Ativista negro é solto após 43 anos preso nos EUA
Marshall Conway era membro do grupo Panteras Negras e havia sido condenado à prisão perpétua pela morte de policial em Baltimore nos anos 70
05 de março de 2014  O Estado de S.Paulo
Depois de passar mais de quatro décadas atrás das grades, o ex-líder 
do grupo radical negro Panteras Negras em Baltimore, Marshall "Eddie" Conway, 
foi libertado ontem. Em janeiro de 1971, ele foi condenado à prisão perpétua 
pela morte do policial Donald Sager, assassinado dois anos antes. 
Conway, hoje com 67 anos, sempre defendeu sua inocência, dizendo que a 
emboscada que terminou com a morte do policial foi montada para incriminá-lo. 
Conway nega qualquer envolvimento com o ataque. Há anos existe um campanha para 
que ele fosse perdoado. 
O jornal The Sun explicou que sua libertação foi possível depois que a Corte 
de Baltimore passou a reconhecer, desde o semestre passado, que os jurados de 
julgamentos anteriores a 1980 foram instruídos erroneamente. Com base nesse 
entendimento, Conway fez um acordo com a promotoria, segundo o qual sua sentença 
foi comutada para prestação de serviço. Ele deverá ficar sob liberdade 
condicional pelos próximos cinco anos. De acordo com o Sun, 12 condenados já 
foram soltos graças a esse posicionamento e outros 200 poderão se beneficiar 
dele. 
A mais importante organização de defesa dos direitos civis nos EUA, a NAACP, 
divulgou comunicado comemorando a libertação de Conway. "Hoje é um dia 
monumental para milhares de cidadãos de Maryland e milhões pelo mundo que têm 
defendido, há tanto tempo, a liberdade de Marshal "Eddie" Conway. Sua libertação 
é uma importante página virada nessa trágica história", destacou a entidade. 
Fundado na Califórnia, em 1966, o grupo revolucionário Panteras Negras tinha, 
inicialmente, o objetivo de proteger a comunidade negra da brutalidade policial, 
ainda marcada pela segregação nos EUA. A organização, porém, ganhou notoriedade 
nos anos 70, após envolver-se com o movimento Black Power e ter recorrido a 
ações violentas. / AP e REUTERS 
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