domingo, 31 de agosto de 2014

UM ALERTA IMPORTANTE


Os riscos dos alimentos transgênicos
Íntegra da tradução da palestra de Jeffrey Smith

 Diretor-executivo do Instituto pela Tecnologia Responsável aponta doenças provocadas por transgênicos
 
Curitiba, 12-05-09 - Transgênicos - O pesquisador americano Jeffrey Smith fala sobre os alimentos genéticamente modificados e transgênicos, na Escola de Governo. Foto Arnaldo Alves - SECS
Devo dizer que por ser americano, a primeira coisa que eu deveria fazer é pedir desculpa. Isso porque os Estados Unidos empurraram em cima de vocês as lavouras e os alimentos transgênicos. Mas na sua sabedoria, na sua intuição e no seu intelecto, você (governador Roberto Requião) soube que comida modificada geneticamente não é uma boa coisa para o Brasil ou para as pessoas do mundo.
Tendo trabalhado com mais de 30 cientistas em todo o mundo, para documentar os riscos à saúde conhecidos dos alimentos transgênicos, eu posso lhe dizer, governador, que hoje em dia existem evidências indiscutíveis de que os alimentos transgênicos não são bons para a saúde do ser humano e jamais deveriam ter sido introduzidos em nossa cultura.
 
Depois da minha palestra, eu gostaria de lhe apresentar o exemplar do livro que eu escrevi. Como o senhor é muito ocupado e não terá tempo de ler todas essas páginas, então, antes de cada página extensa temos um resumo para dizer o que a página seguinte diz. O senhor poderá ler rapidamente sobre os milhares de animais estéreis, mortos e com doenças, as reações tóxicas e alérgicas em seres humanos. O dano causado a virtualmente todos os órgãos dos animais em laboratório estudados. O senhor pode ler rapidamente e sua equipe em detalhes.
 
Eu apresentei as evidências para muitas organizações de médicos e eles estudaram os dados. Nesta sexta-feira (8), a Academia Americana de Medicina Ambiental publicou resolução exigindo a moratória dos transgênicos nos Estados Unidos.  Eles também pediram aos médicos que ajudassem a educar seus pacientes receitando-lhes dietas sem transgênicos. Eles usaram evidências, que indicam que os transgênicos podem aumentar ou tornar mais severos os quadros de alergia, acelerar o envelhecimento, gerar problemas de reprodução e outras coisas que foram descobertas em laboratórios ou fazendas de todo o mundo
 
Uma segunda organização médica está preparando uma resolução semelhante esta semana. E médicos no mundo estão avisando os pacientes para que não consumam os perigosos transgênicos. Eu visitei a Índia durante dois meses neste ano e a Suprema Corte local havia pedido aos seus biólogos que revisassem o processo de aprovação dos alimentos transgênicos. Depois de 10 meses de pesquisas, eles também solicitaram a moratória dos alimentos transgênicos. Eles disseram que não há um único alimento transgênico no mundo que tenha sido devidamente avaliado e, com base na revisão de 600 trabalhos publicados, chegaram à conclusão que a presença de alimentos transgênicos na dieta dos norte-americanos é, em grande parte, responsável pelo aumento das condições ruins de saúde evidenciadas naquele país nos últimos 12 anos.
 
DOENÇAS – Na Índia, milhares de fazendeiros estão sofrendo reações alérgicas simplesmente por tocarem o algodão transgênico que é a sua lavoura. Quando eles permitem que animais pastem na lavoura depois da colheita, milhares de cabras, carneiros e búfalos têm morrido. Outros têm problemas de reprodução como abortos, infertilidade ou o prolaxo do útero. Dúzias de fazendeiros no Estados Unidos alegam que seus porcos ou carneiros ficaram inférteis depois de consumirem certos tipos de milho transgênico.
 
O governo da Áustria publicou estudo no qual demonstraram que quanto mais milho transgênico fosse alimentado para os ratos, menos filhotes cada ninhada tinha e menores eles se tornaram. O governo italiano publicou uma pesquisa no mesmo mês demonstrando que os ratos apresentavam reações imunológicas ao mesmo tipo de milho transgênico.
 
Na Rússia, as ratas foram alimentadas com soja transgênica antes do cruzamento. Mais da metade dos filhotes morreram em três semanas.  Somente 10% do grupo de controle morreram. Quando deram milhos transgênico para os ratos machos, os testículos mudaram de cor de rosa para azul. Quando esses ratos que foram alimentados com milho transgênico, foram encontradas alterações nas células dos espermatozóides. O DNA dos embriões funcionava de maneira diferente quando as fêmeas eram alimentadas com o milho transgênico ou com milho convencional.
 
Uma das pesquisadoras que levantou todos esses fatos foi forçada a abandonar a pesquisa no campo de transgênicos, devido à pressão colocada nela pela sua organização. Um dos seus colegas tentou confortá-la, dizendo que talvez a soja transgênica possa vir a resolver o problema do excesso de população na Terra.
 
A soja transgênica também tem relação com alergias, existem testes de punção de pele que testam reações alérgicas, algumas pessoas reagem somente à soja transgênica e não à soja convencional. A soja transgênica apresenta níveis mais altos de um alergênico conhecido do que a convencional, sete vezes mais alto. Há presença de um novo alergênico na soja que não deveria ter sido encontrado dentro dela e que resultou do processo de criação do transgênico. Até a proteína round up ready que é inserida no gene como parte do preparo do transgênico apresenta uma característica alergênica. De acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde, apenas isso já deveria ter excluído a adoção da dieta transgênica nos seres humanos.
 
Também há muito mais resíduos do herbicida round up na soja transgênica, que pode ter efeitos de alergia nos seres humanos. Nos meus estudos, o round up ready suprimiu os efeitos digestivos e, dessa maneira, causou problemas, possíveis alergias em seres humanos. Provavelmente não é coincidência que, assim que a soja transgênica foi introduzida no Reino Unido, as alergias à soja dispararam em 50%.
 
CONTROLE SUSPEITO – O que é muito trágico é que há muito poucos estudos em alimentos geneticamente modificados. Nos Estados Unidos os cientistas do FDA (Food and Drugs Administration) exigiram que seus superiores requisitassem estudos de longo prazo dos alimentos transgênicos. Eles disseram que os transgênicos poderiam criar alergia, toxinas, novas doenças e outros tipos de problemas de saúde. Mas a Casa Branca instruiu o FDA a promover a indústria do bioalimento. Então, a Agência recrutou o advogado da Monsanto para ser encarregado da geração da política que ia tratar disso. E, por esse motivo, o governo declara que não percebe nenhum problema e, portanto, não há necessidade da realização dos testes de segurança.
 
Oficialmente, a própria Monsanto é encarregada de determinar se seus alimentos transgênicos são seguros para o consumo nos Estados Unidos. Depois de criarem essa lei, a pessoa encarregada da política virou vice-presidente da Monsanto.
 
No Brasil há uma tendência de assumir o controle dos departamentos que regulam a biotecnologia no país em nível federal. A Anvisa solicitou mais estudos antes da aprovação do milho transgênico, porém eles foram sobrepujados por instruções do lado político. O Ibama disse que não tinha informação suficiente para proteger o meio ambiente. Eles quiseram impedir, mas foram  sobrepujados.
 
Quando um oficial da área de saúde da Monsanto solicitou que se fizesse testes de segurança para a saúde dos seres humanos, antes de poder colocar os produtos no mercado, sua solicitação foi recusada. Quando esse mesmo oficial solicitou à Monsanto que fossem feitos testes com crianças que são alimentadas com fórmulas a base de soja transgênica, que fossem feitos teste de segurança com eles, a Monsanto se recusou.
 
Mesmo que os transgênicos sirvam de alimento para mais de 1 bilhão de pessoas, não há sequer um único estudo em relação a isso. Somente um único estudo em seres humanos foi publicado. Eles descobriram que o gene que é introduzido na soja para transformá-la em round up ready, significando que a soja não vai morrer quando é pulverizada com o herbicida round up, esse gene tinha sido transferido para o DNA de bactérias encontradas no trato intestinal do ser humano e continuava ativo. A bactéria intestinal era uma bactéria round up ready. Isso significa que, por um longo período, após pararmos de comer transgênicos nós temos esses alergênicos, essa toxinas, geradas dentro do nosso próprio corpo.
 
MILHO – Pensem no milho geneticamente produzido, que é criado para gerar o seu próprio pesticida. Essa substância gera reações alérgicas e produção de toxinas. Ela está presente em cada uma das células do milho transgênico.
 
