“O petróleo é nosso”, as derradeiras palavras de Monteiro Lobato
No dia 2 de julho de 1948,
Monteiro Lobato concedeu à rádio Record aquela que seria a última entrevista de
sua vida, a qual encerrou com as palavras: “O Petróleo é Nosso”! Dois dias
após, “O Repórter Esso”, na voz de Herón Domingues, anunciou a morte de um
grande brasileiro, desses que surgem poucos a cada geração: “E agora uma
notícia que entristece a todos: acaba de falecer o grande escritor e patriota
Monteiro Lobato!”
Monteiro Lobato, nascido em
Taubaté em 1882, falecia aos 66 anos de idade.
Em 1927, Lobato realiza um velho
sonho: é nomeado adido comercial nos Estados Unidos. Os quatro anos que passará
na América do Norte constituirão uma descoberta e um deslumbramento para o
caipira de Taubaté: vê o gigantesco progresso americano e o compara com a nossa
lentidão colonial. Ao voltar, trará planos grandiosos de salvação econômica
para o Brasil. O primeiro deles é a Campanha do Ferro: é preciso “ferrar o
Brasil”. A próxima, ainda mais ampla, será a Campanha do Petróleo.
Nos anos 30 havia interesse
oficial em se dizer que no Brasil não havia petróleo. Monteiro Lobato aliava a
literatura e a prédica a atitudes concretas. Na contramão dos interesses
dominantes, fundou a Companhia Petróleos do Brasil, e graças à grande
facilidade com que foram subscritas suas ações, inaugurou várias empresas para
fazer perfuração, sendo a maior de todas elas a Companhia Mato-grossense de Petróleo
(em 1938), que visava realizar perfurações quase junto à fronteira com a
Bolívia, cujo governo nacionalista já encontrara seu ouro negro.
Em dois livros, Ferro (1931) e O Escândalo do Petróleo (1936), o
escritor documenta os lances dramáticos da duríssima batalha que teve que
travar contra a “carneirada” e contra os “moinhos de vento”, movido unicamente
pelo afã de prover o Brasil de uma indústria petrolífera independente. O último
livro esgotou várias edições em menos de um mês. Aturdido, o governo de Getúlio
Vargas, o qual era acusado de “não perfurar e não deixar que se perfure”
proibiu O Escândalo do Petróleo e mandou recolher todos os exemplares
disponíveis, naquilo que seria o primeiro lance da longa sequência de
escândalos envolvendo o ouro negro brasileiro, que prosseguem até os dias de
hoje.
A empolgação de Lobato fez com
que ele percorresse todo o país em busca de apoios; a guerra que lhe moveram os
governantes, os burocratas e sabotadores dos interesses pátrios, terminou por
deixá-lo pobre, doente e desgostoso e, até mesmo, levá-lo ao Presídio
Tiradentes, onde como preso político foi confinado por seis meses, naquela
mesma cela do Pavilhão n.1, pela qual passariam tantos presos da ditadura
militar de 1964.
O certo é que com admirável
sentido de luta, Monteiro Lobato conseguiu sacudir o Brasil de alto a baixo,
apontando ao povo brasileiro os caminhos de sua emancipação econômica, lutas
que se aprofundariam após a sua morte e que redundaram na fundação da hoje A
Petróleo Brasil S/A (Petrobras), empresa criada em 1953, na fase populista do
então presidente Getúlio Vargas, impulsionada pela campanha popular iniciada em
1946, sob o slogan de “o petróleo é nosso”.
Monteiro Lobato foi um dos homens
mais íntegros e corajosos que já viveram neste país, um intelectual “à moda
antiga”, daqueles que passados quase um século a nossa pobreza ética e
intelectual ainda se ressente.
Hoje, infelizmente, as mesmas
vozes da matriz ideológica que perseguiram Monteiro Lobato, se aproveitam de
uma situação que eles mesmos criaram pela prática voraz da corrupção provocada
pelo câncer capitalista. CALUNIAM, DESMORALIZAM
E QUEREM DESTRUIR A NOSSA PETROBRAS PARA PRIVATIZÁ-LA E COLOCAR NAS MÃOS DOS
INTERESSES DOS EUA.
ESSES TRAIDORES NÃO ENTREGARÃO A PETROBRAS PORQUE NÓS OS ENFORCAREMOS
EM PRAÇA PUBLICA; É ASSIM QUE SE FAZ COM TRAÍDORES!
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