Derrota da Direita
Nas eleições Francesa
O povo da França afastou da Presidência Nicolas Sarkozy.
Infligiu uma derrota importante à direita. Mas a eleição pela escassa margem de 3,1% de François Hollande não deve ser interpretada como uma vitória das forças progressistas.
No seu primeiro discurso o novo presidente falou de «mudança» e comprometeu-se a pôr fim à política de austeridade exigida pela Comissão Europeia sob pressão da chanceler Merkel.
Os aplausos da Praça de Bastilha não são garantia de cumprimento das promessas da campanha. O Partido Socialista Francês – tal como o espanhol, o português e o trabalhista britânico - defende há décadas politicas neoliberais e, quando no governo, aplicou-as com zelo.
Hollande apresenta-se como social-democrata, mas o seu partido apenas pretende administrar melhor o capitalismo do que a direita.
Do seu diálogo com a Sra. Merkel resultarão sobretudo mudanças cosméticas. No tocante à política externa, a submissão ao imperialismo americano será atenuada. A anunciada decisão de retirar as tropas francesas do Afeganistão já suscitou aliás criticas do Pentágono. É provável também que o novo governo se distancie da política de apoio ao estado sionista de Israel.
É significativo que uma ofensiva de sorrisos para envolver Hollande tenha principiado imediatamente. Obama convidou- o a visitar rapidamente a Casa Branca; a Sra. Merkel (que apoiou Sarkozy e não o recebeu durante a campanha) quer encontrá-lo logo que possível e sugere uma cooperação muito estreita; Cameron felicitou-o, efusivamente.
O futuro imediato é imprevisível. Em Junho será eleito o novo Parlamento. Perderá a direita a confortável maioria de que tem disposto no Palais Bourbon? O Front National de Marine de Pen, xenófobo e neo fascista, conseguirá eleger uma bancada numerosa?
Mas, independentemente das intenções de Hollande, da evolução da crise económica e da atitude do novo governo perante os compromissos assumidos com o povo - a condenação da política capituladora de Sarkozy tem um significado que os politólogos e analistas da burguesia se esforçam por omitir. A recusa do projecto federal europeu, implícita no voto popular, veio abrir aos trabalhadores da França - como lembrou o escritor comunista Henri Alleg aos editores de odiario.info - um grande espaço de luta contra a estratégia do grande capital transnacional concebida pelos responsáveis da crise exterminista que ameaça a humanidade.
Fazemos votos para que as forças progressistas francesas saibam utilizá-lo no combate em defesa de direitos e conquistas históricas, na tradição republicana e revolucionária do seu povo.
OS EDITORES DE ODIÁRIO.INFO
Infligiu uma derrota importante à direita. Mas a eleição pela escassa margem de 3,1% de François Hollande não deve ser interpretada como uma vitória das forças progressistas.
No seu primeiro discurso o novo presidente falou de «mudança» e comprometeu-se a pôr fim à política de austeridade exigida pela Comissão Europeia sob pressão da chanceler Merkel.
Os aplausos da Praça de Bastilha não são garantia de cumprimento das promessas da campanha. O Partido Socialista Francês – tal como o espanhol, o português e o trabalhista britânico - defende há décadas politicas neoliberais e, quando no governo, aplicou-as com zelo.
Hollande apresenta-se como social-democrata, mas o seu partido apenas pretende administrar melhor o capitalismo do que a direita.
Do seu diálogo com a Sra. Merkel resultarão sobretudo mudanças cosméticas. No tocante à política externa, a submissão ao imperialismo americano será atenuada. A anunciada decisão de retirar as tropas francesas do Afeganistão já suscitou aliás criticas do Pentágono. É provável também que o novo governo se distancie da política de apoio ao estado sionista de Israel.
É significativo que uma ofensiva de sorrisos para envolver Hollande tenha principiado imediatamente. Obama convidou- o a visitar rapidamente a Casa Branca; a Sra. Merkel (que apoiou Sarkozy e não o recebeu durante a campanha) quer encontrá-lo logo que possível e sugere uma cooperação muito estreita; Cameron felicitou-o, efusivamente.
O futuro imediato é imprevisível. Em Junho será eleito o novo Parlamento. Perderá a direita a confortável maioria de que tem disposto no Palais Bourbon? O Front National de Marine de Pen, xenófobo e neo fascista, conseguirá eleger uma bancada numerosa?
Mas, independentemente das intenções de Hollande, da evolução da crise económica e da atitude do novo governo perante os compromissos assumidos com o povo - a condenação da política capituladora de Sarkozy tem um significado que os politólogos e analistas da burguesia se esforçam por omitir. A recusa do projecto federal europeu, implícita no voto popular, veio abrir aos trabalhadores da França - como lembrou o escritor comunista Henri Alleg aos editores de odiario.info - um grande espaço de luta contra a estratégia do grande capital transnacional concebida pelos responsáveis da crise exterminista que ameaça a humanidade.
Fazemos votos para que as forças progressistas francesas saibam utilizá-lo no combate em defesa de direitos e conquistas históricas, na tradição republicana e revolucionária do seu povo.
OS EDITORES DE ODIÁRIO.INFO
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