Dirk Brengelmann: Os 25 anos da queda do Muro de Berlim
09/11/2014
Hoje faz 25 anos que o Muro de Berlim
caiu. As imagens percorreram o mundo quando foram abertas as fronteiras em
Berlim, e as pessoas do oeste e do leste se abraçaram.
Eu mesmo me lembro bem do 9 de novembro
de 1989: inicialmente a gente nem podia acreditar no que estava acontecendo
perante nossos olhos. Ao mesmo tempo, eram momentos de grande alegria e de
satisfação ao constatar que finalmente a divisão alemã, artificial desde o
início, havia sido superada, uma divisão que por décadas havia separado
cidadãos, amigos e famílias de ambas as partes da Alemanha. (...)
A queda do Muro de Berlim foi resultado
de uma revolução popular pacífica com o lema "nós somos o povo",
posteriormente "nós somos um povo". A dimensão internacional da
reunificação foi ultimada um ano depois, no Tratado Dois Mais Quatro, firmado
entre os dois Estados alemães, de um lado, e os EUA, o Reino Unido, a França e
a então União Soviética, de outro. (...)
Os primeiros anos da Unidade Alemã
foram um árduo caminho a galgar. Até hoje a "construção do Leste"
continua sendo um desafio para toda a Alemanha. Todavia, muito se alcançou nos
últimos 25 anos: em muitas áreas –da
Previdência Social à infraestrutura de transportes– pode-se constatar poucas
diferenças entre a Alemanha Ocidental e a Oriental. (grifos meus)
Para as gerações mais jovens, que não
têm uma lembrança da divisão alemã, não se questiona mais se o leste e o oeste
cresceram juntos. Para eles, a Alemanha reunificada é natural. (...)
No entanto, a queda do Muro de Berlim
foi muito mais do que um acontecimento puramente alemão: ele aplainou o caminho
para o final do conflito leste-oeste, que marcou o mundo após a Segunda Guerra
Mundial, criando o fundamento para a integração da Europa Ocidental e Oriental
no âmbito da União Europeia, que hoje abrange 28 Estados-membros. (...)
O 9 de novembro, o dia em que o Muro
caiu, é motivo de alegria, mas ao mesmo tempo é um alerta e um compromisso:
paz, liberdade, democracia não são eternas garantias se não nos empenharmos
diariamente nessa tarefa.
DIRK BRENGELMANN, 58, é embaixador da República Federal da Alemanha
O texto acima, publicado hoje na Folha de São Paulo, é mais uma farsa, mais uma história mal contada. Por que? Porque não se fala do Muro que separa os EUA do México, incomensuravelmente mais extenso que o antigo Muro de Berlim e que matou. até agora, mais gente do que durante a existência do " muro da vergonha". Também não se fala do Muro construído por Israel para isolar, num gueto, o povo palestino. Dai a minha assertiva: uma história mal contada.
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