quarta-feira, 30 de setembro de 2015

EUA DÁ COBERTURA À FASCÍNORA

                                   MERCENARIOS DEL IMPERIO

                                                                                                            ROBERTO ISAIAS

BANQUERO GOLPISTA ESTAFADOR ECUATORIANO. ASOCIADO A LUCIO GUTIERREZ. RADICADO EN MIAMI.

O ESTADO E A ESQUERDA




 Prabhat Patnaik [*] 



 O Estado burguês não é uma coisa imobilizada. Ele pode assumir perfis e aparências diversas. Uma ditadura fascista é um Estado muito mais burguês (onde monopólios estão diretamente envolvidos com o exercício do poder do Estado), tal como um "Estado Previdência" social-democrata, uma vez que ambos estão comprometidos com a defesa e promoção da propriedade capitalista. Por outras palavras, a forma e o conteúdo do Estado burguês muda ao longo do tempo e esta mudança é conduzida por dois fatores: um são as mudanças "espontâneas" que ocorrem na natureza do capitalismo, as quais a esquerda acredita estarem a ascender a partir das tendências imanentes do capital, a partir da lógica interna do seu funcionamento, tal como o capitalismo da "livre competição" do tempo de Adam Smith deu lugar ao capitalismo monopolista. E o outro fator é o grau de resistência e pressão popular que é aplicado sobre o Estado.

 O capitalismo tipicamente quer que a intervenção do Estado seja para promover e fomentar a lógica interna do seu funcionamento ao invés de transgredi-la. Ele está continuamente a tentar assegurar que a pressão popular sobre o Estado seja mantida sob controle, que a necessidade para o Estado de adoptar medidas em resposta aos desejos do povo e contra as exigências do capital seja anulada. Em suma, ele está sempre a tentar atenuar a democracia.

 Este fato por vezes é articulado abertamente. Em 2006, por exemplo, quando o governo Vajpayee na Índia venceu as eleições,  The Wall Street Journal  lamentou este desenvolvimento e, candidamente, observou que não se deveria permitir que só o eleitorado escolhesse o governo. Ao invés, todos os "participantes" ("stakeholders"),  incluindo "investidores", deveriam ter uma palavra na matéria! Mais recentemente, na Europa, na esteira do referendo na Grécia, o eleitorado foi descrito como um "aborrecimento" pelos porta-vozes da finança.

 Naturalmente, mudanças tais como a de 2006, não afetam necessariamente os "investidores". O governo seguinte, desde que não afaste o país do turbilhão dos fluxos financeiros globais (que a globalização, o resultado da lógica de funcionamento do capital, necessariamente implica), é constrangido a prosseguir as mesmas políticas depois de vencer a eleição, por medo de que qualquer desvio das mesmas ofenda o capital financeiro e, com isso, provoque saídas de capital e uma crise financeira. Mas isto apenas sublinha o fato de que os caprichos do capital financeiro suprimem as exigências do povo numa economia exposta aos fluxos financeiros globais, isto é, que tal exposição atenua a democracia. Não importa quem o povo eleja, não importa que compromissos foram assumidos junto ao povo antes das eleições, o governo recém-eleito necessariamente trai estes compromissos desde que retenha as mesmas ligações externas do anterior (como o Syriza na Grécia acabou de demonstrar).

 Mas com êxito ou não, a resistência do povo atua como um contrapeso contra esta tendência "espontânea" do capital para atenuar a democracia e, em certas conjunturas específicas, ela demonstra-se mais poderosa. O período do pós guerra na Europa – quando a resistência interna na classe trabalhadora (Winston Churchill, recordem-se, perdeu as eleições britânicas efetuadas imediatamente após a guerra devido ao horror da classe trabalhadora em relação às suas políticas sócio-econômicas), e o temor do Comunismo, forçou o capital a fazer concessões – é um exemplo óbvio de uma tal conjuntura. A "gestão da procura" keynesiana e o "Estado Previdência" foram seus produtos.

 Por outras palavras, naquele período o Estado burguês, sem deixar de ser um Estado burguês, foi empurrado a uma direção previdenciária  (welfarist)  sob a pressão popular e contra os desejos da própria burguesia. Numa data posterior, com o capital tornando-se globalizado em consequência das suas próprias tendências imanentes, nem o poder do Estado Nação nem o do movimento da classe trabalhadora (o qual continua a ser organizado em bases nacionais) foi suficientemente poderoso para impedir a imposição da sua agenda. A "espontaneidade" do sistema reafirmou-se livrando-se da interferência do Estado contra a sua lógica interna, a qual dirige-se para o enfraquecimento da resistência e dos direitos dos trabalhadores, para a criação de um exército de reserva de trabalho, para repelir medidas de Estado previdência e para uma atenuação da democracia

 Uma vez que as tendências espontâneas do capital são sempre para pressionar o Estado burguês em direção ao autoritarismo, a defesa e aprofundamento do seu conteúdo democrático, através da mobilização da resistência popular, torna-se uma tarefa da esquerda. A esquerda, portanto, não está preocupada apenas em calmamente reunir suas forças dentro do corpo de alguma entidade imobilizada  (fixed)  chamada Estado burguês, até que estas forças se tornem suficientemente fortes para derrubar aquele Estado. Ela está preocupada em defender  a todo momento  o conteúdo democrático do Estado burguês contra a tentativa da própria burguesia de corroer esse conteúdo.

 Dito de modo diferente, dentro do objetivo estratégico global de substituir o Estado burguês existente, defender o conteúdo democrático do sistema constitucional-político contra a tentativa da burguesia para empurrá-lo numa direção mais autoritária, torna-se uma táctica essencial na luta para a ultrapassagem do Estado burguês. Isto acontece porque tal luta em defesa do conteúdo democrático do Estado burguês também se torna uma luta contra os escalões dominantes da burguesia que estão por trás do ímpeto autoritário.

 Na verdade, paradoxalmente, defender o que quer que exista de conteúdo democrático no Estado burguês é uma intervenção poderosa e eficaz no combate global contra o Estado burguês. Isto acontece porque este modo de superar o Estado burguês atua como uma restrição contra a imposição numa data posterior de qualquer nova espécie de autoritarismo, de qualquer ditadura totalitária. E isto envolve em todas as etapas mobilizar grandes massas de povo, junto com outras formações políticas que também se oponham ao autoritarismo, o que lhe dá uma potência muito maior.

 Tudo isto é ilustrado vivamente na atual situação indiana. Para executar "reformas" neoliberais tais como tomar terras de camponeses sem o seu consentimento (um exemplo do que Marx chamou "acumulação primitiva de capital") e introduzir "flexibilidade no mercado trabalho" (o que significa reduzir os direitos e a resistência dos trabalhadores), que estão de acordo com as tendência imanentes do capital, a Índia corporativa apoiou nas últimas eleições uma formação política suportada por uma organização comunal-fascista cujo objetivo confessado continua a ser a criação de uma "Nação Hindu" ("  Hindu Rashtra "). Esta aliança corporativa-comunal que adquiriu poder já está a desviar o país bastante significativamente numa direção autoritária. É importante nesta conjuntura que ao invés de menosprezar qualquer conteúdo democrático que exista dentro do Estado, tratando-o como "impostura", a esquerda defenda este conteúdo democrático do Estado burguês. O conteúdo democrático do Estado burguês, por outras palavras, torna-se um canteiro para a luta de classe. Só defendendo a democracia a esquerda pode esperar transcender o sistema.

20/Setembro/2015

[*] Economista, indiano, ver  Wikipedia

 Este artigo encontra-se em  http://resistir.info/ .   

O BRASIL AGUENTARIA ESSE TIPO DE PRESSÃO?


