CAPITALISMO VERDE

Estou preparando um documento analisando um projeto do BID-Banco Interamericano de Desenvolvimento, denominado Capitalismo Verde. Lendo o Caderno Caminhos do Campo – Gazeta do Povo, 14/06/11- me deparei com uma matéria cuja manchete dizia: “ Projeto que estuda impacto da agropecuária ganha três parceiros”. O projeto Bioma está sendo desenvolvido pela CNA- Confederação Nacional da Agricultura, cuja presidenta é a senadora Katia Abreu, a mesma que defendeu, com unhas e dentes, o novo Código Florestal que protege madeireiros e latifundiários assassinos; e a EMBRAPA.  Os três parceiros são duas corporações multinacionais: a Monsanto, produtora dos transgêncos e a John Deere uma gigante  na produção de máquinas e equipamentos agrícolas; o outro parceiro é o Sebrae. Um dos objetivos do projeto bioma é o de “na fase inicial  dos trabalhos pesquisar argumentos técnicos para definir o que é produção sustentável em cada um dos biomas brasileiros: Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia, Pantanal, Caatinga e Pampas”. O outro objetivo  é “ criar fazendas que funcionem como vitrines tecnológicas, indicando como o produtor pode explorar a atividade rural de forma sustentável”.Vejam que os tecnocratas concebem a produção agrícola como se fosse uma loja, uma grife e defendem o sistema de produção “ como vitrines tecnológicas” , na  vesga visão reducionista. Ora, “explorar sustentavelmente” a Mata Atlântica, o Cerrado, a Amazônia, o Pantanal, a Caatinga e o Pampa gaucho é coisa de “ técnico” bufão. A Mata Atlântica está sendo sistematicamente agredida; no Cerrado a fauna e flora tem sido  destruída pela prática do correntão e queimadas, na Amazônia as queimadas, os desmates e o genocídio dos índios, bem como dos assassinatos praticados por madeireiros e latifundiários é o modus operandi vigente; quanto ao Pantanal, a forma com está sendo “ explorado” devia ser considerado crime de lesa pátria; a Caatinga todos sabem como vivem os que lá vegetam e o Pampa gaúcho é um caso que merece se estudado com muito carinho e seriedade; a desertificação já acontece naquelas paragens, principalmente no Alegrete.O projeto Biomas é a versão nacional do Capitalismo Verde; é uma maquiagem com a desculpa esfarrapada da sustentabilidade que nada mais é que o ecocapitalismo que só visa e lucro imediato e transfere todos os problemas para a geração futura.