quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

TRANSGENICOS: O TEMPO CONFIRMA TODOS OS TEMORES

A revista internacional Soberania Alimentar acaba de publicar matéria onde afirma e confirma tudo o que temos denunciado ao longo de quase duas décadas, pricisamente há 16 anos. Ao introduzir os transgenicos seus defensores o fizeram com a promessa de que iriam ajudar a resolver os problemas da fome e da agricultura. Desde então grupos de ecologistas e movimentos dos camponeses se opõem aos OGMs de forma frontal. Invocamos o Princípio de Precaução, a incerteza que paira sobre a liberação destes novos seres vivos no meio ambiente, seus potenciais impactos ambientais, sobre a saúde, sobre o modelo agrário, principalmente, o perigo da autorização de patentes sobre a vida. Passados 16 anos, o tempo confirmou todos os nossos temores. Segundo David Sanchez, membro da ONG Amigos da Terra, " apesar das dificuldades para realizar uma pesquisa independente, existem já provas e evidências científicas em relação aos graves impactos sociais, ambientais e econômicos; bem como da incompatibilidade dos transgenicos com um modelo de agicultura social e sustentável no contexto da soberania alimentar". Muitas dessas novas evidências foram compartilhadas durante a realização, de uma das jornadas científicas internacionais que aconteceu em  novembro de 2011. O evento foi patrocinado pelas organizações Amigos da Terra, Confederação de Consumidores e Usuários(CECU), Ecologistas em Ação, Greenpeace e Plataforma Rural. Personalidades e especialistas nas disciplinas relacionadas aos transgenicos estiveram m Madri para debater sobre o tema. Embora o debate sobre os transgenicos seja um assunto social, já que a sociedade como um todo está envolvida pela sua introdução, o componenete científico é fundamental. Porém esse debate não poder ser só centrado na biotecnologia. Para abordar o problema, no seu conjunto, há que se falar de ecologia,de economia, agronomia, sociologia, direitos... e, por extensão sobre os impactos no campo e no meio rural. Esse é o enfoque sistêmico que os defensores dos OGMs se negam a discutir.
Opor-se  aos cultivos transgenicos não é ser contra a ciência!
Os defensores dos transgenico sempre acusam os que se opõem aos OGMS de serem contra a ciência. Segundo Christian Vélot, professor de genética molecular na Universidade de Paris, " esse é um falso argumento".. diz ainda" opor-se as sementes transgenicas, não supõem estar contra outros avanços científicos"  e afirma que " uma vez liberados os organismos geneticamente modificados no meio ambiente, se apresentam riscos ambientais, socioeconomicos e sanitários  situados num plano totalmente diferente da aplicação destas tecnologias em laboratório. São dois mundos".
A biotecnologia gera muitas incertezas
Enquanto doutrina oficial nos diz que os transgenicos são alimentos mais avaliados e seguros da história, o cientista Christian Vélot afirma que apesas das empresas falarem de uma " precisãocirúrgica, se os cirurgiões manejassem o cirúrgico como os biólogos moleculares manejam as técnicas de engenharia genética, eu não aconselharia a ninguém que entrasse numa sala de operações cirúrgicas". Também Michael Antoniou, do Departamento de Genética Molecular e Médicada Faculdade de Medicina de King's de Londres, que também trabalha com engenharia genética em ambientes confinados, " diz da imprudência em confiar nosresultados de uma ciência cega e orientada pelos interesses de multinacionais como a Monsanto".Segundo Antoiou " os novos descobrimentos sobre genética revelam que o funcionamento neste nível é muito mais complexo do que nos quer vender aindústria, e que os cultivos transgenicos no mercado se baseiam em conceitos científicos já superados e antiquados".
Impactos ambientais demonstrados e no adequadamente avaliados
Durante os últimos anos temos tomado conhecimento de muitos casos de impactos ambientais causados pelos cultivos transgenicos. Enquanto paises como a Alemanha proibem seu cultivo, entre outros motivos por seus impactos sobre a biodiversidade, a fauna do solo, sobre os rios ou porque cada vez mais aparecem plantas resistentes ao herbicidaglifosato; ou inclusive os EUA que reconhece a geração de resistências em insetos que alguns milhos transgenicos querem combater; em paises como a Espanha não se está tomando  conhecimento a este tipo de impactos. Cientistas como Maria Carmen Jaizme, Coordenadora de Programas de Pesquisa e Diretora do Departamento de Proteção Vegetal do Instituto Canário de Investigações Agrárias, "confirmava os impactos dos cultivos transgenicos sobre a fertilidade dos solos, ao interferir  sobre os microorganismos e fungos que vivem neles". A pesquisadora suiça Angelika Hilbeck, do Instituto Federal Suiço de Tecnologia den uncia as carencias da avaliação ambiental que se faz na Europa em relação aos transgenicos." Conforme formulamos as questões, em muitos casos,chegaremos a diferentes conclusões. Se se exclue da pesquisa certos tipos de possiveis efeitos adversos, evidentemente não se encontrarão evidencias dos mesmos. Por exemplo, se não se consideramos efeitos adversos dos herbicidas sobre de amplo espectro sobre a biodiversidade; como o glifosato associado aagricultura transgenica; ou os efeitos crônicos, subletais ouindiretos da proteína inseticida Bt que expressam muitas variedades de plantas transgenicas, não teremos respostas a estas preocupações. A atual avaliação de riscos realizadas por autoridades e promovidas pelas empresas cobrem uma margem muito estreita". E,completando esse panorama sobre os impactos, Antonio Gómez Sal, Catedrático de Ecologia da  Universidade de Alcalá de Henares, enfatiza sobre  " os graves impactos  que os cultivos transgenicos podem acarretar sobre a perda da biodiversidade e, em definitivo, da estrutura e complexidade nos agrossistemas".
Voltaremos ao assunto para falar sobre os impactos sociais e econômicos ignorados pelas empresas da engenharia genética; sobre a indefinição jurídica, matéria pétrea que deixa os agricultores a mercê das multinacionais da transgenia; bem como os danos sobre a saúde; uma ciência mais democrática e socialmente comprometida e, por fim, a necessidade da mudança do modelo agrícola. 

