No centro de Bruxelas, capital da União Européia, se situa uma área de uns poucos quilômetros, e sede de uma das maiores concentrações de poder político do mundo. Diversas instituições chaves da UE (Comissão européia, Parlamento, Conselho) se encontram localizadas no Bairro Europeu, assim como milhares de escritórios que abrigam os que querem influir na tomada de decisões comunitárias. Bruxelas se converteu num imã para os grupos de pressão ou lobbies. São estimados entre 15 à 30 mil os profissionais que representam empresas, setores industriais, agricultores, grupos da sociedade civil, sindicatos e outros. Os que representam as grandes empresas são os mais numerosos, é óbvio. Esses lobistas, que não são muito visíveis, são privilegiados cujas agendas, frequentemente, coincidem com as dos dirigentes da UE, em detrimento do interesse público.
Recente trabalho publicado Lobby Planet Bruselas – El barrio Europeo , aborda o que chamam de as peças chaves no lobby das finanças, do clima e dos alimentos e biotecnologia.
O LOBBY DO CLIMA
O lobby industrial tem um papel fundamental na política de debilitar e minar a efetividade das políticas climáticas da União Européia. Como resultado, a política climática da UE é uma mistura de objetivos de redução de emissões de CO2 pouco ambiciosas, comércio de emissões e outras “falsas soluções” que, além disso, são perigosas, como os agro-combustíveis. Uma série de medidas que tem permitido às grandes empresas continuar contaminando e por sua vez tirar proveito dos novos mercados. Entre essas grandes empresas citamos a BP- British Petroleum, a Shell, a Vattenfall. Companhia energética sueca, a Asociación Internacional para el Comercio da Emisiones(IETA), a Daimier, industria automobilística e a Asociación Internacional de Transporte Aéreo(IATA), todas localizadas no centro nevrálgico de Bruxelas.
O LOBBY ALIMENTAR E DA BIOTECNOLOGIA
O setor empresarial agro alimentar cobre desde as sementes e os agroquímicos até o processamento de alimentos e sua distribuição, e exerce pressão em Bruxelas mediante a atuação de inumeráveis grupos de pressão.
O grupo de pressão desse segmento está representado, no centro nevrálgico de Bruxelas, pelas seguintes empresas: EuropaBio- grupo de pressão das numerosas empresas de biotecnologia, EuroCommerce que representa aproximadamente 6 milhões de comerciantes, entre eles o Carrefour, Auchan e o McDonald’s, FEFAC-Federación Europea de Fabricantes de Piensos (Ração), Consejo Europeo de Información sobre la Alimentación (EUFIC), Food and Drink Europe(FDE), Asociación Europea de Semillas(ESA), que faz lobby, pressão em favor dos OGMs e o Comitê Europeo de Enlace para el Comercio de Productos Agroalimentarios(CELCAA).
Em Bruxelas o lobby da biotecnologia opera sobre tudo através dos grupos de pressão EuropaBio – que representa todo o setor de biotecnologia- e a Associação Européia de Sementes(ESA). As empresas de biotecnologia como a Monsanto, Syngenta, Pionner, Bayer Cropscience, Basf, Dow Agroscience, Basf, Dow Agroscience e Novastis, são membros de ambos os grupos, porém muitas tem também seus próprios escritórios de lobby em Bruxelas.
As empresas de biotecnologia não têm conseguido convencer ao público europeu dos supostos benefícios ou da necessidade dos cultivos geneticamente modificados. Muitos estados membros da EU continuam reagindo ao consumo de alimentos geneticamente modificados e durante os últimos 14 anos tem negado autorização para o cultivo na UE de novas variedades OGM.
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