sexta-feira, 21 de junho de 2013

NOSSA PARTICIPAÇÃO DIALÉTICA

O texto abaixo ,está no meu livro Escritos de Resistência,  escrevi em 1985, portanto há 28 anos; isto quer dizer que a maioria esmagadora dos participantes da manifestações estavam nascendo e eu já militava no PCB-Partido Comunista Brasileiro, na clandestinidade, mas atuava nas fileiras do PMDB. O que escrevi cabe como uma luva na situação do momento. Vejam que falo no "caos", na "baderna" e outras coisas mais; a única novidade é que hoje não podem culpar o "comunismo" aqui no Brasil, agora culpam o "lulopetismo". No meu livro Variedades do Cotidiano, que recomendo a leitura, tem dois textos:Lula Presidente: uma proposta para a governabilidade(escrito em 30/09/2002) e Carta Aberta ao Presidente Lula(escrito em 06/11/2002)- artigos que recomendo a militância do PT e demais esquerdistas lerem- onde numa análise marxista, portanto numa visão dialética já descrevíamos as agruras que o governo, encabeçado por um petista, psassaria. É o que está acontecendo. E vejam o porquê da minha filha, que digitou os textos e autora das capas dos livro,  ter me chamado de " velho bruxo" - em função da atualidade das minhas afirmações feitas há quase tres décadas-; no texto Lula, o governo e o poder(escrito em 20/07/2002) escrevi " Alguns neófitos, iludidos, estão achando que se Lula for eleito o PT estará no poder. Não pensem que com Lula no governo a classe operária estará ingressando no paraiso. Muitos infernos astrais nos esperam". Nesse texto eu já falava,também, na Vigilia Cívica. Foram frases vaticinadas pelo "bruxo" Valdir. Ponham inferno astral nisso!  
       
                            POR UMA VIGÍLIA CÍVICA

A a(o (...) cidadão brasileiro que estiver comprometido com mudanças sociais profundas, que quiser lutar pela nossa soberania, que lutou pelas eleições diretas e que deseja uma Assembléia Nacional Constituinte livre, democrática e soberana tem que fazer permanentemente uma vigília cívica. Uma vigília cívica contra os sectários e suas inconseqüências. Uma vigília cívica contra os provocadores contumazes que apostam na desestabilização das instituições;  contra os oportunistas e adesistas de última hora, que com suas práticas bajulatórias tentam se assegurar. Uma vigília cívica contra os que querem e tentam se encastelar no poder e continuar o “tráfico de influências”, os lobbies espúrios, para remontar a máquina da corrupção e assim desmoralizar o governo. Uma vigília cívica para denunciar o revanchismo dos que querem confundir a opinião pública, contra os democratas que combatem as negociatas, as propinas, as dilapidações e malversações do patrimônio público. Uma vigília pública, para mostrar e demonstrar aos saudosistas da política elitista e autoritária dos arrochos salariais que não é revanchismo lutar contra a prostituição, a delinqüência juvenil, as drogas, a destruição do nosso ensino, a fome e a miséria que assola o país, frutos dos anos de desgoverno. Revanchismo é querer manter incólume essa situação de desesperança, essa subversão que infelicita a nação.
A sociedade tem que praticar a vigília cívica a cada segundo, permanentemente, para que os maus brasileiros, capitaneados pelas multinacionais e organismos internacionais interessados em nos dominar – a exemplo de 1964, quando o embaixador Lincoln Gordon dava ordens na embaixada norte-americana – voltem a criar “o caos” “a baderna”, “o comunismo”, etc., como desculpas e subterfúgios para golpear.
             
(..)Daí a nossa preocupação com uma vigília cívica, porque estas forças, que Jânio infantilmente classificou de “ocultas”, estão bem presentes através da ação dos seus intelectuais e tecnoburocratas, que sofismam com muita sabedoria, usando um linguajar que chega a confundir os que buscam “soluções mágicas”, porque desconhecem a dinâmica do processo político.
              Por isso a conclamação a todos os homens de bem do Estado do Paraná e da nação, para que dêem tudo de si em torno da defesa da nossa soberania através de uma permanente vigília cívica, não permitindo a volta do arbítrio


Publicado originalmente no:

Jornal do Partido do Movimento Democrático Brasileiro
PMDB, Curitiba – n°5, Janeiro de 1985


                                                 

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