Não há dúvida de que, no Brasil
vivemos momentos de agudo confronto ideológico
, que se expressa, em termos gerais, de apoio ou oposição às reformas e ao
Programa de Governo proposto pela
presidente Dilma. Além disso, como é de
conhecimento público, estamos a assistir a uma campanha da direita, especialmente
o PSDB e setores fascistas aliados a grupos militares descontentes com as
conclusões da Comissão da Verdade, que por qualquer meio, tentam desacreditar o
processo de reformas, incluindo nesta campanha difamatória, especulações sobre
o alegado prejuízo para a classe média e os mais pobres, previsões
catastróficas sobre o futuro da economia, cada vez mais recorrendo ao ataque
direto e desmedido a Presidente da
República .
É uma campanha sistemática, que
não é apenas um produto do capricho de alguns líderes esclarecidos. Não, esta é
uma campanha desenvolvida profissionalmente por especialistas, onde cada passo
é bem medido e cada ator executa uma determinada ação, a fim de ampliar o
impacto de uma direita cada vez mais golpeada no orgânico e político.
Prova disso é a intenção de golpe
que pretendiam dar no período pré
eleitoral; perderam as eleições, daí os
ataques destemperados de Aécio Neves e sua tropa de choque, com intenções
oportunistas e presumidas de "rebelião".
Qual a origem dessas campanhas?
Nos Estados Unidos e,
especialmente, desde serviços e
instituições ligadas a grandes corporações transnacionais - quando trata-se de defender
seus interesses - no seu próprio território ou em outros países, implantam o que
é conhecido como "Métodos de Guerra Não Convencional " para combater
a influência ou processos que estão sendo implementadas pelos governos, partidos políticos ou
movimentos sociais que afetam seus interesses globais.
É a aplicação de elementos como a
"subversão ideológica" e a "hegemonia da influência política a
médio prazos", conhecido como o "poder inteligente", aos quais
poderiam somar-se ações desestabilizadoras radicalizadas na busca
de uma "mudança de regime ".
A "mudança de regime"
visa criar as condições mínimas para garantir os objetivos da transnacional.
Nesta qualidade, usar sua influência em cada país, a mobilização local,
negócios e atores políticos subordinados.
Infelizmente, nesse processo,
nesse “ Método de Guerra Não Convencional”, até partidos ditos de esquerda e,
inclusive, comunistas, estão envolvidos por equívoco, oportunismo e/ou traição.
Como atua no Brasil esta Guerra
Não Convencional? As vésperas da posse do
novo governo , já estão estabelecidos e
conotados midiaticamente alegados erros objetivos políticos ou vulnerabilidades
objetivas dos novos ministros, enfatizando os "erros" das reformas
que "levarão ao caos econômico." Aproveitando muito bem ciclo de
desaceleração da economia, principalmente por fatores externos.
Da mesma forma e com a mesma
intensidade se tem levado a cabo uma
campanha mediática = sem precedentes desde o fim da ditadura- para destacar as diferenças entre os partidos
e líderes da oposição no Congresso Nacional, a fim de enfraquecer o processo e,
inclusive, efetivas fraturas.
Em relação ao anterior, vemos uma
intensa manobra de desinformação e deformação
dos fatos com os quais se pretende
radicalizar e polarizar a sociedade tentando impedir ou neutralizar as suas
ligações com o governo, com o processo de reforma e com os partidos que as
apoiam.
Podemos garantir que no Brasil
assistimos a uma extraordinária e bem organizada cobertura da mídia nacional,
dos grandes meios de comunicação de massa, que são coordenados a partir de um
centro de orientação, mas, ao mesmo tempo concorrentes - porque tudo é negócio -, mentindo descaradamente e exagerando as contradições
sociais e supostas deficiências do
governo, num esforço para desacreditar as autoridades, líderes políticos e
sociais, impondo uma matriz de "
crescente impopularidade " destes.
O rigoroso controle editorial
exercido pelos grandes capitais da direita controladores de 95% da grande mídia - concentração da propriedade dos meios de
comunicação mais altos na América Latina - torna quase incontrolável estas
campanhas e deixa, particularmente, o Brasil numa posição em que a liberdade de
expressão e do direito à informação dos cidadãos, são distorcidos pelo mercado.
Tal como acontece com os direitos
à saúde e à educação, o direito à comunicação universal (como garante a consecução
de outros direitos), não podem ser garantidos pelo mercado, mas pela existência
de uma diversidade de meios que hoje não existe. O férreo duopólio da
mídia impressa , um oligopólio de
emissoras de televisão com capital
estrangeiro e mais de 45% do mercado das rádios concentradas nas mãos de um
conglomerado multinacional , são o cenário perfeito para se usar a comunicação
como aparelho armado da Direita.
Mas os meios de comunicação, como
armas de luta ideológica, não são suficientes para a Direita e seu plano de
desestabilização. Não os basta, por isso
comecem a implementar o recrutamento e
preparação de "líderes naturais" – amostras fiéis da penetração ideológica do modelo – que contribuam
para organizar uma espécie de força de
choque social, para desencadear protestos "populares". São os Black
Blocs da vida!
Também se trata de realizar
adiante por mãos alheias, portanto,
também a Direita insiste em inflar midiaticamente ações de oposição que
poderiam ser localizadas na "Esquerda", para precisamente
desacreditar a esquerda que está no governo e, especificamente, ao Partido
Comunista, que apoia as reformas como um aspecto decisivo de sua presença ativa
no governo e no movimento social.
Os inimigos dos que implementam esta
Guerra Não Convencional são o trabalho de construção política que devemos desenvolver
no movimento social e, nesse quadro, o desenvolvimento de trabalhos de
comunicações alternativos, em redes e novas tecnologias e meios de comunicação
locais e de base, que permitam explicar cada uma das reformas do Programa de
Governo, no marco da grande luta pela
garantia ao direito a uma comunicação
universal e urgente pluralidade dos meios de comunicação no Brasil.
É também o principal inimigo da
Guerra Não Convencional, a unidade das forças de esquerda, a vontade política da
Presidente e do Governo de realizar e
cumprir o programa, a capacidade de resolver os problemas que a sociedade
enfrenta de um quadro de desigualdade social, a prática do diálogo com a
sociedade para explicar o conteúdo e os
objetivos reais das reformas.
Só assim poderemos destruir a
ofensiva midiática da direita de padrão internacional, cuja matriz ideológica está
na Casa Branca, nos EUA, que insufla, que compra e corrompe jornalistas que, a
seu serviço, tentam desestabilizar governos que não se enquadram na cartilha do
Pentágono.
Sem comentários:
Enviar um comentário