capital. Por um lado, a expropriação dos produtores, sua alienação em relação a terra, criou umaclasse social cujo único meio de subsistência é a venda da sua força de trabalho em troca de um salário. O empregador, por outro lado, põe à disposição do trabalhador ou da trabalhadora assalariados todos os elementos necessários para desempenhar sua atividade produtiva- ferramentas, fábrica e energia- que são extraídos da natureza ou transformados a partir dela pelo trabalho.Neste contexto e tendo em conta que o aumento da eficiência só é relativa, é óbvio que a busca incessante do lucro pelo produtivismo capitalista pesa tanto sobre a fração variável como a constante do capital, de maneira que este se vê, inevitavelmente, obrigado sempre a consumir uma quantidade absoluta maior de força de trabalho e de recursos naturais, mesmo que favoreça sua economiarelativa. A fórmula enigmática de Marx dizendo que o capital não tem outro limite que o próprio capital quer dizer, simplesmente, que este modo de produção não se deterá mais mesmo quando tenha se esgotado suas duas únicas fontes de " riqueza; a terra e o trabalhador".(Karl Marx,O Capital, Tomo II)
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