O bloqueio a Cuba deve cessar

Rede Em Defesa da Humanidade-Cuba

30/09/15




No passado dia 17 de Dezembro de 2014, com o anúncio paralelo dos presidentes de Cuba e EUA da decisão de restabelecer relações diplomáticas, foi dado um primeiro passo no longo e complexo processo no sentido da normalização das relações entre os dois países. Barack Obama tornou pública a sua intenção de adoptar medidas visando modificar a aplicação de alguns aspectos do bloqueio, e de solicitar ao Congresso dos EUA o seu levantamento. Não obstante, esta política genocida continua intacta.
O Ministro das Relações Exteriores de Cuba Bruno Rodríguez Parrilla deu a conhecer na sua intervenção de 16 de Setembro de 2015 que, embora seja certo que entraram em vigor algumas emendas às regulamentações dos Departamentos do Tesouro e Comercio, estas resultam absolutamente insuficientes, não só tendo em conta a magnitude e o alcance das proibições e sanções que o bloqueio estabelece, como também em comparação com tudo o que poderia ser alcançado se o Presidente Obama fizesse uso das competências executivas que possui.
É necessário denunciar que depois de 17 de Dezembro de 2014 se manteve o recrudescimento do bloqueio, algo que fica à vista na imposição de multas milionárias contra bancos e outras entidades com base na perseguição das transacções financeiras internacionais cubanas. Cuba continua impedida de exportar e importar livremente produtos e serviços para ou desde os EUA, não pode utilizar o dólar estado-unidense na sua actividade comercial nem ter contas nessa moeda em bancos de países terceiros. Não lhe é igualmente permitido o acesso a créditos bancários nos EUA, das suas filiais em países terceiros e das instituições financeiras internacionais. Estas medidas, juntamente com outras em vigor, continuam a causar graves prejuízos à economia cubana, limitam o direito do nosso país ao desenvolvimento e causam privações directas que influem na saúde e no nível de vida da população.
Cuba apresentará perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, tal como tem feito ano após ano, a Resolução “Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”. Uma vez mais a comunidade internacional se pronunciará acerca desta política cruel e imoral. No relatório divulgado é feita uma análise da legislação do Congresso e das disposições administrativas que estabelecem a política do bloqueio; das medidas executivas adoptadas pelo presidente Barack Obama e as suas limitações; das prerrogativas executivas às quais o Presidente poderia recorrer para modificar e esvaziar de conteúdo a implementação desta política e que aspectos requerem acção congressional para a sua eliminação ou modificação; exemplos concretos das sanções aplicadas posteriormente a 17 de Dezembro de 2014 e o custo dos danos produzidos; uma extensa análise da sua aplicação extraterritorial; bem como da rejeição da política de bloqueio tanto dentro dos EUA como no resto do mundo.
Consideramos que neste novo cenário em que ambos os países se propõem dialogar a fim de normalizar as suas relações é inconcebível a manutenção desta política violadora dos princípios do Direito Internacional, que em 23 ocasiões foi condenada pela maioria absoluta dos países membros das Nações Unidas. Instamos o Presidente dos EUA a ser consequente com as suas declarações e fazer uso das suas amplas prerrogativas executivas para começar, verdadeiramente, uma nova etapa nas relações entre os nossos dois países.
O bloqueio contra Cuba jamais deveria ter existido e deve cessar de uma vez por todas. A solidariedade não pode desmobilizar-se. Devemos continuar a luta contra o cerco que durante mais de cinco décadas tem asfixiado o povo cubano.
Convocamos todas as nossas companheiras e companheiros no mundo a pronunciar-se aderindo a esta mensagem e a redobrar a luta contra o bloqueio em todas as suas manifestações.
¡Hasta la victória siempre!
Rede Em Defesa da Humanidade-Cuba
http://www.defensahumanidad.cu/index.php/en-defensa-de/soberania-y-la-legalidad-internacional/731-pronunciamiento-de-la-red-en-defensa-de-la-humanidad-cuba-el-bloqueo-a-cuba-debe-cesar
21 de Setembro de 2015
Email para adesões: noalbloqueoacuba@gmail.com
Cuba: um pequeno país que aguenta 55 anos de bloqueio econômico da maior nação do mundo - o imperialismo norteamericano - que arrasta seus sabujos nessa pressão. Ainda tem gente, principalmente a mídia mafiosa que trata os dirigentes cubanos como ditadores. Os dirigentes dos EUA são democratas? Uma pergunta: o Brasil sobreviveria com um bloqueio desses? Duvido!

O RETRATO FALADO DA CRISE CAPITALISTA MUNDIAL

                                      Vicman
                 A imigração é um processo provocado pelas guerras e explorações capitalistas.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

NAZISTAS PRECONCEITUOSOS

O PAINEL DE FRANKFURT
Ao ligar a televisão, hoje pela manhã, me deparei com um quadro do programa da Fátima Bernardes em apresentando um painel que está sendo exibido em Frankfurt, na Alemanha, ofensivo, desrespeitoso ao povo brasileiro. Fico indignado, possesso, quando vejo esse comportamento comum às elites, nacionais e internacionais apoiados pela mídia mafiosas, em tentando desqualificar indios, negros e pobres, enfim o povo brasileiro. O painel de Frankfurt, de conotação negativista, piada e brincadeira de péssimo gosto é uma maldosa sátira ao nosso país. No painel apresentam um  brasileiro negro, com uma bandeja, vendendo cachaça, armas e drogas e apresentam a brasileira como uma " devassa" e o mascote da copa assaltando um alemão.  Um povo que alimentou - e muitos continuam alimentando- o sonho nazifascista, que produziu fornos crematórios para assassinar seres humanos, essa gentalha não tem escopo moral para fazer esse tipo de crítica ao nosso país. A Fátima Bernardes, guria de recado dos Marinho ainda tentou amainar, defender o conteúdo do painel, dizendo que os alemães são mais organizados, disciplinados e que temos muita violência. Puro sofisma, opinião de aculturados. Os entrevistados, entre eles Diogo Vilela deram o contraponto ao discurso de Fátima Bernardes. O Brasil não é um país violento; violenta são as elites responsáveis pela miséria, pela falta de saúde, pela corrupção. Gostam de nos diminuir dizendo que o povo brasileiro é desorganizado, que o alemão é melhor, que o japones é mais inteligente; tudo bobagens. Por falar no painel de Franbkfurt, na Renault tinha - ou tem- um outdor fazendo essa referência sobre a "superioridade" do japones. Quem não gostar do nosso país que se mude já! Abaixo os baixa estima, os sabujos, os servis! VIVA O NOSSO PAÍS; VIVA O POVO BRASILEIRO.
Pergunto onde estão os parlamentares da direita fascista que pedem a presidente Dilma represálias contra a Venezuela, país que em momento algum nos ofendeu? Por que não pedem uma reprimenda contra a Alemanha que permite esse tipo de agressão ao nosso país?

