A
expansão do império americano através do norte de África e Médio Oriente foi
montada com o armamento e financiamento de estados-vassalos para servirem de
postos avançados. O arco de bases militares imperiais americanas que se estende
do Egipto, através de Israel, da Turquia, da Jordânia, do Iémen, do Iraque, do
Bahrain e da Arábia Saudita, está protegido por uma série de campos prisionais
contendo dezenas de milhares de prisioneiros políticos. (James Petras)
Israel: o
maior carcereiro da região
Israel,
que os EUA designam como a “única
democracia no Médio Oriente”, é de fato o maior carcereiro na região.
De acordo
com o grupo israelita de direitos humanos B’Tselm, entre 1967 e Dezembro de
2012, foram feitos prisioneiros 800.000 palestinos, 20% da população. Mais de
100.000 foram mantidos em “detenção administrativa” sem acusação ou julgamento.
Quase todos foram torturados e brutalizados. Israel tem atualmente 4.881
prisioneiros políticos nas cadeias. O que faz do estado judeu escolhido por
Deus o primeiro carcereiro, contudo, é a manutenção de 1,82 milhões de palestinos
que vivem em Gaza numa virtual prisão a céu aberto. Israel condiciona viagens,
comércio, construção, produção e culturas através de bloqueios e policiamentos
aéreo, marítimo e terrestre. Além disso, 2,7 milhões de palestinos dos
Territórios Ocupados (Margem Ocidental) estão cercados por muros como os das
prisões, sujeitos a incursões militares diárias, detenções arbitrárias e
assaltos violentos pelas forças armadas israelitas e pelos colonos israelitas
vigilantes empenhados no perpétuo despojar dos habitantes palestinos. Israel: o
pivot americano no Médio Oriente
A maior
parte dos especialistas independentes e conhecedores concordam que a política
dos EUA no Médio Oriente é largamente ditada por uma multidão de fiéis
sionistas que ocupam posições-chave de tomada de decisão no Tesouro, no
Departamento de Estado, no Pentágono e no Comércio, assim como pelo domínio do
Congresso pelos presidentes das 52 maiores organizações americano judaicas e
respectivos 171.000 ativistas pagos a tempo inteiro. Enquanto existe alguma
verdade no que alguns críticos citam como divergência entre o “real interesse
nacional” dos EUA e as ambições coloniais de Israel, o fato é que os dirigentes
dos EUA em Washington entendem haver convergência entre o domínio imperial e o
militarismo israelita. Na verdade, um Egito submisso serve os interesses
imperiais mais vastos dos EUA e os interesses coloniais de Israel. A guerra de
Israel no Líbano contra o movimento anti-imperialista Hezbollah serviu tanto os
esforços dos EUA para instalarem um cliente dócil, como os esforços de Israel
para destruírem um partidário da autodeterminação palestina. A divergência de
Washington com Israel sobre o despojamento de todos os palestinos por Israel
vai contra o interesse de Washington num mini-estado palestino governado por
funcionários árabes neocoloniais. Em resultado da influência sionista, Israel é
o maior beneficiário per capita de ajuda americana no mundo, apesar de possuir
um nível de vida mais elevado do que 60% dos cidadãos americanos. Entre
1985-2014, Israel recebeu mais de 100 mil milhões de dólares, dos quais 70%
para fins militares, incluindo a mais avançada alta tecnologia sobre armas.
Israel, que é o país com o recorde mundial de presos políticos e ataques
militares contra países vizinhos nos últimos quarenta anos, tem também o recorde
de ajuda militar americana. Israel, como primeira “democracia carcereira” é um
elo chave no super-guantánamo que se estende do norte de África até aos estados
do Golfo.
Fonte: Refazer o Médio Oriente - James Petras
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