O julgamento de ontem foi o quarto pela mesma acusação. Nos três julgamentos anteriores, Bida foi absolvido uma vez e condenado duas vezes. No último, em 2010, Bida foi condenado a 30 anos de prisão, mas o STF (Supremo Tribunal Federal) anulou o julgamento em maio deste ano, sob o entendimento de que a defesa do fazendeiro havia sido cerceada.
Juiz Raimundo Flexa preside o júri de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado pelo assassinato de Dorothy Stang |
Bida era dono de um lote de terra em Anapu (a 766 km de Belém) visado por Dorothy para a criação de um assentamento.
Cinco pessoas são acusadas de participar do crime: além de Bida, Regivaldo Galvão, o Taradão, também foi condenado como mandante, mas foi solto por força de habeas corpus em 2012.
Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista foram condenados, respectivamente, como autor e coautor do homicídio. Amair Feijoli, o Tato, foi acusado de ser o intermediário entre os executores e os mandantes.
O CRIME
O assassinato de Dorothy Stang, de repercussão internacional, foi motivado por disputa de terras, segundo a acusação.
A missionária foi assassinada aos 73 anos em 12 de fevereiro de 2005, com seis tiros disparados à queima-roupa por Rayfran, que estava acompanhado por Clodoaldo.
O crime ocorreu em uma estrada de terra de Anapu (766 km de Belém) próxima a um lote pertencente a fazendeiros que Dorothy queria para transformar em assentamento rural.
Rayfran e Clodoaldo trabalhavam para Tato, que tinha um pedaço de terra naquele lote.
Tato comprou sua terra de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida. Este, por sua vez, comprou de Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão.
Os dois foram condenados como mandantes da morte, mas negam envolvimento com o crime.
Rayfran deixou o regime fechado neste ano, e cumpre prisão domiciliar. Tato cumpre pena em regime fechado, e Clodoaldo permanece foragido.
Bida está preso, e Taradão foi solto por um habeas corpus em agosto do ano passado.
Fonte: Folha de São Paulo, 20 de setembro/2013
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