quarta-feira, 18 de setembro de 2013

OS 161 VAMPIROS DO CAPITALISMO (I)


Vamos dividir o presente estudo resumindo-o em 5 partes para não cansar o leitor com um texto muito longo. No final de cada parte do texto  estão as referências, bem como  o site onde quem estiver interessado poderá acessar o documento na íntegra. Recomendo-o pela importância fundamental na compreensão e desvendamento dos escaninhos da exploração da Classe Capitalista Transnacional – CCT, sanguessugas e vampiros que exploram a humanidade.
Desvendar o núcleo financeiro da classe capitalista transnacional
– Os 161 indivíduos do topo
por Peter Phillips e Brady Osborne [*]

Neste estudo, decidimos identificar em pormenor as pessoas nos conselhos de administração (CA) (boards of directors) das dez principais firmas de administração de ativo e as dez principais corporações mais centralizadas no mundo. Devido a sobreposições, há um total de treze firmas, as quais coletivamente têm 161 administradores nos seus CA. Pensamos que este grupo de 161 indivíduos representa o núcleo financeiro da classe capitalista transnacional do mundo. Eles administram coletivamente U$23,91 trilhões  em fundos e operam em praticamente todos os países do mundo. Eles constituem o centro do capital financeiro que movimenta o sistema econômico global. Os governos ocidentais e os corpos políticos internacionais trabalham de acordo com os interesses deste núcleo financeiro a fim de proteger o fluxo irrestrito de capital de investimento em qualquer lugar do mundo.
Uma breve história da investigação sobre a elite do poder americana
Uma longa tradição de investigação sociológica documenta a existência de uma classe dominante nos Estados Unidos, cujos membros traçam diretivas e determinam prioridades políticas nacionais. A classe dominante americana é complexa e competitiva, perpetuando-se através da interação de famílias de alto padrão social com estilos de vida, ligações corporativas e pertença a clubes sociais e escolas privadas semelhantes. [1]

Já foi determinado há muito que a classe dominante americana é sobretudo auto-perpetuante
[2] , mantendo sua influência através de instituições elaboradoras de políticas tais como a National Association of Manufacturers, a US Chamber of Commerce, o Business Council, Business Roundtable, o Conference Board, American Enterprise Institute for Public Policy Research, Council on Foreign Relations, e outros grupos de política centrados nos negócios [3] . Estas associações desde há muito dominaram as decisões políticas dentro do governo estado-unidense.

No seu livro de 1956, The Power Elite , C. Wright Mills documentou como a II Guerra Mundial solidificou a trindade de poder nos EUA que compreendia corporações, militares e elites governantes numa estrutura de pode centralizada pelos interesses de classe e a trabalhar em uníssono por todos os "alto círculos" de contacto e acordo. Mills descreveu como a elite do poder eram aqueles "que decidiam tudo o que fosse para ser decidido" com consequências importantes
[4] . Estes decisores do círculo mais alto tendiam a estar preocupados com relacionamentos inter-organizacionais e o funcionamento da economia como um todo, ao invés da promoção dos seus interesses corporativos particulares [5] .

As elites políticas do círculo mais alto (higher-circle policy elites, HCPE) constituem um segmento da classe superior americana e são os principais decisores na sociedade. Embora estas elites mostrem alguma noção do "senso de nós" (we-ness"), eles também tendem a ter desacordos contínuos sobre políticas específicas e acções necessárias em várias circunstâncias sócio-políticas.
[6] Estes desacordos podem bloquear respostas reacionárias agressivas a movimentos sociais e distúrbios civis, como no caso do movimento trabalhista na década de 1930 e o movimento de direitos civis na década de 1960. Durante estes dois períodos, os elementos mais liberais das HCPE tendiam a dominar o processo de tomada de decisão e apoiou a aprovação das leis de Relações Trabalhistas Nacionais e de Segurança Social em 1935, bem como as leis de Direitos Civis e Oportunidades Econômicas em 1964. Estas peças de legislação eram vistas como concessões aos movimentos sociais em curso e a inquietações civis, e foram implementadas ao invés de instituir políticas mais repressivas.

Entretanto, durante período de ameaças vindas de inimigos externos, como nas I e II Guerras Mundiais, elementos mais conservadores/reaccionários da HCPE avançaram com êxito nas suas agendas. Durante e após a I Guerra Mundial, os Estados Unidos instituíram respostas repressivas a movimentos sociais, como por exemplo através dos Palmer Raids e da aprovação do Espionage Act de 1917 e do Sediction Act de 1918. Após a II Guerra Mundial, a HCPE permitiu e encorajou os ataques da era McCarthy contra liberais e radicais e, em 1947, a aprovação do National Security Act e da lei trabalhista Taft-Hartley. Nos últimos vinte e cinco anos, e especialmente desde os eventos do 11/Set, a HCPE nos EUA tem estado unida no apoio a um império americano de poder militar que mantenha uma guerra repressiva contra grupos de resistência – tipicamente alcunhados como "terroristas" – em todo o mundo. Esta guerra ao terror é muito mais acerca de proteger a globalização transnacionais, a livre movimentação do capital financeiro, a hegemonia do dólar e o acesso ao petróleo do que acerca da repressão ao terrorismo. Cada vez mais, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) é uma associada dos interesses de dominação global dos EUA.
[7]


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