AS FARC E A PAZ NA COLOMBIA

Timochenko, el líder de las FARC que prefirió la paz a continuar la guerra

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AFP – El jefe máximo de las Farc, Timochenko, que ayer protagonizó en Cuba un encuentro histórico con el presidente de Colombia, Juan Manuel Santos, es el guerrillero que llevó a la paz al grupo insurgente más antiguo del continente, tras medio siglo de conflagración interna.
Rodrigo Londoño, conocido por sus nombres de guerra Timoleón Jiménez o Timochenko, líder de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia, Farc; desde hace casi cuatro años, ha guiado a los insurgentes en las negociaciones iniciadas con el gobierno colombiano en La Habana en noviembre de 2012.
“Es el hombre que pasará a la historia por llevar a las Farc a un proceso de paz”, dijo a la AFP Ariel Ávila, analista de la Fundación Paz y Reconciliación, especializada en el conflicto armado colombiano. Es “uno de los tipos más queridos en las Farc” por su estrecha relación con el fallecido líder histórico de esa guerrilla, Manuel Marulanda (Tirofijo) y siempre será recordado por su rol clave en el camino a la paz de Colombia.
A los 17 años, tras graduarse, ‘Timochenko fue ascendiendo en las juventudes comunistas (Juco) hasta llegar a la dirección nacional. Esa fue la vía para llegar a Pedro Antonio Marín, ‘Tirofijo’, máximo jefe de las Farc, también quindiano (de Génova).
“Tres años después de salir del colegio, hicimos una reunión de exalumnos y supimos que Londoño se había ido a estudiar a Rusia”, dijo otro excompañero.
Su viaje llamó la atención porque es de familia humilde: “Su madre, Elisa Echeverry, ya murió. Y su padre, Arturo Londoño Muriel, es un hombre modesto que tuvo una tienda en La Tebaida”, donde oía discursos de Fidel Castro”, dice un oficial de inteligencia.
Timochenko fue uno de los guerrilleros de mayor confianza del fundador de las Farc, tanto que fue quien anunció públicamente su muerte, ocurrida por un infarto el 26 de marzo de 2008.
Aunque en los últimos años se hacía acompañar de las guerrilleras Yady y Dayana, en Armenia dicen que tuvo esposa y dos hijas, que ahora tienen de entre 24 y 26 años. Según autoridades, viven en Venezuela, al igual que ‘Fabiola’, una enfermera que entró a las Farc y que fue compañera sentimental de ‘Timochenko’ durante años.
Pero no fue hasta el 4 de noviembre de 2011, cuando el sucesor de Tirofijo, Alfonso Cano, fue abatido en una operación militar, que Timochenko tomó las riendas del grupo rebelde, actualmente con unos 7.000 combatientes en sus filas, según cifras oficiales.
Carrera meteórica
De cuna marxista, Timochenko militó en la Juventud Comunista y recibió cursos de medicina en la Unión Soviética y en Cuba, aunque nunca se graduó.
A su regreso al país, en 1979, se unió a las Farc y en apenas dos años se convirtió en comandante de frente. En 1982, con 23 años, integró el Estado Mayor de la guerrilla, de 30 miembros, y a los 26 pasó a conformar su Secretariado. A principios de 2012, le escribió al presidente Santos para entablar “una hipotética mesa de conversaciones, de cara al país” para retomar el último fracasado proceso de paz con el gobierno de Andrés Pastrana, entre 1998 y 2002.
Esta semana, después de los anuncios de La Habana, Estados Unidos ratificó su respaldo al proceso con las Farc. Si se llega a firmar la paz, se archivarían los cargos contra ‘Timochenko’, por quien ese país ofrece una recompensa de 5 millones de dólares, luego de señalarlo de ser “el impulsor de la estrategia narcotraficante de esa agrupación”.
AFP / El Tiempo

QUEM ARMA E TREINA OS REBELDES? OS EUA

SÍRIA: FIM DO EMBUSTE DOS TAIS "REBELDES SELETOS"



 
Eis aí o que o London Times publicou ontem. Por alguma estranhíssima razão, nenhum dos veículos da grande mídia-empresa nos EUA tomou conhecimento dessa notícia:


"Uma tentativa dos EUA para relançar seu muito criticado programa de treinamento para rebeldes enfrentou ontem grave revés, quando uma segunda 'remessa' de combatentes treinados no ocidente foi capturada por outros grupos rebeldes no norte da Síria.

Cerca de 70 elementos do grupo de combatentes treinados pelos EUA, chamada "30ª Divisão" [orig. 30th Division], haviam entrado pela passagem de Bab al-Salama na fronteira, ao norte de Aleppo, num comboio de 12 veículos pesadamente armados e com cobertura aérea dos norte-americanos – como noticiou o Observatório Sírio de Direitos Humanos."

O 'seleto grupo' de rebeldes do Pentágono parece ter sido detido por uma milícia de turcomenos patrocinada pela Turquia. Durante o dia de ontem, surgiram boatos ainda mais ensandecidos sobre o destino do grupo; mas agora a situação parece ter sido esclarecida.

A verdade parece ser que os rebeldes cuidadosamente selecionados e treinados pelo Pentágono não foram "detidos": eles mudaram de lado minutos depois de terem sido introduzidos na Síria:
 
"Segundo novas notícias, os rebeldes selecionados e treinados pelo Pentágono traíram os EUA e entregaram as armas a um grupo afiliado da al-Qaeda, imediatamente depois de pisar na Síria.

Combatentes da "30ª Divisão" renderam-se e entregaram "todas as suas armas" à Frente al-Nusra na Síria, reportam as fontes, na 2ª-feira.
...

"Forte bofetada [na cara] dos EUA (...) O novo grupo da "Divisão 30" que entrou ontem, rendeu-se e entregou todas as armas à Frente al-Nusra logo depois de ser autorizado a passar" – tuitou Abu Fahd al-Tunisi, que diz ser membro do grupo afiliado da al-Qaeda.


O [Czar da Guerra do Estado Islâmico de Obama] general Allen acaba de ser demitido – provavelmente por causa do incidente acima. Ele foi o gênio que deu carta branca à Turquia para bombardear os curdos, em troca de livre acesso à base aérea de Incirlik, na Turquia. (E se o general Petraeus, eternamente azarado e ainda despencado em poço fundo de vergonha pública, for nomeado para substituí-lo?)

O líder do grupo treinado, equipado e pago pelos EUApublicou (em árabe) uma lista de seis razões pelas quais trocou de lado.

Porém, segundo artigo bastante estranho do Washington Post, o governo já está pensando uma nova estratégiaque substituiria a fracassada ideia de infiltrar combatentes "cuidadosamente selecionados":

"O governo está considerando a possibilidade de fornecer armas e munição a vasta coleção de grupos rebeldes na Síria e de afrouxar os critérios de seleção, o que efetivamente implicará aprofundar o envolvimento dos EUA na guerra síria."

Quer dizer: se os rebeldes "selecionados" correram para unir-se à al-Qaeda, a solução será usar rebeldes menos rigorosamente selecionados.

Mas fato é que 'seleção' menos rigorosa, ou 'seleção' nenhuma, já vinha sendo usada faz tempo, com a CIAtendo pagado, treinado e equipado mais de 10.000 combatentes anti-Síria desde o início de 2012. A maior parte desses combatentes também, como o grupo agora treinado pelo Pentágono, já venderam as próprias armas e munição a jihadistas ou, mesmo, alistaram-se ao lado deles. Significa que 'selecionar' é perda de tempo. Artigo da AP sobre 14 civis sírios assassinados em ataque de milícias rebeldes ontem observa que:

"A coalizão rebelde, conhecida como aliança Exército da Conquista, inclui o ramo sírio da al-Qaeda, a Frente Nusra, e o grupo extremista Jund al-Aqsa, e é apoiado por Turquia e Arábia Saudita.

Artigo da Reuters, que tenta maquiar os jihadistas salafistas de Ahrar al-Shams observa:
 
"Com forte apoio da Turquia, vizinha da Síria, o grupo Ahrar al-Sham [os Homens Livres da Síria] está tendo papel significativo nos quatro anos de guerra na Síria – talvez o maior grupo insurgente, só inferior ao Estado Islâmico.
...

Sob sua nova liderança, o grupo está tentando diferenciar-se da al Qaeda, intimidando a Frente Nusra Front e outros grupos de linha dura. Mas o fato de ter sido ligado à al Qaeda significa que o Ahrar al-Sham ainda mantém relação especial com a Frente Nusra.

Rebeldes dentro da Síria dizem que Ahrar al-Sham forneceu muitas das armas da Frente Nusra. Ainda não se sabe com certeza se continua a fazê-lo.

Um ex-combatente da Frente Nusra, que agora deixou a guerra, disse que Nusra e Ahrar já tiveram relações fortes.

"O que sei é que Nusra vê Ahrar como sua fonte de armas, especialmente em algumas batalhas" – disse ele."


O Pentágono "selecionou" cuidadosamente os poucos mercenários que enviou para a Síria e os "selecionados" imediatamente se alistaram à Frente Nusra. Com certeza, o Pentágono logo também "selecionará" Ahrar als-Shams, que receberá passe livre e avaliação positiva.

Toda a sandice dos "rebeldes seletos" é obviamente mais um embuste, porque EUA e aliados jamais pararam de fornecer armas também para islamistas nada "seletos" que lutavam contra o estado secular sírio.

Mas os melhores dias de Ahrar podem estar chegando ao fim. Por enquanto, ainda é ajudado e abastecido através da Turquia. Mas amanhã o presidente Erdogan da Turquia deve encontrar-se com o presidente Vladimir Putin da Rússia.

Putin já estacionou considerável quantidade de equipamento e pessoal militar na Síria para pôr os islamistas a correr. Os números podem aumentar ainda muito e a coisa pode acabar por se converter num corpo expedicionário completo e plenamente equipado, com cerca de 15 mil soldados.

