quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

AS ENGANAÇÕES DO COMÉRCIO NATALINO


O QUE ACONTECERIA SE NÃO HOUVESSE NATAL, NEM FESTAS DE FIM DE ANO?

Ollantay Itzamná

Na medida em que se aproxima o natal , o mundo ocidental, e suas colônias culturais, ativam na humanidade um desejo desenfreado de compras-presentes -festas ... A TV, as rádios, as igrejas, diretores e empregados se desejam mutuamente : "Boas festas" ... Se ativa uma atmosfera barulhenta de  consumopatía que envolve e invade  cristãos e não-cristãos.

Nos países ricos, os comensais  inundam os shoppings, cartões de crédito na mão, para pagar as compras de inúmeros novos produtos que jamais utilizarão. Sim. Nos dias do ano, nem a vida frenética, os dá tempo para usar tudo comprado nessas festas. Por isso, a cada prazo desocupam seus armários e depósitos para se livrar de novos itens para substituí-los com roupa ou utensílios da moda. Se não consomem assim, caem em depressão psicológica.

Pessoas que não têm para comer no ano, esbanjam , desperdiçam, seu pouco dinheiro para comprar tudo o que a Senhora Televisão ordena  a consumir entre a última semana de dezembro e a primeira semana de janeiro. Nessa época, os pobres, esquecidos pelo sistema, desejam e se esforçam para "fazer parte" da  ilusória sociedade  "desenvolvida" , donde provém a mítica do Natal e Ano Novo.

Nestas duas ou três semanas de consumismo frenético, a economia da indústria e do comércio mundial vende cerca de 30% de tudo o que se movem ao longo do ano. Mas, esse percentual das compras, passada as festas, se joga no lixo  cerca de 70% dos produtos. Recarregando a ferida a Mãe Terra com mais poluição e destruição. A FAO diz que no mundo, a cada ano, joga no lixo 30% da comida existente, enquanto milhões de pessoas passam fome.

Não é isto uma doença ou síndrome do homem  desenvolvido?

Quantas pessoas estão conscientes do que celebramos nestas  festas?

O mais vergonhoso das nossas espetaculares sociedades unidimensionais  é que quase nenhum comensal destas festas sabe explicar do  por quê dos míticos símbolos natalinos  que os estimulam. Que significa  o pinheiro, o Papai Noel, as maçãs, ou as luzes? Desde quando se armam os presépios? Por que as imagens dos membros da sagrada família são brancas?

Natal e Ano Novo são contribuições do cristianismo para o sistema-mundo ocidental. No século XI, São Francisco de Assis, para incentivar os fiéis católicos, armou a primeira performance de nascimento sagrado no pórtico do templo de Assis, tentando reproduzir o relato bíblico do nascimento divino. Desde então, as famílias católicas montam imagens que se assemelham nascimentos que se assemelham fisicamente aos europeus. Historicamente Jesus de Nazaré e seus parentes foram de cor triguenho / cor de cobre (hebreus).A data de 25 de dezembro é o resultado da aculturação que o cristianismo historicamente realiza para anunciar e estabelecer mensagens religiosas no imaginário coletivo dos seus crentes. Isto é,montando datas festivas e lugares s pré-cristãos ("pagãos") para os novos convertidos ao cristianismo não sofram muito choque cultural. Foi o que aconteceu com o Natal.

Na Roma politeísta,  em 25 de dezembro se recordava o nascimento de Apollo (Sol Invictus), uma das suas divindades. Alemães e escandinavos, em 26 de dezembro, comemoram  o nascimento de seu deus Freyr (Senhor do sol e da chuva). Nessas festividades se impôs(aculturou)  o Natal cristão.

Além disso, os povos nórdicos, como os celtas, faziam, e ainda realizam cerimônias espirituais com fogo (luz) no solstício de inverno (21 de dezembro), pedindo que o astro (divindade) sol para que volte a iluminar e aquecer a Terra. É a época mais fria do ano, e de maior escuridão. Quase toda a vegetação desaparece menos o pinheiro. Por isso, que o pinheiro, no imaginário doutrinal cristão nórdico representa a vida que impõe a morte. Portanto, a mensagem central do Natal é, "Deus nasce no escuro para trazer vida ao mundo." No Hemisfério Sul, cosmicamente ocorre tudo o contrário.

Com as festas de Ano Novo, a mesma coisa acontece. Por exemplo, as civilizações andinas celebram o ano novo no dia 21 de Junho (nascimento de Tata Inti, solstício de inverno no Sul). Os muçulmanos celebram o Ano Novo de acordo com o inicio do calendário lunar (em 2014, celebrado em 25 de outubro). De acordo com o calendário solar maia,o Ano Novo, em 2014, foi a 21 de fevereiro. Estas e outras datas são e foram celebrações espirituais, familiares e comunitárias, sem resíduos ecosidas.

Mas, no conjunto universal fixados por impérios cristãos, agora foi imposto  o império do dólar  para anexar comercialmente todo o planeta. Para tal, capitalizam a imaginação natalina de São Francisco de Assis. Ativam e configurado em cada um de nós a nostalgia do consumo familiar,  criando  novos e múltiplos desejos como necessidade.

Que aconteceria se deixássemos de consumir e / ou celebrar o Natal e Ano Novo? Ficaria irritado o Menino Deus natalino, indiferente à opulência e perda uns poucos (em seu nome) e da fome de milhões de pessoas? Por que será  que o cristianismo não se exime da responsabilidade de sua divindade separando ou suprimindo  estas datas festivas que mostram a maior impotência ou a cumplicidade do seu Criador.
Fonte: rebelion.org
Tradução e adaptação: Valdir Silveira

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário