Os grandes jornais, assim como a TV Globo, começaram uma campanha de boicote ao livro Memórias de uma Guerra Suja. Isso se deve a dois trechos do livro que seguem abaixo.
Eles querem tentar desqualificar o depoimento de Cláudio Guerra e o conteúdo do livro. Começou ontem com o Estadão e hoje com a Folha.O Estadão chega ao absurdo de não publicar o capitulo que conta com detalhe como foi o atentado que (Roberto Marinho) sofreu e que até agora não havia sido esclarecido.
Os grandes jornais estão fechados por causa da questão da CPI do Cachoeira.Como sabe, eles estão avisando à CPI que não aceitarão a convocação do Civita. Agora se fecharam em torno do boicote ao livro Guerra Suja, que começa a mostrar os absurdos da ditadura, que eles ajudaram a consolidar cada um ao seu modo, mesmo se arrependendo depois em muitas situações.
Eles querem tentar desqualificar o depoimento de Cláudio Guerra e o conteúdo do livro. Começou ontem com o Estadão e hoje com a Folha.O Estadão chega ao absurdo de não publicar o capitulo que conta com detalhe como foi o atentado que (Roberto Marinho) sofreu e que até agora não havia sido esclarecido.
Os grandes jornais estão fechados por causa da questão da CPI do Cachoeira.Como sabe, eles estão avisando à CPI que não aceitarão a convocação do Civita. Agora se fecharam em torno do boicote ao livro Guerra Suja, que começa a mostrar os absurdos da ditadura, que eles ajudaram a consolidar cada um ao seu modo, mesmo se arrependendo depois em muitas situações.
Seguem-se os trechos em que a Folha e o Roberto Marinho aparecem como protagonistas do caráter sujo da guerra (PHA):
O APOIO À OBAN - No final dos anos 60 o governo federal optou por autorizar o Exército uma organizar uma açao e combate à esquerda na capital paulista. Surgiu então a OBAN – Operação Bandeirante – dirigida pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, encarregada de combater as atividades subversivas dentro do Estado. Isto foi o embrião da união de policiais civis com militares no combate aos comunistas. Foi nesta época que se começou a receber o apoio de empresários com o do Banco Mercantil.
A Folha de S. Paulo apoiou informalmente estas operações da OBAN. Os seus carros que distribuiam jornais eram usados em campanas para prisão de comunistas, um até bem famoso na época, mas não consigo lembrar o nome. O Joe se lembra muito bem disto, foi ele que me contou que fez muita campana nestes veículos. Estes carros eram muito úteis porque disfarçavam bem, ninguém suspeitaria que membros da OBAN estariam ali dentro preparados para agir.
ATENTADO À CASA DO ROBERTO MARINHO
O atentado à casa do Roberto Marinho não fez parte desta linha de ação idealizada na reunião do Hotel Glória, que tinha como objetivos atingir veículos de imprensa que não compactuavam com o regime político.
A bomba que explodiu na casa do dono das organizações Globo foi, na verdade, parte de uma estratégia formulada por ele mesmo – Roberto Marinho.
Aquele negócio de explodir bomba lá na casa do Roberto Marinho foi simulado[3]. Tudo foi feito a pedido dele, para não complicá-lo com os outros veículos de comunicação. Fomos nós que fizemos, na casa dele. Eu coloquei a bomba. Para todo mundo, ele foi vítima. Estourou a bomba lá, mas não houve danos, nem vítimas.
A ordem para executar o atentado partiu do Coronel Perdigão, a pedido do próprio Roberto Marinho. Ele alegava que era para poder se defender da desconfiança de suas relações com os militares.
Ele estava ficando visado pela esquerda, e pela própria imprensa. Achavam que ele estava apoiando a ditadura, por isso ele precisava ser vítima da ditadura para ficar bem com os colegas. Então ele próprio idealizou o plano. Pediu, segundo o Vieira e o Perdigão, que fosse vítima de um atentado.
E isso foi feito. Eu executei, com a cobertura de um policial civil, o Zé do Ganho, de São Gonçalo. Quem montou o artefato, quem colocou dentro da casa fui eu. A função da cobertura era me dar fuga de carro após a explosão.
Eu coloquei TNT, mas coloquei uma carga bem pequena. Eu usei aquela que é em tijolinho, que é mais potente, C4. C4 é mais potente que dinamite.
Coloquei numa varanda. Mas sempre atento para não causar muito dano material. Porque ali eu controlava. Já estava do lado de fora, quando, por controle elétrico, detonei a bomba. Eu sabia que não tinha ninguém em casa, aí eu apertei.
A casa estava vazia. Eu não sei se eles sabiam quando ia acontecer, isso eu não sei. Eu recebi orientação do dia e do horário que a missão deveria ser cumprida.
[1] Ver recorte de jornal no anexo de fotos.
[2] De acordo com o noticiário da época, em setembro de 1976, uma bomba explodiu no telhado da casa do jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo. O atentado, no elegante bairro do Cosme Velho, no Rio de Janeiro, foi reivindicado pela Aliança Anti-Comunista Brasileira.
[3] O fato ocorreu no mesmo dia do seqüestro do Bispo de Nova Iguaçu, D. Adriano Hypólito
Sem comentários:
Enviar um comentário