As pessoas que respiraram e inalaram o pólen desse milho das Filipinas tiveram problemas sérios de saúde e alergia. Isso está vinculado a muitos programas que nós já discutimos e descrevemos hoje. Se o gene que está presente em um milho, num produto que está disponível no mercado, for transferido para a constituição da matéria institucional que nós temos, pode transformar as nossas bactérias contaminadas desta matéria em fábricas permanentes de pesticidas internos ao nosso corpo que durarão por toda a nossa vida.
 
Como podemos saber se os transgênicos são seguros se não há ensaios realizados em seres humanos. A doença gerada por ele teria que ocorrer de uma maneira muito rápida, ser muito violenta, única e facilmente encontrada. E na realidade, na década de 80, um suplemento alimentar feito de transgênico, gerou esse tipo de doença. Matou 10 americanos e fez com que entre cinco e dez mil adoecessem. Mesmo que essa doença fosse severa, tivesse diferenças de todo resto, que fosse de progressão rápida, levou quatro anos para descobrir e fazer algo a respeito. Portanto, se os transgênicos nos Estados Unidos, estiverem produzindo uma doença que não seja com sintomas diferentes, com progressões rápidas, se esses transgênicos não tiverem gerando câncer ou outros tipos de doenças de longo prazo, como é que nós vamos saber que isso está acontecendo.
 
Quando os transgênicos foram introduzidos em 1976, 7% dos americanos tinham três  ou mais doenças crônicas. Em nove anos, isso quase dobrou para 13%. As doenças relacionadas com a alimentação nos Estados Unidos mais do que dobraram nesse período. Os médicos agora estão dizendo que alergias, autismo, uma série de doenças podem estar relacionadas ao consumo de alimentos transgênicos e por isso podem ter afetado a população americana. Agora quantos de vocês se sentem desconfortáveis em comer comidas transgênicas?
 
EUROPA – Governador, lhe apresento a solução. Se nós perdemos o controle do processo regulatório do Governo Ferderal, se estamos amarrados pelas regras criadas pelos legisladores, podemos ir a um poder mais alto. Os consumidores, que são o pico da cadeia alimentar. Posso contar a vocês algumas boas histórias. Em 1999, a indústria da biotecnologia previu que em cinco anos 95% das sementes produzidas no mundo seriam transgênicas. E em três semanas ocorreu um evento que evitou que eles substituíssem a natureza. Um dos principais cientistas do mundo havia recebido a incumbência de gerar os protocolos de alimentos transgênicos para as instituições européias. Depois de descobrir que o próprio processo de engenharia genética era inerentemente perigoso e que ratos que recebiam alimentos transgênicos, supostamente inócuos, tinham tido danos fortes aos seus sistemas em apenas dez dias, ele foi despedido, depois de 35 anos no cargo, foi silenciado com ameaças de processos jurídicos e nunca mais tocou no assunto.
 
Mas em 1999, depois de uma ordem do parlamento europeu foi retirada essa ordem de silêncio. Em um mês, 350 artigos foram publicados sobre alimentos transgênicos na Europa. E um editor disse que isso estava dividindo a sociedade em dois lados de uma guerra. Em dez semanas, o ponto de partida havia chegado na Europa. A Unilever, o maior produtor de alimento do Reino Unido, se prometeu publicamente a parar de usar produtos transgênicos em seus produtos de alimentação. Até o final daquela semana, virtualmente, todos os produtores europeus haviam se comprometido a fazer o mesmo. E tem sido o compromisso assumido pelas empresas de alimentos causados pela preocupação dos consumidores desses alimentos que tem mantido os transgênicos fora da Europa. Exatos dez anos depois disso ter acontecido na Europa, o professor estava em Nova Deli com o produtor de Bollywood que produziu um documentário de 30 minutos sobre os perigos dos elementos transgênicos, baseado em grande parte no livro do professor “A roleta Genética”. Em nove semanas da data da sua publicação, de sua veiculação, se tornou o filme mais falado na Índia. E eu recebi um e-mail do diretor, que disse que seria atualmente virtualmente impossível introduzir uma nova forma de transgênicos na Índia porque isso levaria a um tumulto interno.
 
Aqui podemos então fornecer uma fórmula. Quando, nem que seja uma pequena parcela da população passa a optar por alimentos mais saudáveis, não-transgênicos, como forma de proteger a sua família, a indústria de alimentos verá uma redução do seu mercado, vão perceber uma tendência. Eles (a indústri) já tiraram os transgênicos de suas marcas vendidas na Europa e no Japão, eles podem simplesmente suprir sua cadeia de abastecimento e começar a comprar soja não-transgênica do Paraná. E o milho, que também não é transgênico.
 
E quando eles se comprometerem em ser não-transgênicos, os fazendeiros, os produtores vão ter que se comprometer a ser também não-transgênicos. Por que o mercado para produtos transgênicos terá desaparecido.
Portanto, essa é a fórmula que o instituto do professor tem como via, adotando no Estados Unidos. E fico feliz de poder apresentar para vocês, para o governador e para quem quer que necessite de material de suporte de nível técnico para uma campanha de conscientização dos perigos para a saúde que trazem esses alimentos transgênicos.
 
RENDIMENTO – Uma coisa sobre essa abordagem é que as pessoas vão parar de ouvir as indústrias de biotecnologia, quando elas alegam que os alimentos transgênicos são seguros. A evidência é totalmente documentada e eles não têm tido condições de reagir a ela. Com outros tipos de argumento, a indústria de saúde pode ter condições de convencer as pessoas, mesmo que seus argumentos sejam falsos. Quantas pessoas aqui ouviram que lavouras transgênicas têm rendimento maior. De acordo com um estudo publicado há duas semanas, as lavouras transgênicas não têm um rendimento aumentado. E o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos tem dados que comprovam que as lavouras transgênicas não têm o rendimento aumentado. Em muitos casos, as indústrias têm rendimento menor.
 
Quantas pessoas aqui já ouviram que os alimentos são responsáveis por alimentar o mundo. O maior estudo realizado nesse tipo, com 400 pesquisadores, confirmou que os alimentos transgênicos não são adequados para a alimentação do ser humano e para alimentar o mundo. E uma das piores situações é que os alimentos transgênicos persistem no meio ambiente. Os genes que foram liberados apenas nessa situação podem durar mais tempo do que o crescimento global ou o lixo nuclear.
 
Talvez em algum momento do futuro tenhamos condições de manipular com segurança DNA para a nossa segurança e do meio ambiente. Não sou contra a ciência da engenharia genética, não sou contra a terapia genética para seres humanos ou ao uso de transgênicos para a geração de drogas e remédios. Mas a geração atual está cheia de efeitos desconhecidos e estamos expondo não só a nós mas as gerações futuras, nossos filhos, aos mesmos efeitos.
 
Dou o meu apoio ao governador e também a qualquer administração em todo o mundo que esteja trabalhando no sentido de criar uma área livre de transgênicos dentro da sua jurisdição. 4.500 jurisdições na Europa declararam que são zonas livres de transgênicos. Países em todos os continentes e nos Estados Unidos, estados e municípios vem se declarando livres de transgênicos. É a minha esperança que a transformação documental sobre os riscos de alimentos transgênicos seja publicada e transmitida no Brasil amplamente através da mídia no Brasil e que chegue a cada lar, a cada mãe que seja responsável pela compra do alimento para sua família. Para que dessa forma os brasileiros possam declarar seu próprio corpo livre de transgênicos.

Fonte: Governo do Paraná
Autor: Agência Estadual de Notícias 

Palestra proferida  na Escola de Governo em 12/05/09

DOAÇÕES: REQUIÃO NÃO ESTÁ NA LISTA

Empresas doaram R$ 224 mi no 1.º mês de campanha 

O valor doado aos partidos e candidatos de todo o país durante o primeiro mês de campanha chegou a R$ 224 milhões. Os dados fazem parte de um levantamento exclusivo da Gazeta do Povo, com base em dados disponíveis na Justiça Eleitoral, referente à arrecadação de campanha entre 6 e 28 de julho. Oficialmente, os candidatos podem pedir votos desde 6 de julho. E o dia 28 do mês passado era a data limite para que eles informassem as doações recebidas na primeira fase de campanha.


R$ 5 milhões foram arrecadados pelos candidatos ao governo do Paraná em julho, primeiro mês de campanha. Individualmente, as maiores doadoras foram o grupo JBS e a CR Almeida.