A Rússia está aliada a Irã, Iraque, Síria e ao Hizbullah, formando a aliança "4+1" e coordenará os combates, a partir de um quartel-general e centro de operações comum a todos. Unidades russas de reconhecimento já operam em todas as frentes de combate na Síria; o resultado da inteligência que estão recolhendo, além desuas novas armas, já ajudam o governo sírio nos primeiros ataques contra concentrações do Estado Islâmico, matando dúzias de terroristas em Raqqa ePalmyra.

A Turquia depende do gás russo para suprir 30% de suas necessidades primárias de energia. Erdogan tem grandes planos para a Turquia, para convertê-la em centro produtor de energia, integrada a um novo gasoduto russo, projeto de €11,4 bilhões. Mas o gás só continuará a fluir com a indispensável regularidade pelas tubulações russas, se os dutos de distribuição de armas da Turquia para o Estado Islâmico, Ahrar al Shams e Frente al-Nusra forem fechados. Erdogan terá de decidir qual tipo de dutos melhor servem aos seus interesses.

Se Erdogan decidir continuar a fornecer armas aos terroristas contra os quais a Rússia decidiu lutar, porá seu país em situação muito precária. A Rússia poderia, por exemplo, resolver abastecer secretamente aqueles curdos que combatem contra o estado turco, no leste da Turquia. Até onde podem chegar, se puserem as mãos em farto suprimento do moderno armamento russo?

Minha impressão é que o jogo de Erdogan acabou. A Rússia decidiu pôr fim à guerra que EUA e seus aliados fazem contra a Síria. E usará todas as ferramentas de uma grande nação para apoiar e defender suas decisões e posições.

Zonas aéreas de exclusão instaladas pelo 'ocidente' ou áreas protegidas para a oposição dentro da Síria já não passam hoje de sonhos arranjados com cachimbos de ópio. O gênio Petraeus, que inaugurou o programa de mercenários da CIA que forneceu armas para a Frente Nusra e o Estado Islâmico, acaba de voltar à cena para exigir o mesmo e ainda mais nonsense:

"Podemos, por exemplo, dizer a Assad que ponha fim aos bombardeios. E que, se ele insistir, impediremos a Força Aérea da Síria de sair do chão" – disse ele. "Temos essa capacidade."
 
Os EUA "têm essa capacidade" só se desejarem matar vários de seus próprios pilotos. Quem decidirá sobre "zonas aéreas de exclusão" na Síria é a Rússia. Os novos sistemas S-300 e S-400 de defesa aérea que já se veemem Latakia já garantem que nada voará no espaço aéreo da Síria sem autorização dos russos (vejam vocês!). *

Tradução: Vila Vudu

A GUERRA SEMPRE SERVIU AOS INTERESSES CAPITALISTAS

Quem tanto quer uma 3ª Guerra Mundial?

 Pepe Escobar, SputnikNews


O que Washington realmente mais deseja é encontrar alguma forma de coerção que obrigue Pequim a abrir o muito ambicionado mercado financeiro chinês, para o cassino financeiro mega especulativo conhecido como sistema dos Big Banks dos EUA. Não está funcionando – porque a Casa Branca absolutamente não tem meios para pressionar nesse campo.
O presidente chinês Xi Jinping surfa os EUA em sua primeira visita de estado, quase ao mesmo tempo que o Papa Francisco. Será fascinante observar como os centros de decisão da hiperpotência reagirão a essa dupla exposição ao materialismo dialético – com características chinesas – e à Igreja Católica, em tese, "em reconstrução".

Em discurso histórico em Havana, o Papa Francisco – que se intrometeu na reuniãozinha entre o presidente Barack Obama dos EUA e Raul Castro – insistiu que quer o aprofundamento das relações entre Washington e Havana. Pediu a Obama e Raul que busquem plena reconciliação como exemplo para o mundo, "um mundo que necessita de reconciliação, nessa atmosfera deterceira guerra mundial por etapas que estamos vivendo".

"Terceira guerra mundial" não aparecia na redação oficial do discurso do Papa. Francisco acrescentou essa linha no avião, voando de Roma a Havana.

Algum cético pré-socrático logo dirá que Francisco parece estar agora em sincronia com as facções "Apocalypse Now" do Pentágono –, para as quais a terceira guerra mundial já estaria em curso, e as ameças cruciais são Rússia e China, com ISIS/ISIL/Daesh num distante terceiro lugar.

Parece mais é que Franciso alinhou-se com o presidente Vladimir Putin da Rússia, que está fazendo de tudo para construir um genuíno processo de paz na Síria. A real verdadeira principal "ameaça" ao Oriente Médio, à Europa e até à Eurásia é uma avançada do jihadismo cuja origem é o "Siriaque".

Não para o Pentágono, claro, cujos analistas estão agora obcecados com planos de contingência para uma guerra contra... a Rússia.

O mais recente vazamento dessa obcecação que não dá descanso apareceu via uma conhecida agente-operadora neoconservadora, Michèle Flournoy, ex-sub-secretária de Defesa para assuntos políticos e co-fundadora de outro também conhecidíssimo think-tank neocon, o Center for a New American Security.

Trata-se de resposta a uma "potencial agressão" da Rússia contra a OTAN. Ou "hipotética" agressão russa contra os países do Báltico. Os planos incluem possíveis movimentos do Pentágono/OTAN e também movimentos só do Pentágono. O pressuposto não muda: é sempre uma dita inevitável "agressão russa".

Assim, temos agora os militares no seu "movimento de pivô na direção da Rússia", para complementar o já afamado "pivô para a Ásia" – que Pequim interpretou como o que realmente é: uma política estratégica de contenção – que vai do cerco militar (Mar do Sul da China, Oceano Índico, Pacífico Ocidental) até a exclusão comercial (a Parceria Trans-Pacífio, PTP [Trans-Pacific Partnership, TPP]), plus a costumeira ameaça de sanções.

Agora, comparem a pivotagem do Pentágono – capítulo China –com o que IT America querbusiness, muito, muito business, o que obviamente implica sanções-zero.

E assim se chega ao 
que Washington realmente mais quer: encontrar alguma forma de coerção que obrigue Pequim a abrir, para o cassino financeiro megaespeculativo conhecido como sistema dos Big Banks dos EUA, o muito ambicionado mercado financeiro chinês. Não está funcionando – porque a Casa Branca absolutamente não tem meios para pressionar nesse campo.

O que Xi está realmente combatendo 

Os primeiros dias da agenda de Xi nos EUA incluem uma visita a uma nova linha de montagem da Boeing nos arredores de Seattle; jantar com Bill Gates; e dois dias de atividade no Fórum EUA-China de Indústria Internet [orig.US-China Internet Industry Forum]. Só por aí já se veem as prioridades de Pequim.

Com Obama, Xi terá de discutir pontos notoriamente críticos: Taiwan; o Mar do Sul da China; cibersegurança; e negociações rumo à possível assinatura de um tratado de comércio bilateral.

Como se a gangue dos doentes por pivotagens dos EUA não bastasse, Xi será também pressionado nos fronts de direitos humanos e cibersegurança. Mas nada sugere que os centros tomadores de decisões política da hiperpotência tenham realmente qualquer ideia aproveitável sobre contra o que Xi está realmente combatendo na China.

Com apenas três anos no poder, a tarefa n. 1 de Xi foi desencadear e fazer avançar uma campanha monstro anticorrupção. Inclui tudo e todos, as esferas militar e civil. O maximamente temido Comitê Central de Inspeção Disciplinar é a arma preferencial de Xi. E ninguém escapa dos tentáculos do Comitê – nem o ex-superstar da segurança Zhou Yongkang nem o top-assessor da presidência no governo anterior, Ling Jihua.

Significa que Xi está limpando simultaneamente o Partido Comunista Chinês (PCC) e o Exército de Libertação Popular (ELP). É quase impossível para nós imaginar o fator resistência – ao ponto de chineses insiders dizerem que Xi já fez inimigos poderosos por todos os lados: dentro do próprio governo; entre os pesos pesados aposentados; entre os altos oficiais militares; entre influentes funcionários de seu governo; entre os manda-chuva que operam as empresas estatais; entre os importantíssimos "princelings" – filhos de revolucionários históricos; e por fim, mas não menos importante, também na tribo dos iates&jatinhos chineses que lavaram as respectivas fortunas nos cassinos em Macau e nos centros de lojas de luxo em Hong Kong.

