UMA TURNÊ POR TERRAS EMERGENTES
O Brasil é um dos objetivos da cobiça estrangeira liderada pela China, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e investidores americanos. As compras de terras brasileiras somaram um total de 2,6 milhões de hectares no período. Para os bancos o objetivo dos investidores é garantir o acesso aos alimentos e água.
Uma viagem através das terras agrícolas levou os investidores estrangeiros a comprar pelo menos 83 milhões de hectares nos países em desenvolvimento no período de 2000/2010, de acordo com a análise do Banco Deutsche baseado em dados de Land Matrix, um banco de dados público para esses tipos de negócios.
Mas, ao mesmo tempo os investidores brasileiros também compraram terras na África, especialmente no Sudão, a fim de plantar soja, algodão e outros produtos agrícolas, mas as preferências são continuar apostando nos países vizinhos, Paraguai e Bolívia. Os investimentos globais são baseadas em tendências de longo prazo como o aumento do consumo de alimentos e combustíveis num cenário de disponibilidade limitada de terras aráveis, água e energia. De acordo com o banco alemão, o objetivo destes investidores é garantir o acesso a alimentos e água, além de obter benefícios financeiros como um ativo alternativo. Grande parte da produção destas terras é exportada.
Dois terços dos países no âmbito destas operações terá um aumento do consumo de água em mais de 12% devido a estas compras de grandes dimensões terras.
Dada a falta de transparência deste tipo de investimentos o banco considera "confiáveis" pelo menos metade das operações registradas, o que significa que os estrangeiros compraram 32,7 milhões de hectares, ou seja o equivalente à soma dos territórios da Alemanha, Bélgica e Holanda, isto é 7% das terras agrícolas do mundo.
O estudo mostra que se entre os investidores privados se os destacam od americanos, entre os estatais são os do Golfo Pérsico. Mas ultimamente os que aumentaram suas compras no exterior são países como a China (em grande parte estatais), Brasil, África do Sul e Índia, entre os emergentes asiáticos.
O Banco Deutsche afirma que existem riscos significativos" associados aos investimentos em terras agrícolas. O principal desafio é o respeitos aos direitos econômicos e sociais as populações locais, assim como a preservação da sustentabilidade ambiental.
Mas para a Deutsche há evidências de que também pode funcionar modelos de cooperação entre investidores e pequenos agricultores, um exemplo é a garantia da produção. De acordo com a instituição, associações como essas podem beneficiar a produtividade e reduzir a pobreza sem, necessariamente, ter que transferir as terras.
Para os financiadores, diz o banco, os investimentos em terras agrícolas são atraentes por várias razões. Começando com a boa perspectiva de lucro a longo prazo diante do aumento esperado da demanda de alimentos e a subida dos preços. A renda varia de acordo com a região e pode chegar a 20% na África e até 30% no Brasil.
Fonte:rebelion.org
Traduação e adaptação: Valdir Silveira
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