Arrecadação eleitoral foi de R$ 14,7 milhões no Paraná
No Paraná, as doações eleitorais somaram R$ 14,7 milhões. Os candidatos ao governo ficaram com a maior fatia de doações no Paraná: R$ 5 milhões. A maior parte (R$ 4,2 milhões) também veio de empresas. A petista Gelisi Hoffmann recebeu o mesmo valor do grupo alimentício JBS e da empreiteira CR Almeida: R$ 950 mil de cada empresa. A segunda maior doação veio da Ambev, no valor de R$ 380 mil. As maiores doações direcionadas ao candidato do PMDB, Roberto Requião, foram da Distribuidora de Pneus Vila Velha (R$ 200 mil) e da Cattalini Terminais Marítimos (R$ 75 mil). O candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), que inicialmente apresentou prestação de contas zerada, posteriormente informou ter recebido R$ 2,2 milhões. Praticamente metade veio do mesmo doador: o Moinho Iguaçu Agroindustrial, que doou R$ 1 milhão. O segundo doador que mais contribuiu foi a TGA Administração e Participações, com R$ 200 mil. Todas as doações informadas pelo candidato teriam sido realizadas após o dia 28 de julho, portanto, em tese, deveriam constar na segunda parcial. O prazo para que os candidatos apresentem os novos dados à Justiça Eleitoral termina na próxima terça-feira.


O grupo JBS − detentor das marcas de alimentos Friboi e Seara − foi o que mais doou: R$ 52 milhões. No Paraná, de acordo com o sistema de prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o JBS, dono de um faturamento de R$ 93 bilhões em 2013, doou R$ 1,7 milhão para candidatos a deputado federal do PP e PR e para a campanha de Gleisi Hoffmann (PT) ao governo.
Dos dez maiores doadores, cinco são empreiteiras. OAS, com R$ 18,9 milhões, e Queiroz Galvão, com 14,8 milhões, vêm, respectivamente, em segundo e terceiro lugares no ranking dos maiores financiadores eleitorais. Somando-se as doações de UTC Engenharia (R$ 10,9 milhões); Grupo Carioca Christiani Nielsen (R$ 6 milhões); e Andrade Gutierrez (R$ 4,8 milhões), as empresas do setor doaram juntas R$ 55,4 milhões nesta fase da campanha. No setor de logística, a Cosan foi uma das maiores financiadoras, com R$ 6,8 milhões.
A Telemont Engenharia de Telecomunicações é outra grande doadora. Com R$ 11,9 milhões repassados para as campanhas, ficou em quinto lugar. O partido preferido da empresa é o PMDB. Mas também receberam recursos PP, PR, Pros e PSDB. Do total, R$ 500 mil foram doados a candidatos a deputado federal paranaenses.
Completam a lista dos dez maiores doadores duas empresas do segmento de bebidas. A Ambev doou R$ 11 milhões – no estado, R$ 15 mil para o Solidariedade e R$ 380 mil para Gleisi Hoffmann. Já a Arosuco Aromas e Sucos fez doações de R$ 6,7 milhões em todo o país.
Sem verba
O valor recebido pelos candidatos até 28 de julho chegou a R$ 187 milhões. Em tese, a diferença de R$ 37 milhões em relação à arrecadação total do período existe porque os partidos ainda não haviam repassado parte do dinheiro aos concorrentes.
Dos mais de 26 mil candidatos que concorrem aos cargos de deputado estadual, deputado federal, governador, senador e presidente em 26 estados e no Distrito Federal, apenas 3,6 mil (14%) declararam ter recebido doações em dinheiro ou serviços. Ou seja, o restante informou não ter tido arrecadação. Para o secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, o comportamento dos partidos e candidatos e do próprio TSE “foi frustrante”, já que as doações ocultas, segundo ele, permanecem. “As empresas investem, não doam, esperando um retorno financeiro no futuro”, afirma.




Vejam que Requião não está na lista acima. Por que? Porque os doadores sabem que Requião não leiloa o Estado, não põe o Estado à venda, não negocia com os grandes grupos ecocômicos. Requião não tem a confiança dos abutres que exploram o povo.  