Na cota pessoal de escalpos de Xi há também a chamada gangue de Shanxi – que controlava integralmente o ambiente político econômico naquela província, rica em carvão – e a chamada gangue do petróleo, que controlava tudo que tivesse a ver com petróleo na China.

O premiê Li Keqiang, no Fórum Econômico Mundial em Dalian, foi forçado a declarar que a faxina é uma questão de "ajuste estrutural" e não afeta a economia chinesa.

Os fatos estão aí, para quem queira ver: a China desregulou muito, muita coisa. Mas capital, energia, matérias primas e terra ainda respondem, em vasta proporção, às prioridades do governo central. Não hálobbying norte-americano que mude isso.

Mas isso também significa que se o sujeito está perfeitamente localizado e tem boas conexões – a supremacia dos guanxi na China oficial – ele é o Rei doBusiness. Esses funcionários estão, de fato, na raiz de muitas, muitas "distorções" na economia chinesa. E aí está, essencialmente, o que Xi está tentando mudar.

O ajuste massivo do modelo chinês inclui confiar menos na exportação de manufaturados; planejar com muito mais rigor os gastos na infraestrutura; e redirecionar investimentos para a capacidade industrial.

Pôr-se a sonhar com o crash chinês é delírio. Longe vão os dias da Revolução Cultural. A China muda-se lenta mais firmemente para um novo espetacular paradigma de integrar toda a Eurásia num florescente renascimento industrial. Toda a mudança na China aponta para essa transição.

A transição também significa mudança para longe da massiva conexão de exportações para EUA e União Europeia e rumo a uma economia mais equilibrada por toda a Eurásia, ao mesmo tempo em que se mantêm, na medida do possível, as trocas/comércio com o Ocidente.

Alguém vê aí algum sinal de estado/civilização que deseje alguma terceira guerra mundial? *****

Texto: / Postado em 24/09/2015 ás 08:01

O GLIFOSATO É CANCERÍGENO. ALGUMA DÚVIDA?

Califórnia: primeiro estado dos EUA a etiquetar herbicida Roundup como cancerígeno

Adital

Lorraine Chow
EcoWatch
A primeira do país, a Agência de Proteção Ambiental da Califórnia (Cal/EPA, por sua sigla em inglês) informou que pensa em reclassificar o glifosato – ingrediente tóxico ativo do herbicida Roundup, da Monsanto – por saber que provoca câncer.
verdademundial Segundo uma "notícia de intenção”, publicada recentemente pelo Escritório de Avaliação de Risco Sanitário Ambiental (OEHHA, por sua sigla em inglês), pertencente à Cal/EPA, a ação entra no âmbito da Proposta 65, da Califórnia, que obriga o Estado a publicar uma lista de produtos químicos conhecidos por serem causa de câncer, defeitos pré-natais e outros danos reprodutivos.
A mesma lei, também conhecida como Lei de Responsabilidade pela Água Potável Segura e os Tóxicos, de 1968, exige também que certas substâncias identificadas pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, por sua sigla em inglês), dependente da Organização Mundial da Saúde (OMS), sejam incorporadas à lista de cancerígenos.
O anúncio da agência estatal californiana, de 04 de setembro último, responde à classificação do glifosato pela IARC, no último mês de março, como "provável cancerígeno em seres humanos”.
"Os estudos de casos de exposição ocupacional realizados nos Estados Unidos, Canadá e Suécia informaram um incremento de risco de linfoma não de Hodgkin, que persiste depois de ajustar outros pesticidas”, expressou a IARC acerca do herbicida. Também há "convincentes provas” de que pode provocar câncer em testes de laboratório com animais.
Parece que a Califórnia é o primeiro estado do país a fazer essa avaliação do polêmico produto químico, segundo o doutor Nathan Donley, cientista do Centro para a Diversidade Biológica. "Pelo que sei, esta á a primeira agência reguladora dos Estados Unidos que determina que o glifosato é um cancerígeno”, explicou o doutor Donley em um e-mail para a EcoWatch. "Trata-se de uma conquista muito grande”.
O Roundup, o emblemático herbicida da Monsanto, é utilizado nos cultivos de todo o mundo e é o mais conhecido dos antipragas dos EUA. A gigante do agronegócio sustenta que seu produto é seguro e exige que a OMS retire seu informe.
Apesar das reclamações da empresa, muitos anos de investigação relacionam o Roundup com inúmeros problemas de saúde e do meio ambiente; também se registra uma diminuição recorde das mariposas monarca. Em junho último, a França proibiu a venda do Roundup em lojas de jardinagem devido à inquietação por sua toxicidade.
No está claro se outros estados seguirão os passos da Califórnia, ainda que este estado, especificamente, ponha ênfase especial nas leis de etiquetagem comercial.
"Se quaisquer outros estados acabam resolvendo que o glifosato é um cancerígeno, não creio que disponham dos requisitos de etiquetagem que a Proposta 65 proporciona o Estado da Califórnia”, diz Donley. "São os requisitos de rotulagem os que realmente dão ao consumidor a informação que necessitam para tomar uma decisão informada acerca de comprar ou não um produto específico”.
Aparte do glifosato, há outros três produtos químicos – tetracloreto de carbono, paration e malation – que também estão na relação de causadores de câncer da Cal/EPA. A agência avisa que tem a intenção de, em um prazo de 30 dias, acrescentar estes produtos químicos aos aproximadamente 800 já conhecidos por sua carcinogenia, informa a agência RT.
Sam Delson, porta-voz da OEHHA, disse à Agri-Pulse que as assinaturas que empregam 10 ou mais pessoas e utilizem os produtos químicos que figuram nessa lista devem "advertir clara e razoavelmente” sobre os danos que podem ocasionar esses produtos.
A lista não restringe o uso nem a venda das substâncias que especifica; o público está autorizado até o próximo dia 05 de outubro a apresentar comentários acerca da proposta.
A porta-voz da Monsanto, Charla Lord, disse à Agri-Pulse que o "glifosato é uma ferramenta eficaz e valiosa para os granjeiros e outros usuários, muitos deles do Estado da Califórnia. Em breve, proporcionaremos informação científica detalhada à ORHHA sobre a segurança do glifosato e trabalharemos para que nenhuma lista potencial afete a utilização nem as vendas do glifosato na Califórnia”.
Advogados dos consumidores aprovaram a iniciativa da Cal/EPA.
"Dado que o setor de pesquisa da Organização Mundial da Saúde declarou, recentemente, que o glifosato provavelmente seja um cancerígeno para os seres humanos; a inclusão na lista regida pela Proposta 65 e a exigência de que seja etiquetado como tal são os seguintes passos lógicos”, disse Rebecca Spector, diretora do Centro de Segurança Alimentar da Costa Oeste, a EcoWatch.
Fonte:http://ecowatch.com/2015/09/08/california-becomes-first-state-to-label-monsantos-roundup-as-a-carcinogen/?utm_source=EcoWatch+List&utm_campaign=4a984bb080-Top_News_9_9_2015&utm_medium=email&utm_term=0_49c7d43dc9-4a984bb080-85932365

Texto: / Postado em 24/09/2015 ás 09:22

OS PSEUDO SOCIALISTAS APOIAM HOLLANDE, MAS CRITICAM A CHINA


As lágrimas de crocodilo, e os dentes*

Filipe Diniz

27.Set.15 ::

A história da Internacional Socialista é a história de um percurso que transita do movimento operário até à expressão política dos interesses e objetivos do grande capital e do imperialismo. O “socialismo” do nome foi há muito traído e esquecido. Apelam à “ação política” face ao problema dos refugiados. Mas ocultam que, dos “trabalhistas” de Blair aos “socialistas” de Hollande, partilham enormes responsabilidades no desencadeamento dessa tragédia.


