ENTREVISTA COM JAMES PETRAS
Em entrevista concedida ao
jornalista Efrain Chury Iribarne James Petras respondeu a perguntas sobre o
Brasil.
EChI: No Brasil Dilma
Rousseff lançou-se à reeleição.
JP: Sim, foi unânime entre todos os chamados delegados. Há uns dez anos fiz um estudo sobre a representatividade dos delegados ao Congresso do Partidos dos Trabalhadores do Brasil (PT) onde, aparte uma minoria de sindicalistas, 90% dos delegados do PT são profissionais liberais, advogados, políticos profissionais. Não há nada de operário ali e muito menos consultam os operários acerca do programa ou do tipo de campanha.
O PT é um partido de classe media que procura associar-se com o grande capital. Nesse sentido têm aplicado no Brasil a fórmula tradicional de clientelismo com programas dirigidos à pobreza, e do outro lado a fortalecer o capital monopolista no Brasil.
Não tenho dúvidas de que Rousseff vai ganhar las eleições porque tem o apoio dos sindicatos, dos multimilionários, tem bom financiamento, tem aliança com o partido do centro direita, o PMDB – que tem uma boa máquina eleitoral particularmente nas províncias-; esta combinação talvez não consiga ganhar na primeira volta, mas na segunda seguramente que ganha alcançando alguma coisa como 55% dos votos. Não é a esmagadora maioria dos anos anteriores porque não cumpriram com muitas promessas e não ganharam muita simpatia com a prodigalidade realizada para organizar a Copa do Mundo.
Há desconfiança, há protestos, há desencanto, mas as alternativas são piores ainda. São mais neoliberais e sem as políticas assistencialistas.
Então creio que ao ser o mal menor, provavelmente o eleitorado vai votar em Rousseff, embora com uma alta taxa de abstenção e com a ampliação dos protestos.
JP: Sim, foi unânime entre todos os chamados delegados. Há uns dez anos fiz um estudo sobre a representatividade dos delegados ao Congresso do Partidos dos Trabalhadores do Brasil (PT) onde, aparte uma minoria de sindicalistas, 90% dos delegados do PT são profissionais liberais, advogados, políticos profissionais. Não há nada de operário ali e muito menos consultam os operários acerca do programa ou do tipo de campanha.
O PT é um partido de classe media que procura associar-se com o grande capital. Nesse sentido têm aplicado no Brasil a fórmula tradicional de clientelismo com programas dirigidos à pobreza, e do outro lado a fortalecer o capital monopolista no Brasil.
Não tenho dúvidas de que Rousseff vai ganhar las eleições porque tem o apoio dos sindicatos, dos multimilionários, tem bom financiamento, tem aliança com o partido do centro direita, o PMDB – que tem uma boa máquina eleitoral particularmente nas províncias-; esta combinação talvez não consiga ganhar na primeira volta, mas na segunda seguramente que ganha alcançando alguma coisa como 55% dos votos. Não é a esmagadora maioria dos anos anteriores porque não cumpriram com muitas promessas e não ganharam muita simpatia com a prodigalidade realizada para organizar a Copa do Mundo.
Há desconfiança, há protestos, há desencanto, mas as alternativas são piores ainda. São mais neoliberais e sem as políticas assistencialistas.
Então creio que ao ser o mal menor, provavelmente o eleitorado vai votar em Rousseff, embora com uma alta taxa de abstenção e com a ampliação dos protestos.
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