CRISTIANISMO - MITOS, LENDAS E HISTÓRIA

Miguel Urbano Rodrigues    
A releitura de Os Primeiros Cristãos, Páginas de História, de Irina Sventsitskaya,* desencadeou em mim durante dias uma reflexão profunda sobre a procura de deus pelo homem. Tão intensa que dediquei as ultima semanas a reler primeiro O Antigo Testamento e, depois, O Novo Testamento.
A releitura de Os Primeiros Cristãos, Páginas de História, de Irina Sventsitskaya,* desencadeou em mim durante dias uma reflexão profunda sobre a procura de deus pelo homem. Tão intensa que dediquei as ultima semanas a reler primeiro O Antigo Testamento e, depois, O Novo Testamento.
Eu lera o ensaio da historiadora soviética quando foi editado em Portugal há um quarto de seculo. Mas não lhe prestei na época a atenção que merecia.
No seu importante trabalho de investigação, Irina Sventistskaia reflete sobre mitos e lendas seculares que no Ocidente envolvem Jesus e os primitivos cristãos.
O seu estudo comparativo dos chamados evangelhos sinópticos ou canónicos (Marcos, Mateus, Lucas e João) sacralizados pela Igreja, e dos apócrifos (Pedro, Tomé, Tiago, Filipe, André e outros) não reconhecidos por esta, bem como as Epístolas de Paulo e sentenças de muitos profetas hebraicos, é atualíssimo. A autora lembra-nos que a dificuldade de reconstruir a pregação inicial da doutrina de Jesus depende muito das fontes conhecidas, mas também das disputas e conflitos surgidos antes de a Igreja elaborar os seus dogmas.
Irina alerta para o significado da absorção pelo cristianismo primitivo de múltiplas conceções religiosas e éticas amplamente difundidas entre as massas populares no espaço do império romano.
Décadas após a morte de Jesus, o cristianismo, pregado pelos discípulos e apóstolos, tinha-se difundido amplamente no Oriente quando os Evangelhos canónicos começaram a ser escritos.
Mas já então as contradições e omissões desses textos sinópticos - que evocam as atividades e pregações de Jesus - geravam polémicas.
No essencial os de Marcos, Mateus e Lucas coincidem. Mas Marcos é omisso sobre o nascimento e a «virgindade» da mãe. Mateus e Lucas atribuem ao carpinteiro José, o pai, uma genealogia que o faz descender de David. Cabe recordar que segundo a religião judaica, o Messias (isto é Cristo) seria da estirpe de David.
Marcos cita os nomes de quatro irmãos de Jesus: Tiago, José, Simão e Judas.
Segundo Marcos, Mateus e Lucas, a Galileia foi o cenário principal da pregação de Jesus; para Joao, o Messias pregou sobretudo na Judeia.
A temática da essência de Jesus - humana ou divina, ou ambas - gerou incontáveis polémicas e foi a origem de cisões que dividiram os primitivos cristãos. Os nestorianos, que introduziram o cristianismo no Iraque, no Irão, na Ásia Central e no Extremo Oriente atribuíam a Jesus duas naturezas, a humana e a divina, que se fundiam. Mas os monofisitas, que influenciaram as igrejas da Arménia, da Geórgia e a copta do Egito, definiam a sua natureza como una e indivisível.
O dogma da Santíssima Trindade (unidade de deus no pai, no filho e no espirito santo), imposto em 381 no Concilio de Constantinopla, não pôs termo às disputas sobre o nascimento de Jesus.
Para muitos, Maria teria concebido Jesus por intervenção do espirito santo, sem relação sexual. Os irmaos do menino seriam filhos de um casamento anterior de José. Para outros, esses irmaos eram primos irmãos.
As questões linguísticas pesaram nas polémicas entre cristãos. Jesus pregou em aramaico, a língua da Palestina (o hebraico era apenas um idioma religioso) e os evangelhos sinópticos, segundo a maioria dos historiadores, foram redigidos em grego. As traduções geraram discordâncias insanáveis.
Os ditos de Jesus, os seus discursos e milagres também divergem de evangelho para evangelho, tal como o papel que desempenharam o romano Pôncio Pilatos, o rei Herodes e o sacerdote Caifás nos acontecimentos que precederam a crucificação do Messias.
Os historiadores romanos escreveram pouco sobre Jesus e o seu martírio. Foi somente quando o cristianismo chegou a Roma que essa estranha religião mereceu a sua atenção para a condenarem.
Os judeus exorcizaram-na obviamente. Para Celso, um filósofo do seculo II, Maria era uma tecedeira ignorante e o pai de Jesus não foi o carpinteiro José, mas o amante da falsa imaculada, um soldado romano desertor.
Não existe também unanimidade quanto à motivação do Imperador Constantino para começar a proteger os cristãos, antes de oficializar a sua religião.
A maioria admite que tomou essa decisão por compreender que a organização religiosa dos cristãos - já então numerosos - podia proporcionar-lhe um apoio político mais importante do que o dos sacerdotes do panteão greco-romano.
Se assim foi não se equivocou.
De perseguida, a cristandade tornou-se em perseguidora quando erigida em religião oficial. Começou imediatamente a recorrer ao imperador e ao aparelho do estado para resolver os seus problemas internos e punir os adeptos de outras religiões.
Um exemplo. Os bispos da Gália, reunidos em Arles, no início do seculo IV, ameaçaram de excomunhão os cristãos que desertassem do exército imperial.
Simultaneamente, a igreja ortodoxa de Constantinopla, que se autointitulava ao tempo «universal», declarou heréticas todas as religiões cristãs que não aceitavam os seus dogmas.
Foi lenta entretanto a formação da hierarquia da Igreja.
Inicialmente os bispos (então chamados presbíteros) eram meros funcionários administrativos, sem poder sobre os fiéis. Podiam inclusive casar. Os apóstolos, com exceção de João, foram todos casados. O celibato somente foi imposto na Igreja Católica apos o Concilio de Trento, no seculo XVI.
Paulo contribuiu decisivamente para a ascensão e o prestígio dos bispos. Nas suas epístolas repetia insistentemente que a graça dos apóstolos passara para os bispos. Os cristãos deviam segui-los «como ovelhas».
A tradição cristã faz remontar a sucessão dos bispos de Roma ao apóstolo Pedro. Mas trata-se de uma inverdade. Os nomes dos primeiros são falsos. Foi já no contexto de divergências com a Igreja Ortodoxa de Bizâncio que se iniciou a tradição do Papa, chefe da cristandade católica, ser o bispo de Roma.
Irina recorda que a posição de Jesus perante a riqueza e a pobreza foi marcada por contradições. Dirigindo-se sobretudo aos pobres, repetiu muitas vezes que era difícil a um rico entrar no reino dos céus. A renúncia à riqueza aparecia-lhe como um meio para receber a recompensa do Senhor. Mas não a condenou explicitamente nem a submissão a um poder estrangeiro. A sua célebre resposta a uma pergunta sobre o pagamento do tributo a Roma - «dai a César o que é de César e a deus o que é de deus» continua a suscitar controvérsia; incomoda os cristãos.
Embaraçosa para a cristandade é também a tentação que Jesus sentiu no deserto. Como profeta podia sentir tentações, mas não como ser divino.
A atitude de Jesus frente à religião mosaica (pré-judaica) foi igualmente ambígua. O seu choque com os sacerdotes do Templo não pode apagar o seu respeito por alguns rituais hebraicos. A sua ligação ao judaísmo transparece de uma sentença famosa encontrada num papiro: “se não guardares o sábado não vereis o pai”. O completo rompimento com o judaísmo foi posterior às Epistolas de Paulo.
Quanto ao culto mariano surgiu como fenómeno tardio no final do seculo IV.
No Novo Testamento são escassas as informações sobre a mãe de Jesus. Os primeiros cristãos prestaram-lhe atenção mínima. Também nas Epistolas de Paulo, Maria não é venerada. Foram os Evangelhos apócrifos que difundiram a imagem lendária da Virgem Maria
O chamado Evangelho dos Hebreus atribui a Jesus uma afirmação polémica: “O Espirito Santo é a minha mãe». Mas nas parábolas e alegorias de Jesus não há referencias a Maria.
O culto de Maria foi instituído pela Igreja a partir do final do seculo IV. Mas a «imaculada» somente foi reconhecida oficialmente «como mãe de deus» em 431; as festas em sua honra foram introduzidas muito mais tarde, coincidindo com datas de festividades pagãs. No transcorrer dos seculos, o culto mariano ganhou um ímpeto impressionante. Hoje, a Virgem Maria com nomes diferentes é adorada no mundo, em dezenas de países. Em Portugal temos, entre outras, Nossa Senhora de Fátima, profeta e milagreira.
Os manuscritos gnósticos, encontrados no Egito após a segunda guerra mundial, foram considerados heréticos pelas Igrejas católica ortodoxa e pelas diferentes igrejas protestantes, mas deixaram marcas na dogmática cristã, reabrindo polémicas sobre a vida e as mensagens de Jesus.
Irina Svenststskaia enunciou a uma evidência ao afirmar que nunca existiu uma doutrina cristã única e harmoniosa e que os cristãos discutiram incessantemente uns com os outros sobre os dogmas, a ética e os rituais da sua religião, divergindo mesmo sobre o nascimento e a morte de Jesus, o Messias.
O lucido ensaio de Irina lembra-nos que «o cristianismo foi criado por homens que pretendiam encontrar uma saída ilusória para o impasse sociopsicológico» em que se encontrava a sociedade arcaica da Palestina há 2000 anos.
Criaram uma religião que influenciou decisivamente o rumo da humanidade. Mas a sua ambiciosa meta não podia ser alcançada.
Transcorridos 20 seculos, o balanço da participação na História da Igreja como instituição - nomeadamente a Católica - é muito negativo. Apoiando quase sempre os opressores contra os oprimidos, assume, sobretudo o alto clero, os interesses dos poderosos, negando a mensagem e o pensamento de Jesus.
Vila Nova de Gaia, 20 de Agosto de 2014
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*Os Primeiros Cristãos - Páginas de História, Irina Sventsiskaia, Editorial Caminho,315 págs., Lisboa, Fevereiro de l990.
Fonte: odiario.info

sábado, 30 de agosto de 2014

BLOGS DE CHACOTA

Passeio às vezes por alguns blogs no Paraná e, de modo geral, percebo que só tem baixarias, em conteúdo político, sem uma fundamentação de idéias construtivas; só bobagens, filigranas. É vergonhoso como se usa tão mal um instrumento de comunicação que é o blog.

UCRÂNIA: DERROTA E PERSPECTIVA

     

por Jacques Sapir
A situação militar continua a evoluir a favor dos insurrectos, tal como o descrevem agora múltiplas fontes, tanto ocidentais como dos insurrectos . A situação militar pode ser interpretada como se segue:

(a) Ao sul de DONETSK, as forças de Kiev estão evidentemente em plena derrota. Um cerco considerável está em vias de acontecer. As unidades cercadas provavelmente não terão outra escolha senão a destruição ou irem para a Rússia depois de terem sido desarmadas. Um correspondente estima entre 4000 e 5000 homens as forças cercadas, com um material considerável. Para o lado do Mar de Azov, o pânico que atinge as tropas de Kiev levou os insurrectos a avançarem muito rapidamente e a tomar o controle de Novoazovsk. Contudo, a falta de efectivos entre os insurrectos limita os ganhos territoriais e é duvidoso, no momento actual, que tenham forças para tomar Mariupol, salvo se esta cidade fosse abandonada pelas forças de Kiev. Entretanto, parecem estar a ser efectuadas operações ao norte de Volnobakha, na estrada que vai de Donetsk para Mariupol.

Mapa 1
Mapa 1.
(b) Na parte norte da frente, os insurrectos cercaram várias unidades que atacavam Lugansk pelo sul e parece terem liquidado pelo menos um dos "bolsões". Isto teria como efeito reabrir a grande estrada que vai de Lugansk à fronteira russa, passando por Krasniy Luch e Antracit. Constituíram-se vários bolsões, com um total de 3000 a 5000 homens. No global, provavelmente são 10 mil soldados de Kiev (exército regular e Guarda Nacional) que estão cercados e deverão render-se daqui a alguns dias. Os insurrectos conduzem actualmente operações ofensiva em direcção a Lisichansk, a leste mas na altura de Slavyansk.

Mapa 2
Mapa 2.
No total, entre as forças cercadas e as unidades que foram destruídas nos combates destes últimos dias, as forças de Kiev teriam perdido cerca de 12 a 15 mil homens, ou seja, um terço dos efectivos envolvidos nas operações dos insurrectos. Quantidades importantes de material militar foram capturadas. É uma grande vitória para estes últimos, cujas consequências políticas são consideráveis.

