OS PRECONCEITOS E O
"MODELO SOVIÉTICO"
O prestígio da União
Soviética, obrigou as forças do capital a cedências. As forças pró-capitalistas
empenharam-se e empenham-se em denegrir as experiências socialistas. O
capitalismo é apresentado como liberdade e "direitos humanos" e o
socialismo "ditadura de esquerda". Procede-se assim ao branqueamento
dos crimes do capitalismo. Deixemos os próprios falar por si.
Em Maio de 1996, depois de
cinco anos de sanções e bombardeamentos contra o Iraque, no programa "CBS
60 minutos" foi feita a seguinte pergunta à embaixadora dos EUA na ONU,
Madeline Albright: "Ouvimos dizer que meio milhão de crianças morreu (em
consequência da política americana contra o Iraque). Valeu a pena pagar esse
preço?" Resposta: "Nós pensamos que valeu a pena." (vídeo
disponível em http://www.informationclearinghouse.info/ ). O
"trabalhista" Tony Blair disse algo semelhante no parlamento inglês.
Declarou Wayne Smith
ex-chefe da secção em Havana dos interesses dos EUA sob a administração de Reagan:
"Democracia e direitos humanos interessam-nos muito pouco. Utilizamos
essas palavras para esconder os nossos verdadeiros motivos. Se a democracia e
os direitos humanos nos importassem, nossos inimigos seriam a Indonésia, a
Turquia, o Peru ou a Colômbia, por exemplo. Porque a situação em Cuba, em
comparação com esses países e a maioria dos países do mundo, é
paradisíaca." [4]
Nos EUA há 2,3 milhões de
pessoas presas e mais 4,3 milhões em liberdade condicional totalizando cerca de
6,6 milhões de pessoas condenadas. De longe o líder mundial em colocar o seu
povo na cadeia. Acresce que o número de pessoas mortas pela polícia este ano já
superou as 500. [5]
Apesar disto, os
preconceitos e mentiras antissocialistas fazem uso do alibi do
"comunismo" e "estalinismo". O chamado "modelo
soviético" serve para desviar a discussão sobre o socialismo e suas formas
de transição. É claro que nunca existiu "comunismo", mas sim países
socialistas dirigidos por partidos comunistas ou afins.
Com o socialismo alcançou-se
um nível inédito de igualdade, segurança, serviços de saúde, habitação,
educação, emprego e cultura para todos os cidadãos. A produção industrial na
Rússia representava em 1913 cerca de 4% da produção mundial. Em meados dos anos
70 este indicador elevava-se a 20% na URSS. Um quarto dos cientistas do mundo
trabalhava na URSS. Nenhuma sociedade tinha até então conseguido em tão curto
espaço de tempo níveis de vida, consumo e segurança para toda a população e sem
conhecer crises económicas. [6] Como afirma a "Oposição de Esquerda"
ucraniana: a era Soviética, foi uma era de progresso económico, científico e
espiritual.
Com a perestroika foi posto
em prática um projeto para destruir o socialismo e a URSS. Iakovlev, um dos
principais colaboradores de Gorbatchov, declarou: "enfrentámos a tarefa
histórica decisiva de desmantelar todo um sistema social e económico com todas
as raízes ideológicas económicas e políticas". Na realidade, eram
social-democratas, gente seduzida pelo imperialismo, ansiosa por se lhe juntar
e partilhar as riquezas e o fausto das oligarquias ocidentais e seus
serventuários.
Apesar da intensa propaganda
para denegrir o socialismo e a URSS e elogiar os países capitalistas, "o
ocidente", apenas 18% dos cidadãos era favorável a que se fomentasse a
propriedade privada. Em 1991, num referendo, a esmagadora maioria da população
soviética desejava manter a União. Entre a votação mais baixa na Ucrânia com
70,3% e as repúblicas da Ásia Central com 90%, a Rússia pronunciava-se com
71,4%. Tiveram o cuidado de não o considerar vinculativo… Face á resistência do
Parlamento russo às políticas pró-capitalistas, Ieltsin ordenou o seu
bombardeamento matando e prendendo centenas de deputados e cidadãos. Nos países
capitalistas foi erigido aos píncaros como um herói da democracia.
Segundo o marxismo, o
socialismo não é ainda a sociedade perfeita permanecem contradições, embora não
antagónicas. Mas foram sociedades (e são) sujeitas à agressão, sabotagem,
conspirações. Os erros e desvios à legalidade e à democracia existiram e não
são escamoteados, porém as forças do capitalismo deformaram a sua natureza,
ampliaram números da ordem de 1 para 10. Quando os arquivos foram estudados –
por anti-soviéticos – os números reais foram escamoteados. [7]
[4] Wayne Smith, www.ciponline.org/programs/latin-america-rights-security
[5] US Debt Clock e Tom Hall e Andre Damon, US Police Killed Over 500 People This Year ,
[6] Dados e referências sobre URSS e Rússia em "O socialismo traído", Roger Keeran e Thomas Kenny, Ed. Avante, 2008
[7] Domenico Losurdo, Um outro olhar sobre Staline
Fonte:resistir.info [5] US Debt Clock e Tom Hall e Andre Damon, US Police Killed Over 500 People This Year ,
[6] Dados e referências sobre URSS e Rússia em "O socialismo traído", Roger Keeran e Thomas Kenny, Ed. Avante, 2008
[7] Domenico Losurdo, Um outro olhar sobre Staline
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