2 comentários:

  1. Valdir, sempre leio seus textos, na esperança que você inove alguma coisa, incluindo uma reflexão que seja fruto de dados concretos sobre os transgênicos, e não de "converseiro comprido" de internet. Mas qual!
    Taí um ponto de reflexão: somos brasileiros e presenciamos o plantio de milhões de hectares de plantas transgênicas e o consumo de milhares de toneladas de produtos de milho e soja GM por gente e bicho no nosso país. Quais são os efeitos catastróficos que se vê? Absolutamente nenhum. Esta visão sua precisa ser revista.
    Quanto aos transgênicos resolverem ou não a fome do mundo, concordo com você que foi uma propaganda mentirosa no início da tecnologia. Os transgênicos tem, contudo, um potencial importante para ajudar a alimentar o mundo, sobretudo quando as variedades tolerantes a seca, aquelas mais produtivas e ou as resistentes a novas doenças chegarem ao mercado. Os alimentos biofortificados também poderão contribuir para diminuir a chamada fome oculta.
    Pense direitinho nisso. Se você for menos dogmático, aprenderá mais. Só deixamos de aprender quando morremos, sempre há tempo.

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    1. Paulo
      " o converseiro comprido de internet" são as reflexões que os defensores da transgenia do veneno se negam a fazê-lo. A mídia, nacional e internacional, comprada pela enxurrada de dolares da Monsanto, Syngenta e outras empresas não nos dá cobertura. Os efeitos deletérios dos produtos transgenicos já estão aparecendo só que não são noticiados. Por outro lado, voce como um homem inteligente, sabe que os danos destes produtos venenosos não são imediatos. Veja o caso do BHC e do DDT que voces defendiam como inócuos, hoje sabemos os males que causaram e causam a saúde e ao ambiente. A mentira continua, onde estão as variedades resistentes a secas e doenças? Estás enganado Paulo, o interesse dessas multi não passa por esse viés; lhes interessa vender herbicidas e fungicidascadavez mais. é por isso que o Brasil é o maior consumidor! Não é alimento biofortificado que vai eleiminar a fome, sim emprego e salário Rpara que as pessoas possam se alimentar. O resto... o resto é fantasia, são propostas enganosas. Continuo pensando,semdogmatismo, dialéticamente. Lembre-se que a morte é a continuidade da vida; é a dialética da natureza; não é o fim como pensam os idealistas.

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