1. Está claro que a insurreição não será esmagada militarmente. Deste ponto de vista, a insurreição venceu. Kiev não dispõe mais de reservas suficientes para retomar a ofensiva. No máximo as forças de Kiev podem esperar estabilizar a frente em torno de um "semi-quadrado" cujo flanco oeste iria de Mariupol a Slavyansk e o flanco norte de Slavyansk à fronteira russa. Entretanto, para isso, eles deverão ultrapassar a grave crise de comando e de credibilidade que experimentam hoje.

2. A questão de um cessar-fogo coloca-se e este será sem dúvida tornado possível pelo esgotamento progressivo das forças insurrectas. Se estas últimas estão hoje na ofensiva, serão constrangidas a parar por falta de efectivos e falta de meios daqui ao princípio do mês de Setembro.

3. Se um cessar-fogo se impõe, ainda que não fosse senão por razões humanitárias, a questão do devir político da entidade constituída pelos insurrectos (Novorússia) coloca-se. Após os combates do Verão, e os ataques sistemáticos de que as populações civis têm sido objecto, a hipótese federal doravante está obsoleta. A constituição de uma ou de várias províncias autónomas, formalmente reconhecendo o governo de Kiev mas, na prática, estabelecendo por si mesmas suas próprias leis e seus próprios acordos comerciais, parece agora a solução mais razoável. Isso não quer dizer, infelizmente, que será o que prevalecerá.

4. Pode-se recear que se instale uma situação "nem paz, nem guerra", com incidentes constantes ao longo da linha de contacto entre as forças de Kiev e as dos insurrectos. Esta situação faria correr o risco de uma retomada da ofensiva de Kiev ou da parte dos insurrectos. Seria preciso, então, recorrer a forças de interposição, que fossem aceitáveis por uma e pela outra das partes. Considerando o empenhamento dos países da UE em favor de Kiev, é pouco provável que esta força de interposição possa ser europeia. Ela deverá ser encontrada, sob a autoridade das Nações Unidas, entre países emergentes (Brasil, China, Índia).

5. Uma tal evolução seria uma grande derrota política e simbólica das autoridades da União Europeia, obrigadas a aceitar que potências não europeias viessem manter a paz na Europa. Isto seria um forte símbolo do apagamento político progressivo da UE sobre o continente europeu.
27/Agosto/2014       
Ver também:
  • As Repúblicas Populares resistem e fortalecem-se no Leste da Ucrânia
  • Porque o regime ucraniano pode ser caracterizado como fascista

  • Putin calls on Ukraine militia to let blocked Kiev troops to cross into Russia (Putin pede à milícia ucraniana para deixar as tropas cercadas de Kiev refugiarem-se na Rússia)        
            O original encontra-se em russeurope.hypotheses.org/2688        
           
            Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
  • A VITÓRIA PALESTINA

                 



                
    Quando uma potência militar não consegue subjugar um oponente muito mais fraco, isso constitui uma vitória para o oponente. Os 50 dias de carnificina que o estado nazi-sionista desencadeou contra o povo de Gaza saldaram-se num fracasso. O Hamas – felizmente – manteve e mantém a sua capacidade militar. A única coisa que a tropa nazi-sionista conseguiu foi massacrar população civil, mulheres e crianças, destruir hospitais, escolas e habitações. Massacrar inocentes desarmados é o que eles sabem fazer melhor. Mesmo com uma superioridade esmagadora a tropa sionista não conseguiu derrotar um adversário que não dispõe de força aérea, nem de marinha, nem de mísseis, nem de meios equivalentes em quantidade e qualidade. O mito da invencibilidade da tropa sionista começou a desmoronar-se com os golpes que lhe infligiu o Hezbollah na última guerra no Libano. E continuou agora depois desta nova agressão contra o povo Gaza. Falta saber se o acordo do Cairo de 26 de Agosto será respeitado pelos nazi-sionistas. Os seus crimes contra os direitos humanos continuam diariamente nos bantustões onde arrebanham palestinos. É indispensável continuar a campanha de boicote ao estado nazi-sionista .
    Em tempo: Quem permite que a Embaixada de Israel em Portugal feche uma rua com uma cancela, vedando-a ao trânsito? O que tem a dizer acerca disto o Sr. António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa? As ruas da capital portuguesa já não são públicas? A municipalidade lisboeta permite a instalação de check points como na Faixa de Gaza?
    R. António Enes, em Lisboa.

    OS EUA E O MÉDIO ORIENTE (5)


    OS EUA E O MÉDIO ORIENTE (V)


    A expansão do império americano através do norte de África e Médio Oriente foi montada com o armamento e financiamento de estados-vassalos para servirem de postos avançados. O arco de bases militares imperiais americanas que se estende do Egipto, através de Israel, da Turquia, da Jordânia, do Iémen, do Iraque, do Bahrain e da Arábia Saudita, está protegido por uma série de campos prisionais contendo dezenas de milhares de prisioneiros políticos.(James Petras)

    Iémen: satélite do grupo EUA-Arábia Saudita

    O Iémen foi governado durante décadas por ditadores clientes dos EUA e Arábia Saudita. O governo autocrático de Ali Abdullah Saleh,  foi responsável  pela prisão e tortura de milhares de ativistas pró-democracia, tanto seculares como religiosos, do mesmo modo que serviu de centro clandestino de tortura para dissidentes políticos raptados e transportados pela CIA no seu chamado programa de “rendição”. Em 2011, apesar da prolongada e violenta repressão pelo regime de Saleh apoiado pelos EUA, explodiu uma rebelião de massas ameaçando a existência do Estado e as ligações aos regimes americano e saudita. Para preservarem o seu domínio e as ligações aos militares, Washington e a Arábia Saudita orquestraram um “rearranjo” do regime: fizeram-se eleições manipuladas e tomou o poder  Abdo Rabbo Mansour Hadi, leal amigo de Saleh e criado de Washington. Hadi continuou onde Saleh tinha parado: raptos, tortura e assassínio de contestantes pró-democracia. Washington optou por chamar ao regime de Hadi “uma transição para a democracia”. De acordo com o Yemen Times (4/5/14), mais de 3.000 presos políticos enchem as prisões do Iémen. “Democracia de cárcere” serve para consolidar a presença militar americana na península da Arábia.

    O Iémen é um dispendioso posto avançado militar para o despotismo saudita e para o poder americano na península das Arábia. Segundo o estudo “Iémen: Bases e Relações com os EUA” de Jeremy Sharp para o Serviço de Investigação do Congresso (2014), os EUA forneceram 1,3 bilhões de dólares de ajuda militar ao Iémen entre 2009-2014. A Arábia Saudita doou 3,2 bilhões de dólares em 2012 para apoiar a ditadura de Saleh perante um levantamento anti-ditatorial popular de massas. Washington maquinou uma transferência de poder de Saleh para o “Presidente” Hadi e assegurou a sua continuidade duplicando a ajuda militar para manter as prisões cheias e a resistência em cheque. De acordo com o New York Times (31/6/2013), Hadi era um “continuador do ditador Saleh”. A continuidade da democracia de cárcere no Iémen é uma ligação crucial entre o eixo Egipto-Israel-Jordânia e o super-guantánamo* imperial Bahrain-Arábia Saudita.

     

    TRANSGENICOS PARA QUEM?(4)




    Promessas não cumpridas pelo determinismo

    Para ilustrar quão eficiente é o uso de estratégias reducionistas/determinísticas na solução de problemas complexos, serão abordados dois exemplos.

    A promessa de cura da fibrose cística foi feita em 8 de setembro de 1989, quando cientistas “descobriram” o gene que causaria esta doença. Tal feito, contemplado com três artigos científicos, mereceu também a capa da Revista Science (v. 245, n. 4922, 1989), considerada uma das mais respeitadas do mundo. No vigésimo aniversário desta promessa, um novo artigo na mesma revista Science faz um balanço da evolução do conhecimento sobre a doença (Science, 19 jun. 2009, p. 1504-1507). Mesmo após muito trabalho, nem mesmo uma única terapia baseada no gene da fibrose cística, descoberto 20 anos antes, alcançou o mercado. Alguns tratamentos promissores na visão dos cientistas, especialmente os de terapia gênica, demonstraram ser extremamente desencorajadores.

     O esforço de cientistas que procuraram aplicar a terapia genética conseguiu resposta em apenas 1% das células provocadas.

    O artigo da Science (2009) ilustra ainda que distintas pessoas com uma mesma mutação para a doença apresentavam sintomas diferentes. Mais do que isso, estima-se que mais de 1.500 tipos de mutações diferentes podem causar a mesma doença. Além disso, outros genes que igualmente produzem os mesmos sintomas foram descobertos, bem como a associação com outras doenças.

    O fato de ter ocorrido um conjunto significativo de avanços científicos com a fibrose cística tem dois significados principais.

