SEMENTES EM PERIGO
Esther Vivas (*)
"Grão que em várias formas produz as plantas e que ao cair ou ser semeado produz novas plantas da mesma espécie." Assim, a Real Academia Espanhola define a palavra "semente". Mas, na realidade, uma "semente" é muito mais. A semente é o primeiro passo para a vida, o fruto, a comida. Embora, apesar do papel central na agricultura, hoje muitas sementes estão em perigo de extinção.
Se ao longo de 12.000 anos de agricultura, foram manejadas cerca de 7.000 espécies de plantas e milhares de raças de animais para a alimentação; na atualidade, de acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica, apenas quinze variedades de cultivos e oito de animais representam 90% da nossa alimentação.
Essa perda da agrodiversidade genética tem conseqüências negativas não só ecológicos, mas envolve o desaparecimento de conhecimento, conhecimentos gastronômicos, princípios nutricionais e ameaça a nossa segurança alimentar, e dependência de uns poucos cultivos.
A globalização dos alimentos, em seu caminho para mercantilizar e fazer negócios com os alimentos, tem contribuído, em poucos anos, ao desaparecimento de centenas de variedades agrícolas e da pecuária. E tem priorizado aquelas que melhor se adaptam às necessidades do mercado: ser movimentadas à longas distâncias, exigindo menos cuidados, boa aparência, mais produtiva, etc.
Esther Vivas
"Grão que em várias formas produz as plantas e que ao cair ou ser semeado produz novas plantas da mesma espécie." Assim, a Real Academia Espanhola define a palavra "semente". Mas, na realidade, uma "semente" é muito mais. A semente é o primeiro passo para a vida, o fruto, a comida. Embora, apesar do papel central na agricultura, hoje muitas sementes estão em perigo de extinção.
Se ao longo de 12.000 anos de agricultura, foram manejadas cerca de 7.000 espécies de plantas e milhares de raças de animais para a alimentação; na atualidade, de acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica, apenas quinze variedades de cultivos e oito de animais representam 90% da nossa alimentação.
Essa perda da agrodiversidade genética tem conseqüências negativas não só ecológicos, mas envolve o desaparecimento de conhecimento, conhecimentos gastronômicos, princípios nutricionais e ameaça a nossa segurança alimentar, e dependência de uns poucos cultivos.
A globalização dos alimentos, em seu caminho para mercantilizar e fazer negócios com os alimentos, tem contribuído, em poucos anos, ao desaparecimento de centenas de variedades agrícolas e da pecuária. E tem priorizado aquelas que melhor se adaptam às necessidades do mercado: ser movimentadas à longas distâncias, exigindo menos cuidados, boa aparência, mais produtiva, etc.
Agricultura industrial intensiva, a partir da Revolução Verde, nos anos 60/70, com o teórico fim de melhorar e modernizar a produção agricola e de alimentos, acabou impondo sementes industriais , desacreditando as sementes camponesas e privatizando o seu uso. Ao assinar os contratos, o campesinato tornou-se dependente da compra anual de sementes, sem possibilidade de poder guardá-las após a colheita e plantá-las na próxima safra.
As sementes, que representam um bem comum, foram privatizadas, patenteadas e, finalmente, "seqüestradas". E agora, o mercado mundial de sementes é altamente monopolizado; 10 empresas controlam 70% do mesmo.
Segundo o Movimento Internacioal da Via Camepsina , " Somos vítimas de uma guerra pelo controle das sementes. E o resultado dessa guerra determinará o futuro da humanidade, porque das sementes dependemos todos para nossa alimentação diária ".
* Esther Vivas é co-autora do livro "Do campo à mesa. Os circuitos de produção e distribuição de alimentos ".
Fonte: rebelion.org
Tradução e adaptação: Valdir Silveira
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