Se há coisa particularmente repelente na política burguesa é a hipocrisia. Entre as muitas lágrimas de crocodilo que vêm sendo choradas pelos refugiados contam-se as da Internacional Socialista. Juntam-se às que a IS vem derramando por uma quantidade de boas causas, desde a paz na Colômbia até à “luta contra o terror e em defesa da paz” ou o “aquecimento global”.
A IS é um mundo de boas intenções metafísicas. Os seus documentos são um rol de preocupações comoventes. De problemas que afectam milhões de seres humanos. Mas não conseguimos ficar a saber a causa de um único desses problemas.
A coisa chama-se “socialista”. Mas nada tem a dizer acerca do capitalismo ou do imperialismo, causas fundamentais da generalidade das tragédias que afectam o mundo de hoje.
Veja-se este pedaço: “A deslocação global de dezenas de milhares de seres humanos actualmente em curso, em resultado de conflitos, da repressão ou da fome é um fardo que a humanidade partilha. […] Os anos recentes mostram que a movimentação massiva de pessoas não está em retrocesso. Pelo contrário, tem crescido e continua a crescer numa escala cada vez maior. Os conflitos em curso que afectam numerosos países do Médio Oriente constituem indicação de que este fenómeno não tem fim à vista”. (“SI call for solidarity and political action”, http://www.socialistinternational.org/viewArticle.cfm?ArticleID=2397).
Tudo isto cai do céu? Governos com partidos que integram a IS - como o francês - não têm nada a ver com o assunto? Não participaram na destruição do Iraque e da Líbia, no ataque contra a Síria (no Líbano, o partido filiado na IS passou-se para o campo “anti-Assad”). A França de Hollande não empreende uma vasta acção neocolonial na região subsaariana?
A IS não deu por nada.
O PS português faz parte desta hipócrita engrenagem. Mobilizou-a e apoiou-se nela contra a revolução portuguesa, adquiriu nela todos os tiques do dizer uma coisa e fazer o contrário. Com o detalhe que estes documentos da IS ilustram: invocar os problemas mas ocultar as causas é utilizar os problemas para garantir a continuidade das causas.
As lágrimas de crocodilo podem ser comoventes. Mas os dentes do crocodilo são um dos problemas a resolver.
*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2182, 24.09.2015

UMA PROPOSTA CONCRETA

Si dejamos de armar y entrenar terroristas, la guerra en Siria acabará”
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El senador republicano del estado de Virginia (este de EE.UU.), Dick Black, dijo que la crisis siria llegará a su fin si su país deja de entrenar a los terroristas en el país árabe.(*)
“Espero y rezo para que Estados Unidos se despierte y entienda que es hora de poner fin a esta masacre. Es hora de dejar de tratar de derrocar los regímenes, poner orden en Oriente Medio y detener el derramamiento de sangre.
Si dejamos de entrenar y armar a los terroristas, la guerra va a terminar”, declaró el funcionario estadounidense en un entrevista concedida el viernes a la agencia rusa de noticias Russia Today.
De igual manera, el senador norteamericano hizo hincapié en que las acciones de Riad y Ankara empeoran la crisis en Siria, y de seguido criticó la injerencia de Estados Unidos en el Oriente Medio, reporta hispantv.
De acuerdo con Black, la intervención del Gobierno estadounidense en esta región ha provocado el surgimiento de grupos terroristas, incluida la banda takfirí EIIL (Daesh, en árabe).
La autoridad norteamericana también criticó a Washington por entrenar y armar a los llamados “rebeldes moderados” so pretexto de combatir a los terroristas takfiríes. Adujo que, contrariamente a EE.UU., Rusia realmente trata de “resolver la crisis” de Siria desplegando sus fuerzas militares en el país árabe.
Según anunció el lunes un funcionario estadounidense bajo condición de anonimato, Rusia ha desplegado 28 avines de guerra en Siria.
“Estoy muy, muy contento de que los rusos estén enviando allí a personas que realmente van a luchar, porque no sé de qué lado del conflicto está Estados Unidos. Creo que a veces estamos de un lado, a veces del otro”, agregó el político.
Asimismo, recalcó que la creación de una zona de exclusión aérea en el norte de Siria, a través del acuerdo Washintong-Ankara, posibilitó el suministro a los extremistas desde Turquía.
Según Black, solamente el uno por ciento de los 300 ataques aéreos perpetrados por Turquía fueron lanzados contra Daesh; el resto apuntaba a los kurdos sirios.
Por su parte, el jefe del Mando Central de EE.UU. (CENTCOM), Lloyd Austin, en una comparecencia ante el Congreso, reconoció el 16 de septiembre que el programa de su país para entrenar a los llamados “rebeldes moderados” para combatir al Gobierno sirio resultó un fracaso.
En este contexto, un alto responsable estadounidense de Defensa afirmó el 17 de septiembre a la publicación estadounidense The Wall Street Journal, bajo condición de anonimato, que Washington está considerando un cambio fundamental en su fracasado programa de entrenamiento de milicianos para Siria y buscando alternativas para evitar que el plan colapse por completo.
larepublica.es
(*)(Os EUA é o maior fornecedor de armas no mundo e o que mais treina mercenários e golpistas. 

domingo, 27 de setembro de 2015

O QUE É BOM PARA A BOLIVIA DEVE CONTINUAR...




Congreso boliviano habilita a Morales para nueva elección presidencial

HISPAN TV – El Congreso de Bolivia, tras una maratoniana reunión encabezada por el oficialismo, habilita este sábado Evo Morales para una nueva elección presidencial, en una reforma parcial a la Constitución que se someterá a referéndum en febrero de 2016.
Tras un debate de unas 18 horas, la mayoría oficialista  ha conseguido aprobar con dos tercios de los votos una propuesta de ley para modificar parcialmente la Constitución y habilitar una nueva elección del presidente Evo Morales.
También dieron su visto bueno a detalles relacionados con el periodo constitucional del mandato: “El primer período constitucional, en aplicación de la nueva Constitución (…), fue el comprendido entre 2010 y 2015. La primera reelección es la que corresponde al período 2015-2020 y la segunda reelección constitucional sería la correspondiente al período 2020-2025″, especifica el punto relativo a la postulación presidencial. Y a aspectos vinculados a la necesidad de que estas reformas sean garantizadas o rechazadas por un referendo nacional, que se celebrará el 21 de febrero de 2016.
El presidente del Senado, José Alberto Gonzales, declaró el pasado 23 de septiembre en una rueda de prensa que el Referéndum Constitucional sobre la reelección del presidente de Bolivia, Evo Morales, para el periodo 2020-2025 se realizará el 21 de febrero de 2016, y no el 31 de enero, como anunciaron en su momento.
Tal y como indican los resultados de una encuesta de la empresa privada Ipsos Perú, el 54 % de los bolivianos está de acuerdo con modificar la Carta Magna para posibilitar la reelección de Morales en los próximos comicios.
Morales asumió la presidencia en 2006, tras ganar las elecciones con el 54 % de los sufragios, en enero de 2010 se hizo con el 69 % de los votos y comenzó su segundo periodo de gestión. En 2014 fue reelegido para un tercer mandato de cinco años.
fbq/nii/

UM GRANDE PALHAÇO: SE DIZIA SOCIALISTA!

