Conta uma velha fábula que o
escorpião pediu à rã para ajudá-lo a
atravessar um rio. No meio da travessia cravou-lhe no dorso o seu ferrão,
dizendo enquanto ambos se afogavam: «Que queres?, eu não posso fugir à minha
natureza».
O capitalismo, instalado nas
costas do mundo, está fazendo como o escorpião da fábula: Que querem? Ele não
pode fugir à sua natureza…
Marx e Engels, no seu
«Manifesto do Partido Comunista», essa obra que marcou a nossa época, já
apontavam a natureza maléfica do capitalismo:
A burguesia – dizia o Manifesto – «é incapaz
de assegurar ao seu escravo (o assalariado) a própria existência no quadro da
escravidão, porque é obrigada a deixá-lo afundar-se numa situação em que tem de
ser ela a alimentá-lo em vez de ser alimentada por ele». A sua dominação –
concluía – «já não é compatível com a sociedade».
Basta um mergulho na
história do capitalismo para lhe sentir a natureza exploradora, farejadora de
lucros, com o internacionalismo latente, permanente e determinado de ladrão
profissional.
O capital não possui
qualquer ideal que vise o bem-estar da sociedade. Nos dias de hoje, como se
está vendo, a sua principal produção é a pobreza.
Desde o século XVI ele é o
grande roubador da riqueza feita de atividade humana. Roubando trabalho e
ideias, que também são trabalho.
Faz promessas eufóricas a
quem aceite obedientemente a sua natureza: explorar para uns poucos privilegiados;
ser explorador para a esmagadora maioria produtora do trabalho real que faz
mover o mundo.
Obviamente, o capital
concentra no socialismo o alvo preferencial da sua raiva, promovendo com ódio
campanhas anticomunistas, que pretende utilizar como vacina pelo terror,
caluniando-o como ideia utópica de sonhadores loucos, levada à prática por
ditadores cruéis.
Campanha que abocanhou
raivosamente a experiência breve de construção do socialismo em menos de um
século, enquanto o capitalismo, após quatro séculos de dominação arrasta o
mundo para o seu afogamento: o que querem, ele não pode fugir à sua natureza...
Que o nosso mundo não se
resigne a ser a rã transportando docilmente no seu dorso o escorpião
capitalista.
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