domingo, 21 de dezembro de 2014

A ILHA QUE DERROTOU O IMPÉRIO





“ A história sempre  dará  razão  aqueles que defendem causas e ideias justas”
José Martí


VOLTARÃO! Com essas palavras que foram uma certeza, marcadas pela ousadia e a visão quase profética que tem caracterizado sua indiscutida liderança universal, Fidel Castro se dirigia ao povo cubano em junho de 2001, para garantir o retorno a sua pátria  os cinco lutadores antiterroristas recém aprisionados pelos EUA na Florida.


Treze anos depois, a palavra se converte em realidade, Obama reconhece ante o mundo “o fracasso da política dos EUA contra Cuba”, ordenando o restabelecimento das relações diplomáticas suspensas desde 1961, e com isso, a Revolução Cubana obtém uma de suas vitórias mais colossais nos cinquenta e cinco anos transcorridos desde a entrada triunfal do legendário líder latino americano em  Havana.


Há que ter meridiana claridade de quem tem sido o adversário acérrimo, e conhecimento pleno das práticas carentes de escrúpulos que foram acionadas por décadas para por de joelhos a  Revolução, para determinar em sua justa dimensão, as proporções de uma vitória histórica que engrandece  Cuba e ao seu heroico povo.


Cuba derrotou  um império que faz o que quer  com uma Europa que é sua fiel lacaia, que governa e decide via oligarquias corruptas e apátridas, países que deveriam liderar na América Latina processos de libertação e que hoje são arremedo de republicas a serviço dos interesses espúrios e que desaparecem sem olhares para todos aqueles que propugnam mudanças, um império que em seu declínio, ainda  tem a capacidade mediática para satanizar líderes, povos e processos que tem como aspiração fundamental, a construção de sua independência e prosperidade, mais além da tutela grosseira, a ingerência indigna, o intervencionismo mais abjeto.


Cuba resistiu a tudo isso, isso foi vencido pelo seu povo para elevar-se como farol de dignidade que ilumina aquelas lutas que desfraldam a causa da justiça em todos os rincões do mundo.


A rendição de Obama, dos EUA,  num ato de sábio pragmatismo e realismo político, deixa em evidência a todos aqueles, políticos servis e seus fieis repetidores mediáticos, que  subiam no carro como bois ao matadouro, para vilipendiar a Cuba, seu processo histórico e  seu povo. Hoje que o amo muda de política, somente os resta mudar o discurso em outro exercício mas de cinismo.


Muda o mundo, não se podem entender os acontecimentos atuais esgueirando as novas realidades geopolíticas  donde emergem atores com força e potencial para liderar o mundo, China, Russia e os BRICS,  bloqueios regionais com capacidade de alterar status quo como a UNASUR, em momentos nos quais os EEUU lutam com todas suas armas e ações rasteiras característica de sua política exterior, para conter uma perda de hegemonia óbvia e inexorável.




Há triunfado Cuba e a lição é  absoluta, não existe vitória que  resista a um povo que tem princípios, e que está disposto aos sacrifícios que imponham a luta inesgotável por alcançar seus anéis mais centrais.


 Triunfou Cuba e como o expressou a Presidenta argentina Cristina Fernández de Kirchner, “quando os povos tem vontade e são conduzidos por dirigentes que não os traem, mais tarde ou mais cedo, chegam a seus objetivos.


A história é cíclica dizem alguns, hoje novamente no contexto das relações internacionais, o David digno e valente, convencido da justeza de sua luta, luego de resistir todos os embates, vence ao temido Golias imperial.


Manuel Antonio Díaz-Galeas. Advogado hondurenho.


Este artigo foi publicado originalmente no jornal EL LIBERTADOR de Honduras.

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