                                             Josetxo Ezcurra

sábado, 26 de setembro de 2015

OS TRAIDORES TUCANOS E OUTROS NÃO ENTREGAR A PETROBRAS

Lava-Jato e a destruição da Petrobras

 

Por Dayane Santos. no site Vermelho:

A Petrobras e as reservas do pré-sal descobertas pela empresa têm atiçado a cobiça de setores nacionais e estrangeiros. A oposição tucana apresentou projetos na Câmara e no Senado que tem como objetivo acabar com o modelo de partilha.
Esse é o mesmo PSDB que tentou vender a Petrobras, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, com a alteração da Constituição, na Ordem Econômica, incluindo a quebra do monopólio estatal do petróleo, permitindo a prospecção e refino do produto por empresas privadas, nacionais e estrangeiras.
Agora, os tucanos utilizam as investigações da Operação Lava Jato para tentar fragilizar a Petrobras e promover o desmonte da estatal. E os reflexos dessa ação já são sentidos pelo setor. De acordo com a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), as empresas que atuam na engenharia junto à Petrobras, demitiram, somente no primeiro semestre deste ano, 7,5 mil engenheiros. Em 2014, esse número foi de 3 mil trabalhadores.
Segundo a entidade, esse número é reflexo da investigação midiática da Operação Lava Jato, que afetou 30 grandes obras em todo o Brasil.
“Se na esteira desse combate à corrupção redundar a destruição de todas as empresas brasileiras que atuam na engenharia de grandes obras, e, em seu lugar, vierem as multinacionais da engenharia, teremos dado um exemplo de estupidez invulgar, asseverando ao mundo que empresário brasileiro é desonesto e que os estrangeiros são puros”, afirma o engenheiro Haroldo Lima, ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ex-deputado federal e membro do Comitê Central do PCdoB.
“Punir os culpados, ex-diretores ou não da Petrobras e dessas grandes empresas privadas, é interesse de todos. Salvaguardar a estatal petroleira e as grandes empresas nacionais de engenharia e construção pesada, onde atuam dezenas de milhares de técnicos e trabalhadores, competentes e honestos, responde aos interesses nacionais”, salientou o engenheiro, frisando que se trata de uma questão de Estado, “não para delegados ou promotores”.
“Há problemas penais, mas há problemas nacionais. E os primeiros não podem se sobrepor aos segundos. A Advocacia Geral da União já estuda a questão, procurando solucioná-la através de ‘acordos de leniência’, que combatem a corrupção, punem os corruptos e estabelecem condições para a continuidade das empresas”, defendeu.
Petróleo é nosso
Gilberto Bercovici, professor titular de Direito Econômico e Economia Política da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro Direito Econômico do Petróleo e dos Recursos Minerais, afirma que a crise em que a Petrobras é vítima, não é razão para o país abrir mão do controle da Petrobras.
“As estatais servem para fazer determinadas políticas e para determinados setores. Obviamente que ocorrem desvios, como está sendo constatado na Petrobras. Os responsáveis devem ser responsabilizados e punidos. Agora, isso não pode servir de desculpa para desmontar uma empresa que foi feita com patrimônio público, com o dinheiro público”, declarou o professor também em entrevista ao Vermelho.
Bercovici, em parceria com o advogado Walfrido Jorge Warde Júnior, doutor em Direito Comercial pela USP e especialista em Direito Societário e Mercado de Capitais, e José Francisco Siqueira Neto, professor-titular e diretor da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, elaborou um plano para assegurar a indenização à Petrobras sem prejudicar o andamento das atividades da estatal ou interferir nas investigações em andamento.
Walfrido Warde explicou as bases desse plano que tem como foco manter as empresas e punir os corruptores. “Propomos um acordo público-privado que leve a um leilão de ativos arrecadados pelo Estado, basicamente participações societárias dos controladores das empreiteiras fornecedoras da Petrobras, para aquisição posterior, em leilão, por fundos criados para esse fim. Ajuizadas as ações de indenização previstas na legislação societária e administrativa, as empreiteiras seriam chamadas a transacionar, dando em pagamento essas participações à Petrobras e à União, sob mediação da Advocacia-Geral da União”, disse Warde, em entrevista à CartaCapital.
O advogado destaca que o acordo seria uma espécie de contrato que reunirá as empreiteiras, a Controladoria-Geral da União, o Tribunal de Contas da União, a Advocacia-Geral da União, o Ministério Público Federal e os representantes da estatal.
O plano não prevê a contratação de outras empreiteiras nacionais ou estrangeiras, pois as empresas que prestam serviço à Petrobras possuem qualificações específicas de classe mundial.
Warde explica: “A sua substituição em grande escala por concorrentes estrangeiras acarretará provavelmente no fechamento de dezenas de fornecedores locais das empreiteiras nacionais e a ocupação do espaço por parceiros externos das recém-chegadas, com a perda de milhares ou milhões de empregos diretos e indiretos”, enfatizou Walfrido Warde.
Papel estratégico no desenvolvimento
Bercovici reforça que as estatais brasileiras têm papel destacado no avanço econômico do país. O setor do petróleo, por exemplo, representa cerca de 10% do PIB do país.
“No Brasil quem cria os mercados são as estatais. A questão siderúrgica é muito emblemática porque, de 1909 até 1940, o Brasil fez de tudo para atrair uma grande siderúrgica pra cá. Garantia incentivos, financiamentos, compra, a construção de ferrovia e porto. Poderia ser privada ou estrangeira, mas ninguém veio, ninguém se interessou. Só foi possível se fazer por via estatal”, lembrou o professor.
A “solução” proposta pelos tucanos
Sobre o projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP), que propõe a retirada a Petrobras da condição de operadora única da exploração do pré-sal, ele rebate as críticas contra o modelo de partilha, afirmando que o sistema “garante a propriedade estatal sobre os produtos petrolíferos antes de serem comercializados”. Segundo ele, esse modelo de contrato é o mais utilizado “pelos Estados produtores de petróleo em todo o mundo”.
E conclui: “O resultado da aprovação do Projeto de Lei do Senado 131/2015 seria a perda do controle nacional sobre as reservas petrolíferas e sua exploração ditada a partir dos interesses privados das grandes petroleiras internacionais. Que país do mundo seria capaz de abrir mão do controle sobre esses recursos? Certamente nenhum. Não existe razão alguma que justifique que o Brasil deva permitir a dilapidação de toda essa riqueza estratégica fundamental para o futuro do país”.

Texto: / Postado em 24/09/2015 ás 12:36
Quem ousar tentar entregar as nossas reservas de petróleo terá o destino de todo o traidor: A FORCA.

OBAMA VAI ENCARAR PUTIN?

Ao vivo, de New York, "Putin o Grande"!

24/9/2015, Pepe Escobar, RTFoto: Reuters


É o suspense geopolítico máximo da temporada: será que o presidente Barack Obama dos EUA finalmente decidirá conversar com o presidente Vladimir Putin da Rússia, ou nessa 6a-feira ou durante a Assembleia Geral da ONU, semana que vem em New York?

O dramático movimento dos russos na Síria, que virou o jogo – não só entrega de armas, mas a real possibilidade de real intervenção pela Força Aérea da Rússia – deixou todos zonzos na área da Avenida 
Beltway.

O ministro de Relações Exteriores da Síria Walled Muallem 
disse claramente ao jornal RT que o envolvimento direto dos russos na luta contraISIS/ISIL/Daesh e os tais "moderados" (como os neoconservadores dos EUA os tratam) da Frente al-Nusra, codinome Al-Qaeda na Síria, é ainda mais importante que as armas fornecidas.

Washington, entrementes, permanece enredada num buraco negro geopolítico, para tudo que tenha a ver com a estratégia de Putin. A resposta do governo Obama está conectada como os dois lados de uma dobradura a como será recebido em todo o mundo o discurso de Putin na ONU, e a como se desenrolará a diplomacia frenética relacionada ao teatro de guerra na Síria.

É ingenuidade interpretar o avanço militar dos russos como mero show de força, convite aos norte-americanos para que afinal se sentem e discutam tudo, do sudoeste da Ásia à Ucrânia.

Também é ingenuidade interpretar o movimento como desespero, em Moscou, por algum diálogo, no sentido dequalquer diálogo. Não há ilusões no Kremlin. Obama e Putin trocaram umas poucas palavras em Pequim, ano passado – e foi só; nada de visitas oficiais, nada de encontros detalhados.

O que é certo é que a mais recente jogada do xadrez de Putin tem potencial para reduzir a cacos a 'estratégia' do governo Obama pós-Maidan de isolar a Rússia. Daí o medo previsível, o ranger de dentes e a paranoia que tomou conta de toda a área da Avenida Beltway.

Velhos hábitos de Guerra Fria 2.0 são duros de morrer – se é que morrem. Washington pode estender o proverbial"apoio financeiro" à falida e falhada Ucrânia, e a pressão sobre a União Europeia para que mantenha as sanções ao longo de 2016 permanecerá. Toda a 'Think-tank-elândia' nos EUA continua a repetir e divulgar freneticamente que o governo Obama "não está pronto"para negociar com a Rússia.

