terça-feira, 3 de junho de 2014

OS ESTERTORES DA MONARQUIA FASCISTA


Agonia de uma Monarquia



Pouco inteligente, corrupto, envolvido numa sucessão de escândalos, cúmplice de políticas repressivas, Juan Carlos de Bourbon foi o herdeiro da ditadura franquista, escolhido pelo Caudilho fascista para lhe suceder.
Ao transferir para o filho a chefia do Estado, milhões de espanhóis não esqueceram que na juventude jurou fidelidade ao regime.
A sua mensagem de renúncia, redigida num estilo imperial, é um modelo de hipocrisia. Apresenta o seu reinado de 39 anos como era de bem-estar e progresso, ocultando a realidade: um país afundado numa crise pantanosa, com a mais elevada taxa de desemprego da Europa, no qual as massas se manifestam quase diariamente contra o sistema que as oprime, semeando a desigualdade e a pobreza.
Não surpreende que os partidos que têm desgovernado o país, o PSOE e o PP, cúmplices de Juan Carlos, o elogiem na hora da abdicação.
Mas a imagem que fica do rei, no seu adeus, é tão sombria que até os órgãos de comunicação social que sempre o defenderam recordam hoje a podridão que envolve o herdeiro escolhido por Franco.
Pormenores de múltiplos escândalos são agora revelados e tema de críticas tardias: as contas bancárias na Suíça; os segredos de alcova; a solidariedade camuflada com a infanta e o genro, responsáveis pelo branqueamento de capitais e desvio de fundos públicos; a famosa caçada no Botswana acompanhado de uma princesa alemã; as suas ligações com grandes transnacionais.
Os povos da Espanha não esperaram pelo ato formal da abdicação para afirmar nas ruas a sua recusa da saída monárquica, apoiada pelos partidos do sistema.
Ontem mesmo foi convocada para a Puerta del Sol em Madrid uma primeira manifestação, exigindo a proclamação da Republica. Dezenas mais estão sendo convocadas em outras cidades.
A evolução da crise no país vizinho desaconselha previsões. As incógnitas são muitas.
Mas, como sujeito da Historia, caberá ao povo de Cervantes recolocar a Espanha num rumo que responda às suas aspirações.
Os Editores de ODiário.info

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