    O primeiro é o de que não é possível generalizar: uma doença um gene. Segundo, em biologia as interações são uma regra e a complexidade, e não a simplificação, embora difícil de ser estudada, deve ser tomada como premissa básica.

    Apostar no reducionismo/determinismo genético leva a outras consequências dramáticas, inclusive de natureza econômica. Na última semana de novembro, tanto a Science (v. 326, p. 1172, 2009) como a Nature (v. 462, p. 401, 2009) e os principais jornais internacionais reportaram a falência da empresa deCODE Genetics Inc., criada em 2003 para procurar mutações causadoras de doenças em humanos, usando a população da Islândia como base de estudos. Seis anos depois, nenhum produto havia sido comercializado. O fracasso da empresa sugere que a promessa de aplicações médicas para o genoma humano está levando mais tempo do que seus patrocinadores esperavam.

    Porém, independentemente de qualquer erro da deCODE em sua estratégia de negócios, a principal razão para sua derrocada foi científica − a natureza genética de doenças acabou se revelando muito mais complexa do que se imaginava.

    Na verdade, muitos pensadores biólogos têm alertado sistematicamente a respeito da inadequação de estratégias reducionistas na abordagem de doenças em humanos (ex.: LEWONTIN, 2000), já que pouquíssimas dessas doenças têm base puramente mendeliana2 (JABLONKA e LAMB, 2006).

    A outra promessa foi o aumento de rendimento e de produção para diminuir a fome do mundo, feita nos anos 1990, como uma das justificativas para o uso da engenharia genética no desenvolvimento de plantas transgênicas. Decorridos 15 anos desde os primeiros cultivos com plantas transgênicas a situação da fome no mundo agravou-se. O número de pessoas com fome, no mundo, passou de 850 para 925 milhões em 2007, comparativamente ao período 2003-2005 (FAO, 2008). E o número de famintos está aumentando, pois a FAO estimava que esse número alcançaria a cifra de 1.020 milhões em 2009. Transformar um problema complexo caracterizado por muitos fatores – como acesso, distribuição, custo ou mesmo preferência de alimentos − em um ou dois genes inseridos em plantas não poderia chegar a outro resultado que não o fracasso no cumprimento da promessa.

    O PODER DOS SUPERMERCADOS




    Público.es




    La gran distribución comercial (supermercados, hipermercados, cadenas de descuento…) ha experimentado en los últimos años un fuerte proceso de expansión, crecimiento y concentración empresarial. Las principales compañías de venta al detalle han entrado a formar parte del ranking de las mayores multinacionales del planeta y se han convertido en uno de los actores más significativos del proceso de globalización capitalista.
    Su aparición y desarrollo ha cambiado radicalmente nuestra manera de alimentarnos y consumir, supeditando estas necesidades básicas a una lógica mercantil y a los intereses económicos de las grandes empresas del sector. Se produce, se distribuye y se come aquello que se considera más rendible.
    Operación supermercado
    En el Estado español, la apertura del primer supermercado se llevó a cabo en el año 1957 y tuvo lugar en Madrid. Se trataba de un “supermercado-autoservicio” de carácter público promovido por el régimen franquista bajo el programa “Operación supermercado” que importó el modelo de distribución comercial estadounidense bajo la influencia del Plan Marshall. Su objetivo: modernizar el “comercio patrio”. La experiencia fue todo un éxito, dando lugar en muy poco tiempo a una red de supermercados públicos en varias ciudades como San Sebastián, Bilbao, Zaragoza, Gijón, Barcelona, La Coruña, etc.
    En 1959 se abrió el primer supermercado de capital privado en Barcelona, fundado por las familias Carbó, Prat y Botet, propietarias de comercios de ultramarinos, y que lo bautizaron con el nombre de Caprabo, tomando la primera sílaba de cada uno de sus apellidos. Su apertura, como cuenta el libro Caprabo 1959-2009, significó una auténtica “revolución” entre los consumidores, atraídos sobre todo por el hecho de poder coger directamente de las estanterías los productos a comprar. Con el paso del tiempo, los supermercados privados, que el mismo gobierno franquista animó a crear, se impusieron, creando una extensa red de autoservicios en todo el Estado, y los de carácter público fueron desapareciendo.
    En ese mismo momento en Europa, los supermercados eran una realidad emergente. En 1957, en Gran Bretaña existían 3.750 establecimientos, en la República Federal de Alemania 3.183, en Noruega 1.288 y en Francia 663. El Estado español e Italia se situaban a la cola, con 3 y 4 autoservicios respectivamente. Los supermercados eran considerados un símbolo de modernidad y progreso. A partir de entonces, su extensión fue in crescendo, diez años más tarde, en 1968, el número de supermercados en el Estado sumaba ya 3.678 y veinte años después, en 1978, la cifra alcanzaba los 13.215 establecimientos. Su modelo de distribución y venta al detalle se generalizó a lo largo de la década de los 80 y 90, llegando a ejercer a día de hoy un dominio absoluto de la distribución alimentaria.
    Además, la mayor parte de nuestra cesta de la compra, entre un 68% y un 80%, la adquirimos en supermercados, hipermercados y cadenas de descuento. Según la revista especializada Alimarket, y con datos del 2012, el 68,1% de la alimentación envasada y la droguería la compramos en este tipo de canales, principalmente en los supermercados, frente al 1,5% que adquirimos en la tienda tradicional, el 25,1% en comercios especialistas y el 5,3% en otros. Según el informe Expo Retail 2006, casi el 82% de la compra de alimentos se realiza a través de la gran distribución, el 2,7% en tiendas tradicionales, el 11,2% en establecimientos especializados y el 4,2% es adquirido en otros lugares. En consecuencia, el consumidor cada vez tiene menos puertas de acceso a los alimentos y el productor menos opciones para llegar al consumidor. El poder de venta de los supermercados es total.
    Mucho poder en pocas manos
    Una distribución moderna que además concentra su peso en muy pocas compañías. De hecho, la mayor parte de nuestras compras en el supermercado se llevan a cabo en sólo seis cadenas, que controlan el 60% de dicho mercado. Se trata de Mercadona, con un 23,8% de la cuota de mercado, Carrefour con un 11,8%, Eroski (que incluye a Caprabo) con un 9,1%, Dia con un 6%, Alcampo (que integra los supermercados Sabeco) con un 5,9% y El Corte Inglés (con SuperCor y OpenCor) con un 4,3%. Les siguen Lidl, Consum, AhorraMás y DinoSol, que en conjunto conforman las diez principales empresas del sector. Nunca el mercado de la distribución alimentaria había estado en tan pocas manos.
    En Europa, la dinámica es la misma. En el conjunto del continente, las diez principales cadenas de supermercados controlaban, con datos del 2000, más del 40% de la cuota de mercado. Actualmente, se calcula que la concentración es aún mayor. En países como Suecia, solo tres compañías de supermercados monopolizan alrededor del 95% de la distribución, y en países como Dinamarca, Bélgica, Francia, Holanda y Gran Bretaña, unas pocas empresas dominan entre el 60% y el 45% del total, según un informe de Veterinarios Sin Fronteras.
    Asimismo, algunas de las mayores fortunas en Europa están vinculadas a la historia de la gran distribución. En Alemania, la persona más rica del país fue hasta el 16 de julio del 2014, fecha de su muerte, Karl Albrecht, fundador y copropietario de los supermercados Aldi. Tras su fallecimiento, el número uno pasó a ser ocupado por Dieter Schwarz, propietario del grupo Schwarz, que incluye las cadenas de supermercados Kaufland y Lidl. En Francia, la segunda fortuna del país está en manos de Bernard Arnault, propietario del grupo de artículos de lujo LVMH y con una participación muy importante en Carrefour. Y sin ir más lejos, en el Estado español, el segundo puesto del ranking de las grandes fortunas recae en Juan Roig, propietario de Mercadona.
    La “teoría del embudo
    Una concentración que se visualiza claramente en la llamada “teoría del embudo: miles de campesinos por un lado y millones de consumidores por el otro y tan solo unas pocas empresas de la gran distribución controlan la mayor parte de la comercialización de los alimentos. Tomemos el ejemplo del Estado español. En el extremo superior del embudo, contamos con alrededor de 720 mil campesinos y personas que trabajan en el campo y en el extremo inferior unos 46 millones de habitantes y consumidores, en medio 619 empresas y grupos del sector de la distribución con base alimentaria (con Mercadona, Carrefour, Grupo Eroski, Dia, Alcampo, El Corte Inglés, Lidl, Consum, AhorraMás, Makro, Gadisa, Grupo El Árbol, Condis, Bon Preu, Aldi, Alimerka a la cabeza) determinan la relación entre ambos. Y un dato a tener en cuenta: de entre estas 619 compañías, solo las 50 primeras ya controlan el 92% de total de la cuota de mercado.
    Son estas empresas las que que determinan a qué precio se pagan los productos al agricultor y qué coste tienen para nosotros en el “súper”, dándose la paradoja de que el campesino cada vez recibe menos dinero por aquello que vende y nosotros, como consumidores, pagamos más. Queda claro, quién gana. Se trata de un oligopolio, donde unas pocas empresas controlan el sector, que empobrece la actividad campesina, homogeneiza aquello que comemos, precariza las condiciones laborales, acaba con el comercio local y promueve un modelo de consumo insostenible e irracional.
    El poder de la gran distribución es enorme y nuestra alimentación queda supeditada a sus intereses económicos. Pensamos que somos nosotros quienes decidimos lo que comemos, pero ¿es así?
    Fuente: http://blogs.publico.es/esther-vivas/2014/08/21/el-poder-de-los-supermercados/ 

