Muro de 
            Berlim: 223 mortos.
Muro que separa os EUA do México: 5,6 mil mortos
Muro que separa os EUA do México: 5,6 mil mortos
No aniversário de 25 anos da queda do Muro 
            de Berlim, o mundo convive com uma série de barreiras que servem 
            para conter a livre circulação de pessoas. O muro que divide a 
            Cisjordânia de Israel e o que impede a passagem de imigrantes 
            mexicanos para os Estados Unidos são os mais conhecidos, mas há 
            outros. 
            
O exemplo mais recente vem da Eslováquia. Em outubro, uma muralha 
            de 150 metros de comprimento e dois de altura foi erguida na cidade 
            de Ostrovany, uma comunidade rural no nordeste do país, com o 
            intuito de isolar um acampamento de ciganos. 
            
A ação, aprovada em 2008 pelas autoridades locais e colocada em 
            prática na última semana, é o último capítulo da crescente tensão 
            entre os habitantes da localidade e os ciganos. Os habitantes de 
            Ostrovany os acusam de roubar frutas dos jardins privados. Episódios 
            violentos foram registrados, como a morte de um fazendeiro por 
            membros da comunidade cigana e manifestações de grupos de 
            extrema-direita para qualificar o que chamam de “terror cigano”. 
            
O prefeito de Ostrovany, Cyril Revákl, afirmou ao diário eslovaco 
            SME que a medida não é racista. “Sei que há muita gente decente 
            vivendo entre os ciganos, mas ninguém deve passar pelo inferno 
            diário de enfrentamentos”.Já a secretaria que representa a 
            comunidade cigana anunciou que investigará a construção do muro. O 
            responsável, Ludovít Galbavý, classificou a construção como 
            “discriminatória”. 
            
Israel e Palestina Um dos mais emblemáticos e polêmicos muros atuais é o que separa Israel do território palestino da Cisjordânia. Uma pequena parte dele (cerca de 20%) coincide com a antiga Linha Verde, fronteira definida em 1948; os 80% restantes situam-se em terras palestinas.
A muralha começou a ser construída em 2002, durante o governo do 
            ex-primeiro ministro israelense Ariel Sharon, com a justificativa de 
            evitar a entrada de terroristas em Israel. O Tribunal Penal 
            Internacional a declarou ilegal em 2004, pois ela corta terras 
            palestinas e isola cerca de 450 mil pessoas.De acordo com dados de 
            abril de 2006 fornecidos por Israel, a extensão total da barreira é 
            de 721 km, dos quais 58,04% estão construídos, 8,96% em construção e 
            33% por construir. Veja o mapa atual. 
            
Às vésperas do aniversário da queda do Muro de Berlim, jovens 
            palestinos derrubaram na sexta-feira (6) uma parte da construção na 
            cidade árabe de Naalin e foram repreendidos por militares 
            israelenses com bombas de gás lacrimogêneo (foto abaixo). “Não 
            importa o quão alto sejam, todos os muros cairão”, proclamava um 
            cartaz colocado na estrutura pelos jovens. 
            
Para o analista israelense Michael Warschawski, diretor do Centro 
            de Informação Alternativa, o muro tem um impacto duplo: “Primeiro, 
            porque condena os palestinos a viverem em um gueto forçado. Segundo, 
            porque reflete a política distorcida de isolamento de Israel, que 
            prefere resolver seus problemas pela separação.” 
            
De acordo com Warschawski, a ineficácia da construção, que chega 
            a dividir cidades inteiras, é comprovada. “O muro não interrompe 
            completamente a circulação de pessoas. Para cruzar os territórios, 
            existem alternativas”. 
            
EUA e México 
Com o propósito de impedir a entrada de imigrantes ilegais mexicanos, os Estados Unidos ergueram um muro de 3.141 quilômetros na fronteira, que abrange os estados do Texas, Califórnia, Novo México e Arizona.
Com o propósito de impedir a entrada de imigrantes ilegais mexicanos, os Estados Unidos ergueram um muro de 3.141 quilômetros na fronteira, que abrange os estados do Texas, Califórnia, Novo México e Arizona.
Desde 1994, quando a muralha começou a ser construída na gestão 
            do ex-presidente Bill Clinton, mais de 5,6 mil pessoas morreram 
            tentando atravessar para o lado norte-americano, segundo um 
            relatório do escritório de contabilidade da Casa Branca (GAO, na 
            sigla em inglês). Além disso, as causas das mortes mudaram. Antes 
            eram provocadas por acidentes de trânsito, já que os imigrantes 
            corriam em rodovias nas áreas fronteiriças. Agora, acontecem por 
            hipotermia no deserto ou afogamentos no rio Grande. 
            
O documento também apontou que os custos são igualmente altos. 
            Cada vez que surge um buraco, são gastos 1.300 dólares no conserto. 
            A manutenção do trecho de 1.058 km com uma cerca de duas camadas na 
            fronteira EUA-México deverá custar 6,5 bilhões de dólares nos 
            próximos 20 anos. 
            “É um desperdício de recursos e criatividade”, avaliou Jorge Mario Cabrera Valladares, da Coalizão por Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA na sigla em inglês), à agência EFE. “Nosso dinheiro pago em impostos está sendo desperdiçado em uma estratégia velha e ineficiente em vez de trabalharmos em uma reforma séria, de longo prazo e aplicável à imigração”.
Neste site, é possível acompanhar pequenas histórias de imigração 
            ao longo da fronteira. Neste filme, os diretores mostram o trabalho 
            do grupo Beta na cidade de Nogales, que busca 
            convencer os mexicanos a não cruzarem para o lado norte-americano. 
            
Brasil 
O Rio de Janeiro também tem seu muro, construído com o argumento de evitar que construções precárias em favelas destruam trechos da vegetação da Mata Atlântica. No entanto, ONGs e movimentos sociais alegam ser na verdade uma forma de separar as partes mais ricas da sociedade das mais humildes.
"Não há discriminação. Pelo contrário, nós estamos construindo 
            casas para eles em todos os lugares e melhorando suas vidas", disse 
            Tania Lazzoli, porta-voz da Secretaria de Obras Públicas do governo. 
            O Rio de Janeiro também tem seu muro, construído com o argumento de evitar que construções precárias em favelas destruam trechos da vegetação da Mata Atlântica. No entanto, ONGs e movimentos sociais alegam ser na verdade uma forma de separar as partes mais ricas da sociedade das mais humildes.
Em março, o escritor português José Saramago criticou a ação em seu blog: “Cá para baixo, na Cidade Maravilhosa, a do samba e do carnaval, a situação não está melhor. A ideia, agora, é rodear as favelas com um muro de cimento armado de três metros de altura. Tivemos o Muro de Berlim, temos os muros da Palestina, agora os do Rio. Entretanto, o crime organizado campeia por toda a parte, as cumplicidades verticais e horizontais penetram nos aparelhos de Estado e na sociedade em geral”.
No morro Santa Marta, já foram construídos mais de 600 metros de 
            muro, enquanto na Rocinha o governo concordou em limitá-lo às zonas 
            com risco de deslizamento. O restante será transformado em sítios 
            ecológicos e reservas naturais. 
            
Fonte: Opera Mundi. 
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