quinta-feira, 7 de agosto de 2014

OS EUA E O MÉDIO ORIENTE (II)




A expansão do império americano através do norte de África e Médio Oriente foi montada com o armamento e financiamento de estados-vassalos para servirem de postos avançados. O arco de bases militares imperiais americanas que se estende do Egipto, através de Israel, da Turquia, da Jordânia, do Iémen, do Iraque, do Bahrain e da Arábia Saudita, está protegido por uma série de campos prisionais contendo dezenas de milhares de prisioneiros políticos. (James Petras)

Israel: o maior carcereiro da região

Israel, que os EUA designam como  a “única democracia no Médio Oriente”, é de fato o maior carcereiro na região.

De acordo com o grupo israelita de direitos humanos B’Tselm, entre 1967 e Dezembro de 2012, foram feitos prisioneiros 800.000 palestinos, 20% da população. Mais de 100.000 foram mantidos em “detenção administrativa” sem acusação ou julgamento. Quase todos foram torturados e brutalizados. Israel tem atualmente 4.881 prisioneiros políticos nas cadeias. O que faz do estado judeu escolhido por Deus o primeiro carcereiro, contudo, é a manutenção de 1,82 milhões de palestinos que vivem em Gaza numa virtual prisão a céu aberto. Israel condiciona viagens, comércio, construção, produção e culturas através de bloqueios e policiamentos aéreo, marítimo e terrestre. Além disso, 2,7 milhões de palestinos dos Territórios Ocupados (Margem Ocidental) estão cercados por muros como os das prisões, sujeitos a incursões militares diárias, detenções arbitrárias e assaltos violentos pelas forças armadas israelitas e pelos colonos israelitas vigilantes empenhados no perpétuo despojar dos habitantes palestinos. Israel: o pivot americano no Médio Oriente

A maior parte dos especialistas independentes e conhecedores concordam que a política dos EUA no Médio Oriente é largamente ditada por uma multidão de fiéis sionistas que ocupam posições-chave de tomada de decisão no Tesouro, no Departamento de Estado, no Pentágono e no Comércio, assim como pelo domínio do Congresso pelos presidentes das 52 maiores organizações americano judaicas e respectivos 171.000 ativistas pagos a tempo inteiro. Enquanto existe alguma verdade no que alguns críticos citam como divergência entre o “real interesse nacional” dos EUA e as ambições coloniais de Israel, o fato é que os dirigentes dos EUA em Washington entendem haver convergência entre o domínio imperial e o militarismo israelita. Na verdade, um Egito submisso serve os interesses imperiais mais vastos dos EUA e os interesses coloniais de Israel. A guerra de Israel no Líbano contra o movimento anti-imperialista Hezbollah serviu tanto os esforços dos EUA para instalarem um cliente dócil, como os esforços de Israel para destruírem um partidário da autodeterminação palestina. A divergência de Washington com Israel sobre o despojamento de todos os palestinos por Israel vai contra o interesse de Washington num mini-estado palestino governado por funcionários árabes neocoloniais. Em resultado da influência sionista, Israel é o maior beneficiário per capita de ajuda americana no mundo, apesar de possuir um nível de vida mais elevado do que 60% dos cidadãos americanos. Entre 1985-2014, Israel recebeu mais de 100 mil milhões de dólares, dos quais 70% para fins militares, incluindo a mais avançada alta tecnologia sobre armas. Israel, que é o país com o recorde mundial de presos políticos e ataques militares contra países vizinhos nos últimos quarenta anos, tem também o recorde de ajuda militar americana. Israel, como primeira “democracia carcereira” é um elo chave no super-guantánamo que se estende do norte de África até aos estados do Golfo.
Fonte: Refazer o Médio Oriente - James Petras

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