“Derrotemos o fascismo e seus métodos com a verdade, o trabalho revolucionário e a força da união, sigamos avançando sem vacilar”, escreveu o mandatário. Diante das reiteradas tentativas de golpe e desestabilização no país, como a recusa por parte da oposição de aceitar os resultados eleitorais de abril, o chamado à violência após as eleições e as reiteradas “denúncias” de divisão dentro do chavismo, o presidente reafirmou, também, sua lealdade com os ideais bolivarianos e chavistas: "a Revolução de Bolívar e Chávez é nosso compromisso de vida, com força moral e humana. A seguir teu caminho de Pátria, Comandante Supremo…”.
No centro da polêmica, o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, também desmentiu a suposta tentativa de fragmentação e insistiu na "unidade monolítica das forças revolucionárias em torno do companheiro Nicolás Maduro, a quem damos todo o nosso apoio". E assegurou à imprensa que não há formas de a oposição conseguir dividir o chavismo.
As declarações, divulgadas pelo canal Globovisión e difundidas nacional e internacionalmente, falam sobre uma hipotética ruptura no interior do chavismo. Nelas, Mario Silva, em uma suposta conversa telefônica com Aramis Palácios, chefe da inteligência cubana, alerta que há rumores de que o ministro da Defesa, Diego Moleiro, prepara um plano para derrubar Maduro. Também afirma que o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello – um dos principais lideres do chavismo, ao lado de Maduro –, controla partes do aparato militar, opera um amplo esquema de corrupção e conspira contra o presidente.
Em um comunicado divulgado pela Venezuelana de Televisão (VTV), Mario Silva desmentiu a gravação que, segundo ele, foi forjada pela CIA e pelo Mossad (agência de inteligência israelense) com montagens de trechos do programa La Hojilla, transmitido há nove anos no país e do programa radiofônico Ninho do Cuco, no ar há um ano: “ Sabíamos que corríamos risco ao expor as ações da Mossad sobre tudo ao desnudar sua manipulação na web. O cerco se evidencia pelo vôo feito sobre a MK45 [rádio local], vôo que foi denunciado e neutralizado pelas autoridades. Dos áudios desses programas puderam retirar as palavras e expressões que usaram para montar este discurso que obedeceu ao plano sinistro que hoje observamos na Globovisión”.
Diante do cenário de desestabilização no país, o Partido Comunista da Venezuela (PCV), divulgou uma nota na qual destaca a importância de ter claro qual é “a intenção da direita pró-imperialista com a difusão [do suposto áudio]”, cujo objetivo é “dividir, desmoralizar e desmobilizar as forças populares”. Os comunistas venezuelanos denunciam ainda o plano da direita para “acumular condições que produzam uma crise política, para nos fazer cair em provocações e golpear o processo através de algumas individualidades que são referenciais para diversos setores do povo”, em alusão à popularidade de Mario Silva entre os diversos segmentos chavistas. Para o partido, “é natural que, entre diferentes setores e frações das forças do processo, se manifestem as tensões próprias da luta de classes”. Por fim, o texto saúda a disponibilidade apresentada por Mario Silva às investigações e faz um chamado às instituições do Estado venezuelano para que sejam levadas até as últimas conseqüências as investigações sobre a autenticidade do áudio, bem como os supostos fatos narrados no mesmo.
Fonte: Vanessa Silva - Sítio Vermelho
Sem comentários:
Enviar um comentário