    O MITO DA DEMOCRACIA RACIAL NO BRASIL





    O goleiro Aranha, do Santos, foi chamado de macaco pela torcida do Grêmio (Santos/Divulgação)
    Enquanto os efeitos colaterais do racismos institucional aumentam, práticas que transgridem leis e violam direitos humanos parecem não causar indignação
    por Joseh Silva/Carta Capital online
    É falso afirmar que o Brasil não é um país racista. Viver nesta afirmação não se trata somente de “tapar o Sol com a peneira”, mas de continuar permitindo um quadro social que favorece uma população de elite e branca, ou, pelo menos, de pessoas que se identificam com isso. 
    Não é necessário nem citar dados para concluir que o racismo está estampado em nossa bandeira: basta ver a situação dos negros a revelar que o racismo é institucional e estruturante da nossa sociedade. A partir disso, não podemos usar uma pontualidade como fato principal. Apesar de gravíssima, a atitude da torcedora do Grêmio, que foi flagrada pelas câmeras de tevê chamando o jogador Aranha, goleiro do Santos, de macaco, que deve ser responsabilizada, nada mais é do que um efeito colateral.
    Negros são maioria no país e, em disparada, a maior população carcerária. São vítimas de um genocídio perene e banalizado. Vivem em favelas e periferias em condições subumanas. O acesso ao serviço público é ruim. Diariamente, são agredidos pelo Estado de farda e por uma mídia fascista.
    Negros e negras sofrem com ataques racistas há gerações. Já passou do momento de acontecer, no mínimo, uma reparação integral. A estigmatização é uma arma muito poderosa, pois fortalece o preconceito, baixa a auto-estima de um povo e minimiza os efeitos de uma diáspora.
    O racismo é uma prática institucional exposta nesta pátria amada. A primeira cena que presenciei foi ainda muito cedo, acredito que tinha por volta de 12 anos. Eu, meu irmão e um amigo. Saímos de casa com trajes para uma partida de futebol na quadra de uma escola. Para chegar até lá, tínhamos de ir até a outra ponta da favela. No meio do caminho, nos deparamos com quatro policias que apontavam suas armas em direção a cada beco e viela.
    Quando eles nos viram, falaram baixinho para pararmos. Assutados, congelamos. Um policial pediu para meu irmão e eu, que temos o tom de pele mais claro, sairmos e seguraram nosso amigo, que foi agredido física e verbalmente.
    Esse tipo de prática seletiva acontece todos os dias dentro das favelas, e o País segue na farsa do “ninguém sabe, ninguém viu”. Mesmo com casos explícitos que tomam o cenário nacional, como Cláudia Ferreira, mulher negra, pobre e moradora do subúrbio do Rio, que depois de baleada, foi arrastada por uma viatura da Policia Militar, num ano de Copa do Mundo, momento em que o País é vitrine e as forças amardas mandam um recado para a população negra e pobre. Cena que remete à captura de um escravo por capitães do mato.
    Enquanto os efeitos colaterais do racismos institucional aumentam, práticas que transgridem leis e violam direitos humanos parecem não causar indignação e colocam em questão a atuação da justiça quando se trata de negro e pobre. Racistas não prendem racistas a não ser para salvar o próprio racismo.

    Texto: / Postado em 29/08/2014 ás 22:26

    BANQUEIROS QUEREM MAIS SANGUE!

    Por que os bancos querem derrotar Dilma?

    Por Antônio Augusto de Queiroz, no site do Diap:
    Numa única palavra: ganância. Nunca os banqueiros deste país lucraram tanto como nos governos do PT, mas esse pessoal não tem limite. Neste texto elenco quatro motivos que embasam tamanha hostilidade ao governo Dilma. Esse comportamento do mercado financeiro vale para qualquer governo que não aceite o jogo da banca.
    O primeiro motivo, e não necessariamente o principal, é porque o governo Dilma ousou desafiá-los, ao interferir na margem de lucro deles, ao pressionar o Banco Central que reduzisse a taxa Selic, de um lado, e, de outro, que os bancos oficiais (BB e CEF) reduzissem o spread bancário, a partir da concorrência com a banca privada.
    Os banqueiros, que antes elogiavam o governo, passaram a hostilizá-lo e a promover campanha com o objetivo de desqualificar a presidente e seu governo quanto à capacidade de manter a inflação e o gasto público sob controle, inclusive alugando alguns articulistas de economia da grande imprensa.
    Insistiram nessa tática, aparentemente sem resultados, durante dois anos, até que, por sazonalidade nos produtos hortifrutigranjeiros, houve aumento de alimentos, inicialmente da batata e logo em seguida do tomate, criando as condições para a vitória da guerrilha inflacionária, que assustou os consumidores e forçou o governo a autorizar o retorno do aumento da taxa de juros.
    O segundo motivo é porque nos governos do PT o dinheiro de origem trabalhista (FAT, FGTS e alguns Fundos de Pensão de estatais), com baixa intermediação do sistema financeiro privado, foi utilizado para fornecer crédito barato, gerar emprego e renda. Ou seja, em lugar de ir para a especulação, com ganhos astronômicos dos rentistas, esse dinheiro foi para o investimento produtivo.
    Em um governo de perfil liberal, que afrouxa ou desregulamentar a economia e abre mão de dar a direção aos investimentos, esses recursos certamente seriam administrados por banco privados e não por bancos oficiais (BB e CEF) nem tampouco pelo BNDES e certamente iriam para a especulação e não para o investimento.
    O terceiro motivo foi a criação do Fundo Soberano, com as finalidades de promover investimentos em ativos no Brasil e no exterior, formar poupança pública, mitigar os efeitos dos ciclos econômicos e fomentar projetos de interesse estratégico do país localizados no exterior. Isso reduz as perspectivas de captação e administração de recursos públicos pela banca privada.
    O quarto foi a criação do Banco do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que terá um capital inicial de U$ 50 bilhões e que poderá ser utilizado, com custo mais baixo, por seus sócios, o que, igualmente, não agradou aos banqueiros brasileiros.
    As motivações, como se vê, são todas decorrentes do desconforto com a presença do governo na gestão ou intermediação de parcela dos recursos destinados aos investimentos (capital estatal, capital privado nacional e capital estrangeiro), sendo o maior montante os de origem trabalhista.
    * Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

    Texto: / Postado em 29/08/2014 ás 23:36

    PRECISA DIZER MAIS?

