segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

CUBA E A JOGADA DE OBAMA

O que leva um desacreditado presidente dos EUA a negociar com Cuba, na fase final do seu segundo mandato, a troca dos últimos 3 heróis ainda presos nos EUA por alguns espiões norte-americanos, a acordar uma futura troca de embaixadores em substituição dos atuais escritórios de interesses e a comprometer-se a dar passos para o levantamento do criminoso bloqueio que há mais de 52 anos os EUA impõem ilegitimamente a Cuba?
Não se pode esquecer que, apesar de ter uma maior capacidade intelectual diferente da do seu antecessor, George W. Bush, e de apresentar um discurso fluente, bem elaborado e ritmado, Barack Obama apresenta a mesma mentalidade imperial, e a crença fundada na fé que os EUA são o Estado eleito, pelo que podem intervir sempre que «os [nossos] interesses básicos o exigirem, quando o [nosso] povo for ameaçado, quando os [nossos] modos de vida estiverem em jogo, quando a segurança dos [nossos] aliados estiver em perigo», como ele próprio afirmou aos jovens oficiais saídos da Academia de West Point em 28 de Maio último.
É cedo para tirar conclusões.
Quem poderá hoje avaliar o efeito da multiplicação explosiva de turistas americanos em Cuba, por exemplo?
E como afirmou Raúl Castro fica por resolver o principal obstáculo à normalização das relações entre os dois países: o levantamento do bloqueio comercial, econômico e financeiro a Cuba, que os EUA mantêm ilegal e ilegitimamente há mais de 52 anos, mas também a revogação da Lei de Ajuste Cubano, da Lei Torricelli e da Lei Helms Burton, sem o que o bloqueio não é verdadeiramente levantado.
Estes fatos e a nova realidade, no entanto, não podem apagar a importância do que já foi acordado nem, principalmente, o grande mérito de Fidel Castro que, perante a incredulidade e a descrença de quase todos, em Setembro de 1998, profetizou em jeito de promessa: «Voltarão»!
Os Editores de odiario.info

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