sábado, 27 de dezembro de 2014

A OFENSIVa MIDIÁTICA DE DIREITA




Não há dúvida de que, no Brasil vivemos momentos de agudo  confronto ideológico , que se expressa, em termos gerais, de apoio ou oposição às reformas e ao Programa de Governo proposto  pela presidente Dilma.  Além disso, como é de conhecimento público, estamos a assistir a uma campanha da direita, especialmente o PSDB e setores fascistas aliados a grupos militares descontentes com as conclusões da Comissão da Verdade, que por qualquer meio, tentam desacreditar o processo de reformas, incluindo nesta campanha difamatória, especulações sobre o alegado prejuízo para a classe média e os mais pobres, previsões catastróficas sobre o futuro da economia, cada vez mais recorrendo ao ataque direto e desmedido  a Presidente da República .

É uma campanha sistemática, que não é apenas um produto do capricho de alguns líderes esclarecidos. Não, esta é uma campanha desenvolvida profissionalmente por especialistas, onde cada passo é bem medido e cada ator executa uma determinada ação, a fim de ampliar o impacto de uma direita cada vez mais golpeada no orgânico e político.

Prova disso é a intenção de golpe que pretendiam  dar no período pré eleitoral; perderam as eleições, daí  os ataques destemperados de Aécio Neves e sua tropa de choque, com intenções oportunistas e presumidas de "rebelião".

Qual a origem dessas campanhas?

Nos Estados Unidos e, especialmente,  desde serviços e instituições ligadas a grandes corporações transnacionais - quando trata-se de defender seus interesses - no seu próprio território ou em outros países, implantam o que é conhecido como "Métodos de Guerra Não Convencional " para combater a influência ou processos que estão sendo implementadas  pelos governos, partidos políticos ou movimentos sociais que afetam seus interesses globais.

É a aplicação de elementos como a "subversão ideológica" e a "hegemonia da influência política a médio prazos", conhecido como o "poder inteligente", aos quais poderiam  somar-se  ações desestabilizadoras radicalizadas na busca de uma "mudança de regime ".

A "mudança de regime" visa criar as condições mínimas para garantir os objetivos da transnacional. Nesta qualidade, usar sua influência em cada país, a mobilização local, negócios e atores políticos subordinados.

Infelizmente, nesse processo, nesse “ Método de Guerra Não Convencional”, até partidos ditos de esquerda e, inclusive, comunistas, estão envolvidos por equívoco, oportunismo e/ou traição.

Como atua no Brasil esta Guerra Não Convencional? As vésperas da posse do  novo governo , já estão estabelecidos e  conotados midiaticamente alegados erros objetivos políticos ou vulnerabilidades objetivas dos novos ministros, enfatizando os "erros" das reformas que "levarão ao caos econômico." Aproveitando muito bem ciclo de desaceleração da economia, principalmente por fatores externos.

Da mesma forma e com a mesma intensidade se tem levado  a cabo uma campanha mediática = sem precedentes desde o fim da ditadura-  para destacar as diferenças entre os partidos e líderes da oposição no Congresso Nacional, a fim de enfraquecer o processo e, inclusive,    efetivas  fraturas.

Em relação ao anterior, vemos uma intensa manobra de desinformação  e deformação dos fatos  com os quais se pretende radicalizar e polarizar a sociedade tentando impedir ou neutralizar as suas ligações com o governo, com o processo de reforma e com os partidos que as apoiam.

Podemos garantir que no Brasil assistimos a uma extraordinária e bem organizada cobertura da mídia nacional, dos grandes meios de comunicação de massa, que são coordenados a partir de um centro de orientação, mas, ao mesmo tempo concorrentes -  porque tudo é negócio -,  mentindo descaradamente e exagerando as contradições sociais e supostas  deficiências do governo, num esforço para desacreditar as autoridades, líderes políticos e sociais, impondo uma matriz de  " crescente impopularidade " destes.

O rigoroso controle editorial exercido pelos grandes capitais da direita controladores de  95% da grande mídia -  concentração da propriedade dos meios de comunicação mais altos na América Latina - torna quase incontrolável estas campanhas e deixa,  particularmente,  o Brasil numa posição em que a liberdade de expressão e do direito à informação dos cidadãos, são distorcidos pelo mercado.

Tal como acontece com os direitos à saúde e à educação, o direito à comunicação universal (como garante a consecução de outros direitos), não podem ser garantidos pelo mercado, mas pela existência de uma diversidade de meios que hoje não existe. O férreo duopólio da mídia  impressa , um oligopólio de emissoras  de televisão com capital estrangeiro e mais de 45% do mercado das rádios concentradas nas mãos de um conglomerado multinacional , são o cenário perfeito para se usar a comunicação como aparelho armado da Direita.

Mas os meios de comunicação, como armas de luta ideológica, não são suficientes para a Direita e seu plano de desestabilização. Não os  basta, por isso  comecem a implementar o recrutamento e preparação de "líderes naturais" – amostras fiéis da  penetração ideológica do modelo – que contribuam  para organizar uma espécie de força de choque social, para desencadear protestos "populares". São os Black Blocs da vida!

Também se trata de realizar adiante por  mãos alheias, portanto, também a Direita insiste em inflar midiaticamente ações de oposição que poderiam ser localizadas na "Esquerda", para precisamente desacreditar a esquerda que está no governo e, especificamente, ao Partido Comunista, que apoia as reformas como um aspecto decisivo de sua presença ativa no governo e no movimento social.

Os inimigos dos que implementam esta Guerra Não Convencional são o trabalho de construção política que devemos desenvolver no movimento social e, nesse quadro, o desenvolvimento de trabalhos de comunicações alternativos, em redes e novas tecnologias e meios de comunicação locais e de base, que permitam explicar cada uma das reformas do Programa de Governo, no marco  da grande luta pela garantia ao  direito a uma comunicação universal e urgente pluralidade dos meios de comunicação no Brasil.

É também o principal inimigo da Guerra Não Convencional, a unidade das forças de esquerda, a vontade política da Presidente e do Governo de  realizar e cumprir o programa, a capacidade de resolver os problemas que a sociedade enfrenta de um quadro de desigualdade social, a prática do diálogo com a sociedade  para explicar o conteúdo e os objetivos reais das reformas.

Só assim poderemos destruir a ofensiva midiática da direita de padrão internacional, cuja matriz ideológica está na Casa Branca, nos EUA, que insufla, que compra e corrompe jornalistas que, a seu serviço, tentam desestabilizar governos que não se enquadram na cartilha do Pentágono.

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