    MARINA ABRE O JOGO E DIZ A QUE VEIO

    Não contente de ser guindada à candidata da direita brasileira, Marina assume também a representação do capital financeiro internacional e da agenda dos EUA.
    Emir Sader
    As políticas externa e interna estão estreitamente associadas. Uma define o lugar do país no mundo, a outra, a relação com as forças internas.
    A política externa de subordinação absoluta aos EUA da parte do governo FHC se correspondia estreitamente com o modelo neoliberal no plano interno. A política externa soberana do governo Lula se relaciona indissoluvelmente com o modelo interno de expansão economica com distribuição de renda e ampliação do mercado interno de consumo popular.
    Significativo o silêncio dos candidatos da oposição sobre política exterior, do Mercosul aos Brics, passando por Unasul, Celac, Banco do Sul, Conselho Sulamericano de Defesa. De repente, talvez revelando excessiva confiança nas pesquisas, a Marina lança os primeiros itens do seu programa, incluindo política externa e seus desdobramentos.
    Lança a ideia de baixar o perfil do Mercosul, velho sonho acalentado pelos entreguistas locais e pelos governos dos EUA.
    Como contrapartida, o programa dos marinecos destaca a importância que daria a acordos bilaterais. Ninguem tem dúvida de que ela se refere primordialmente a algum tipo de Tratado bilateral com os EUA, projeto do governo FHC que foi sepultado pelo governo Lula.
    Pode-se imaginar as projeções dessa postura proposta pela Marina para outros temas, como Unasul, Celac e Brics. Significaria estender esse perfil baixo para essas outras instituições justamente no momento em que os Brics fundaram novas instituições, que projetam um mundo multipolar, e o Mercosul e Unasul retomam uma dinâmica de fortalecimento.
    É tudo o que os EUA gostariam: deslocar o Brasil, país chaves nessas novas configurações de força no plano internacional, para voltar a ser um aliado subalterno deles e porta voz das suas posições, hoje tão isoladas. Dar golpes mortais no Mersosul e na Unsaul, enfraquecer as posições dos Brics.
    A equipe de direção do programa da Marina é inquestionavelmente neoliberal: Andre Lara Resende, Neca Setubal, Eduardo Gianetti da Fonseca, Neca Setubal. A independência (do governo e dos interesses públicos) do Banco Central (e sua subordinação aos bancos privados) desenha uma política interna em consonância com acordos bilaterais com os EUA, em que entre o pré-sal como espaço de uma nova aliança subordinada com o império dos EUA.
    Não contente de ser guindada à candidata da direita brasileira, Marina assume também a representação do capital financeiro internacional e do império norteamericano. Mostra a que veio.

    sexta-feira, 29 de agosto de 2014

    ELEIÇÕES: AS PESQUISAS DA DATA FOLHA

    Diz um dito popular que " peixe se compra em peixaria, frutas em frutaria, carnes em açougues e.." por ilação pesquisas eleitorais se compra em Institutos de Pesquisa. Ora, a pesquisa recém divulgada da Data Folha, contratada pela Globo e Folha de São Paulo, órgãos declarada e reconhecidamente anti-PT, contra Lula e Dilma, aponta Marina como empatada com Dilma e que venceria no segundo turno. Pesquisa de encomenda que nos faz lembra da época em que a Globo encomendou algo semelhante contra Brizola; a Globo foi desmascarada e Brizola enfiou a pesquisa no símbolo do cobre na Globo. Estão tentando enganar o eleitorado já que o candidato do  enPÓeirado não decola.

    AS LEIS AFIRMATIVAS - COTAS- E A LEI DE TERRAS

    A Lei de Terras de 1850, aprovada duas semanas após a Lei Eusébio de Queiroz, que extinguiu o tráfico de negros no Brasil, não beneficiou os negros. Ficaram fora, à margem, distantes dessa benesse que beneficiou os brancos vindos para o Brasil. A eles os favores da Lei de Terras, aos negros o chicote, ao guetos, as favelas, a marginalidade. Na realidade, a Lei de Terras - COTAS DE TERRAS PARA OS BRANCOS-, só fez reafirmar e estimular a tradição latifundiária brasileira que ainda persiste no agronegócio da cana, da soja, do milho e da pecuária de corte. Aos negros restou osfundos de vales, a cocheira, a estrebaria, enfim as regiões mais inóspitas. Agora, os descendentes das sesmarias, dos senhores de engenho que SEMPRE SE BENEFICIARAM DE COTAS, são contra as COTAS PARA OS NEGROS. E ainda tem a cara de pau de se dizerem cristãos e democratas! Pode, tamanho cinismo?

    MÉDICOS SEM FRONTEIRAS VERSUS MAIS MÉDICOS

     MEDICOS SEM FRONTEIRAS


    Princípios


    Todos os profissionais que atuam com MSF, sejam médicos, especialistas em saúde ou de outras áreas, devem sempre honrar os seguintes princípios, descritos na carta de princípios da organização:
     


    Independência
    Médicos Sem Fronteiras é independente: não está atrelada a poderes políticos, militares, econômicos ou religiosos e tem liberdade de ação, decidindo onde, como e quando atuar com base em sua própria avaliação do contexto e das necessidades. Essa independência de ação é garantida por sua independência financeira, já que, de todo o financiamento de MSF, pelo menos 80% é proveniente de doações de indivíduos e da iniciativa privada.


    Imparcialidade
    Médicos Sem Fronteiras presta cuidados de saúde àqueles que mais precisam, sem discriminação de raça, religião, nacionalidade ou convicção política. A organização define o público que será priorizado com base, exclusivamente, na avaliação das necessidades de saúde identificadas. A possibilidade de aliviar o sofrimento de indivíduos por meio da ação médica é o que determina a norteia as atividades de Médicos Sem Fronteiras.


    Neutralidade
    Em situações de conflito, MSF não toma partido. A neutralidade é crucial para as equipes conseguirem chegar a qualquer pessoa afetada, independentemente do lado do conflito em que esteja. A neutralidade de MSF é possibilitada pela sua total independência financeira de governos ou partes envolvidas em conflitos.  


    Transparência
    MSF avalia constantemente os projetos que implementa e presta contas à sociedade e aos doadores sobre a gestão dos recursos captados e resultados de suas ações. A origem e utilização dos recursos são apresentadas de forma clara e acessível. Para reforçar esse compromisso, os relatórios financeiros são auditados por empresas independentes e redigidos em conformidade com os padrões da International Financial Reporting Standards (IFRS). São também publicados relatórios anuais, que trazem o resumo das atividades desenvolvidas em campo e análise crítica dos progressos, obstáculos e aprendizados. MSF também preza pela transparência na relação com seus pacientes e, coerente com essa transparência, informa-os sobre as escolhas que faz e sobre as decisões que toma no que se refere à sua atuação médica.


    Ética   médica
    As ações de MSF são, acima de tudo, médicas. O trabalho da organização é norteado pelas regras da ética médica universal. Em primeiro lugar, vem o dever de prestar assistência a quem precisa, sem prejudicar indivíduos ou grupos. A ética médica fala de respeito à autonomia e à confidencialidade dos pacientes, e também de seu direito a acessar todas as informações necessárias para que possam consentir procedimentos e tomar decisões com respaldo. Cada indivíduo é tratado com dignidade e respeito e recebe cuidados médicos de qualidade.


    MSF no Brasil
    MSF chegou ao Brasil em 1991, para combater uma epidemia de cólera na Amazônia. Após o controle do surto, a organização permaneceu na região até 2002, promovendo um trabalho de medicina preventiva com tribos indígenas. O projeto na Amazônia foi encerrado após organizações não-governamentais e Distritos Especiais Sanitários Indígenas assumirem o trabalho.


    Unidade Médica no Brasil
    Ter uma unidade médica no Brasil é estratégico por se tratar de um país com instituições acadêmicas mundialmente reconhecidas e com contextos similares aos dos nossos projetos. Profissionais da BRAMU contribuem constantemente com a oferta de suporte técnico, incluindo visitas a campo para a identificação de possíveis melhorias a serem incorporadas nos protocolos de tratamentos de doenças e a realização de treinamentos, em diversos países da América Latina e África, notadamente nos campos da Pediatria, doença de Chagas, dengue e contextos urbanos.
    Por ter como principal função servir às atividades de Médicos Sem Fronteiras em campo, a Unidade Médica do Brasil tem uma agenda flexível que é reavaliada anualmente, de acordo com as prioridades operacionais e os novos desafios enfrentados em campo.


    MAIS MÉDICOS

    O Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde, que prevê mais investimentos em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde, além de levar mais médicos para regiões onde há escassez e ausência de profissionais.
    Com a convocação de médicos para atuar na atenção básica de municípios com maior vulnerabilidade social e Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), o Governo Federal garantirá mais médicos para o Brasil e mais saúde para você.
    A iniciativa prevê também a expansão do número de vagas de medicina e de residência médica, além do aprimoramento da formação médica no Brasil.
    MAIS MÉDICOS É DIFERENTE DO MSF.
    MAIS MÉDICOS é de fato e na prática um Programa de Princípios Éticos, Humanitário e Imparcial. Atende, humanitáriamente, todos os cidadãos que são parcializados, discriminados pela medicina mercantilizada. Vejam que no Brasil, o MÉDICOS SEM FRONTEIRAS atuou pontualmente, na Amazônia. Por que a Unidade Médica do Brasil do MSF não disponibilizou profissionais para o Programa MAIS MÉDICOS? Gostaria que o MSF me respondesse.