quinta-feira, 20 de novembro de 2014

NOAM CHOMSKY FALA SOBRE O TERRORISMO DOS EUA


Chomsky: EUA dominam por meio da  "violência e arrogância"

 Embora a mídia promova  que a China é uma ameaça, os EUA  continuam a dominar o mundo através da "violência e arrogância" enquanto ,a Europa se submete a Bruxelas e ao Bundesbank,  diz renomado pensador político Noam Chomsky.

"Leio nestes dias editoriais loucos que nos faz voltar aos dias da Guerra Fria. Como se pode comparar as recentes ações de Putin na Crimeia com acontecimentos na Hungria, Tchecoslováquia e do Afeganistão? ", se indigna o lingüista famoso  numa entrevista com a revista semanal L'Espresso ', sobre o papel dos EUA, China, Coréia do Norte e da União Europeia.

"Que direito tem o Ocidente, que atacou e invadiu o Iraque, que bombardeou o Afeganistão,  que provocou a dissolução da Iugoslávia e que reconheceu o Kosovo a protestar, indignar-se  e até mesmo impor sanções contra a Rússia pelo o que  está acontecendo na Crimeia, onde não  provas que houve massacres, limpeza étnica e violência? ", pergunta Chomsky. Por que os EUA ainda considera todo o mundo  como "territórios submetidos " que pode e até deve controlar e modificar para atender às seua próprios interesses?, continua.

Os EUA  continua a ser a principal potência do mundo, uma posição alcançada após a Segunda Guerra Mundial e ainda mantendo com "violência imutável e arrogância", e a China não pode ser considerada como um concorrente capaz de desafiar essa  liderança, segundo Chomsky . A China não tem poder militar  comparável como os EUA, já que  não têm bases militares e aliados ao redor do mundo, seus  gastos militares não são comparáveis com os EUA e "não pretende impor o seu modelo sócio-econômico", explica. Em vez disso, os gastos militares americanos são "mais ou menos equivalentes ao resto do mundo em conjunto."

No entanto, o mundo está obcecado  pelo medo da China, principalmente devido a práticas dos meios de comunicação que , buscam  notícias bombásticas, só são capazes de "alimentar estereótipos , em vez de investigar e analisar os acontecimentos reais." No entanto, de acordo com uma pesquisa, o país que representa uma maior ameaça para o mundo, segundo 70% dos entrevistados europeus, é os EUA, seguido por Paquistão, Índia e China, que está em quarto lugar com apenas 10% dos votos, diz Chomsky. Graças à sua experiência histórica, "Os europeus sabem diferenciar a ameaça real de uma falsa", conclui.

Alguns conflitos no mundo foram reativados pelos EUA, não apenas de maneira ativa, mas também passiva. Em 1994, dos Estados Unidos e Coréia do Norte estavam a ponto de concordar em assinar um tratado de paz, mas o ex-líder dos EUA, Bill Clinton, preferiu "esquecer" o país asiático para se envolver no conflito israel-palestino, enquanto George Bush   nada fez  para avançar o acordo, conta Chomsky . "Foi EUA que violou os acordos e, assim, provocou  a corrida armamentista nuclear, "apesar de  que a imprensa mundial coloque  toda a culpa sobre a Coreia do Norte, conclui Chomsky.

Se os EUA realmente quer melhorar as relações com a Coreia do Norte deve retornar  as negociações e convencer a Coreia do Sul para articular uma política de abertura e diálogo com seu vizinho do norte ", através de intercâmbios culturais e econômicos", e talvez deixar de  organizar semestralmente exercícios militares  em larga escala " nas narinas  de Pyongyang", assegura o linguista.

Enquanto isso, a Europa está sob o ditado do Bundesbank e dos funcionários de  Bruxelas, e isso já  é estar  longe da democracia. Os cidadãos europeus contemplam como "se reduzem, se não, como se eliminam, seus direitos." Agora não importa quem vença a eleição, porque se não se submeter a Bruxelas será "crucificado" e "expulso do palco político europeu", como aconteceu com o ex-primeiro-ministro grego George Papandreou, conclui Chomsky .

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