O feijão está virando adubo no Sudoeste do Paraná. Os produtores jogam o alimento na terra, na expectativa de economizar em fertilizantes no verão. Querem aliviar o prejuízo diante de cotações abaixo dos custos. O governo federal não vem garantindo preços mínimos, sob alegação de que o feijão tem baixa qualidade e que não há recursos suficientes. Os repasses (R$ 25 milhões) esperados para julho ainda não chegaram.
O quadro afetará o consumidor, que economiza agora mas deve gastar mais nos próximos meses. “Ninguém vai plantar feijão na safra das águas [a principal do ano]. Todos vão optar por milho e soja”, afirma o agricultor e presidente do Sindicato Rural de São João (Sudoeste), Arceny Bocalon. “Só conseguimos escoar 22 mil sacas com apoio público, mas precisamos preço mínimo para mais 40 mil sacas”, relata, sem entender por que o alimento não é adquirido para creches e escolas.
Segundo Bocalon, dois terços de um total de 184 mil sacas não alcançaram preços mínimos (R$ 105/sc para feijão preto e R$ 95/sc para carioca). “O feijão de melhor qualidade foi vendido a R$ 65 por saca. E a maioria dos produtores teve de entregar a menos de R$ 40”, lamenta.
Baixa
12% de queda no preço do feijão de cor no varejo (vendido a R$ 3 por quilo) foram registrados no Paraná na última semana, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral). O produtor recebe menos de um terço desse valor.
O presidente do Sindicato Rural de São João afirmou não entender "por que o alimento não é adquirido para creches e escolas" e afirmou que “O feijão de melhor qualidade foi vendido a R$ 65 por saca.". Ora, é preciso que os responsáveis pela aquisição do feijão, no âmbito do Governo Federal, expliquem bem o que está ocorrendo. Porque se as 40 mil sacas que sobraram são porcaria - feijão chuvado, enrugado, fermentado, sem condições de ser consumido -, esse produto jamais poderá ser destinado às creches e escolas; só pode servir para adubo mesmo. É PRECISO TRANSPARÊNCIA nas informações para que a população fique bem informada.
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