Bem, pelo menos a Casa Branca e o Departamento de Estado parecem ter afinal compreendido que aqueles mísseis terra-ar e Sukhois que agora estão na Síria lá estão para proteger a base aérea em Latakia. O Pentágono que trate de explicar para um John Kerry perfeitamente desentendido de tudo: eles lá estão como "força de proteção".

A nova remessa já entregue inclui 4 jatos de combate multifuncionais Su-30SM; 12 jatos de ataque em terra Su-25; 12 jatos de ataque Su-24M; e seis possíveis helicópteros de ataque Ka-52. Segundo 
IHS Jane’s"é significativa capacidade para atacar rebeldes que se opõem ao governo sírio e para prover a perfeita segurança de Latakia, terra natal do presidente Bashar al-Assad."

A elucidação veio depois que o El Supremo do Pentágono, Ash Carter e o ministro da Defesa da Rússia Sergei Shoigu mantiveram conversa de 50 minutos por telefone. O fato de ter sido o primeiro telefonema entre os dois em mais de um ano diz tudo que é preciso saber para avaliar as competências "diplomáticas" do governo Obama.

Inevitavelmente, Kerry teve de mudar sua conversa: as armas já não levantam "sérias questões". Agora, Kerry está dizendo, essencialmente, que Moscou tem o direito de super turbinar sua ação de paz-para-a-Síria, e a Casa Branca já não repete em frenesi, incontáveis vezes, que Assad-tem-de-sair, desde que haja uma "transição".
Observem o tabuleiro do xadrez
Putin fará discurso daqueles de fazer parar o espetáculo na ONU. Dedicará um breve parágrafo aos fantoches que ativaram a política externa do governo Obama, incluída a célula neoconservadora no Departamento de Estado. Putin, sob os olhos da opinião pública global anunciará o descarte total do ISIS/ISIL/Daesh, que deixará de existir como questão geopolítica chave dos tempos atuais; vai declarar que a tarefa será levada a cabo pela Rússia; e proporá que o 'ocidente' una-se à Rússia.

Cenário 1: Washington e seus lacaios na UE decidem apoiar a ação dos russos, ou, pelo menos, a tal coalizão de oportunistas espertalhões liderada pelos EUA será posta a trabalhar lado a lado com a Rússia – e com o Irã.

Significa ajudar Damasco a vencer guerra de verdade contra o terror (do "Califato"). "Assad tem de sair" talvez, quem sabe; mas depois. E sairá como vencedor.

O governo Obama – além do sultão Erdogan, do Qatar, da Casa de Saud – serão expostos ao mundo como responsáveis por terem prolongado uma tragédia que poderia ter sido resolvida em 2012. E a Rússia será reconhecida como última frente de defesa eficaz e operante da civilização, contra a barbárie.

Cenário 2: Washington e seus lacaios na UE recusam-se a pôr-se lado a lado com a Rússia, e continuam a apostar no espantosamente ineficaz desempenho da coalizão dos oportunistas espertalhões – por exemplo, com Erdogan bombardeando curdos, não algum ISIS/ISIL/Daesh, e os franceses encenando mini raid-izinhos aéreos invocando "autodefesa" (não estou inventando nada: é a versão oficial do Palácio Elysée.) Todo o mundo interpretará tal coisa pelo que a coisa é: o combo OTAN-CCG não tem mesmo interesse algum em derrotar qualquer salafista jihadista.

Imaginem o resultado diplomático/geopolítico cataclísmico de o mundo não ter como não ver no que deram os cinco anos da 'operação' 'comandada' por OTAN-CCG, de armar até os dentes jihadistas degoladores.

E o fecho de ouro: se o Exército Árabe Sírio/militares russos puserem fim à obra do ISIS/ISIL/Daesh, adivinhem quem levará as honras.

Quer dizer que Putin vence nos dois cenários. Esqueçam a facinorosa incansável demonização, os memes de 'novo Hitler', 'novo Stálin'. ‘Putin O Grande' lá estará, nada menos que um Perseu eslavo – justiceiro matador da Medusa jihadi.
A grande potência voltou
Mas há mais, muito mais. Aconteça o cenário 1 ou o cenário 2, Putin está também, simultaneamente, regendo uma saída para o impasse na Ucrânia, que envolve o fim das sanções, provavelmente em 2017. As nações que realmente contam na UE já estão querendo acabar com as tais sanções. E acabarão com elas, se Putin fizer o que elas não poderão jamais fazer: acabar com o "Califato" que despacha ondas e mais ondas de refugiados diretamente para dentro da Fortaleza Europa.

Em "
Paz na Síria? Culpa de Putin!" já examinei como qualquer possível paz na Síria sempre será culpa de Putin. Agora, imaginem as consequências. A Rússia de volta, como a nação realmente indispensável – no Oriente Médio e para além dele. A Rússia de volta, como grande potência – ponto, parágrafo.

Alguns, que já emitiram sinais de vida inteligente na União Europeia já perceberam o que está para acontecer.

Entra em cena 
Helene Carrère d’Encausse, historiadora especialista em Rússia e membro da venerável Académie Française desde 1990, da qual é secretária perpétua.Madame d’Encausse compreende claramente como Putin vê-se, ele mesmo, como herdeiro de Pedro O Grande – grande modernizador.

E ainda que reconheça que a Europa já não é o centro do mundo,  Putin de modo algum é adversário da Europa. Mas ele sabe que para norte-americanos e europeus a Rússia é país que eles podem tratar com desdém. E isso tem, absolutamente, de ser revertido.

O projeto "Putin O Grande" visa a devolver à Rússia seustatus de grande potência.

Quando Putin foi eleito à presidência em 2000 – eu estava em Moscou cobrindo aquelas eleições e lembro muito bem –. a Rússia estava em caos total, sendo destruída pelo mais desatinado neoliberalismo. Putin pôs a Rússia de volta nos trilhos.

O que Putin quer sobretudo – diferente do que pretende a leitura superficialíssima que reina na Think-tank-elândia norte-americana –, não é refazer algum império, russo ou soviético; quer é livrar o país da humilhação pela qual todos passaram nos anos 1990s – a década do saque generalizado –, e devolver o orgulho aos russos. Basta ver pelos índices de popularidade do presidente na Rússia: 85% e aumentando, que os russos entendem e concordam.

Madame d’Encausse faz uma referência histórica ao Conde Sergey Uvarov, estadista do império que atuava à sombra do czar Nicolau 1º, e que definiu a doxa na Rússia em meados do século 19, como "ortodoxia, autocracia e gênio nacional". Para a especialista, aí está o coração da ideologia de Putin.

"Gênio nacional", nesse contexto, refere-se a um senso de justiça social e a um espírito muito russo, de solidariedade. Putin sempre enfatiza esse espírito, que é componente essencial do que significa 'ser russo'. E tudo está conectado com o nacionalismo. Basta reler Dostoievsky, para quem "a nação russa é fenômeno extraordinário na história do gênio humano."

E há também, sim, o Islã – fator que complica extraordinariamente tudo.

Há na Rússia, mais de 20 milhões de muçulmanos. Putin reconhece que a Rússia também é estado muçulmano; de fato, é estado multiconfessional, e muitos russos muçulmanos são sunitas. Putin identifica claramente oISIS/ISIL/Daesh como uma cruzada sunita contra xiitas. Ao mesmo tempo, mantém relações muito boas com o Irã xiita e com os alawitas na Síria. E dá-se conta de que há repúblicas sunitas, ex-russas e ex-soviéticas, plantadas às portas da Rússia.

Assim sendo, Putin tem de continuar a analisar o Islã levando em consideração simultaneamente a política nacional e a política exterior. O que ele já sabe com certeza é que um 'Sunitistão' de salafitas jihadistas no "Siriaque" é ameaça muito grave à segurança nacional da Rússia. Aleppo é praticamente a porta ao lado, de Grozny. Claro, ‘Putin O Grande' é homem de grande ambição.

Mas é preciso começar pelo começo: Putin absolutamente não pode permitir que a grande potência ressurgente seja infiltrada e corroída por bárbaros inventados e armados pelo ocidente, ali, às portas da Rússia.*****
 
Tradução: Vila Vudu

Texto: / Postado em 24/09/2015 ás 19:54