sexta-feira, 4 de novembro de 2011

EUA QUEREM INVADIR O PAQUISTÃO


Os EUA aumentam a pressão sobre o Paquistão

rebelion.org
A escalada de guerra imperialista não cessa. Na busca de uma justificação para a manutenção de bases das suas forças armadas no Afeganistão, os EUA elevam a pressão sobre o Paquistão. Quando se fala em que está em preparação um conflito militar na fronteira afegano-paquistanesa, poderia pensar-se que algo de impensável estaria a suceder. Mas pode estar em preparação uma nova aventura de incalculáveis consequências regionais e mundiais.
A visita, sem precedentes, de pesos pesados estado-unidenses encabeçados pela secretária de Estado Hillary Clinton sublinha a arriscada política de submeter a máxima pressão vínculos já muito tensos que os EUA estão em vias de executar. Quando se fala de que está em preparação um conflito militar na fronteira afegano-paquistanesa, poderia pensar-se que algo de impensável estaria a suceder. Washington joga um perigoso jogo na busca de uma justificação para a manutenção de bases das suas forças armadas no Afeganistão.
Numa formulação diplomática cuidadosamente escolhida o ministro das Relações Exteriores  da Índia, S M Krishna, advertiu das consequências devastadoras que teria os EUA e o Paquistão não conseguirem resolver  suas diferenças. Krishna decidiu fazer esta declaração na presença do ministro das Relações Exteriores francês Alain Juppé, na conferência de imprensa conjunta em Nova Delhi. A França acaba de retirar o primeiro contingente de 200 soldados do Afeganistão, iniciando o seu plano de retirada do país. Krishna declarou:
“Isto diz respeito à relação entre duas potências amigas, os EUA e o Paquistão, e o desejo da Índia é que todos os problemas pendentes entre elas sejam solucionados à mesa das negociações e que, dessa forma, seja criada na região uma situação que conduza ao desenvolvimento. Porque seja o que for que perturbe a região terá devastadoras consequências para a agenda de desenvolvimento de outros países, e em particular da Índia. Portanto esperamos sinceramente que possam resolver as suas diferenças.”
Esta declaração representa a mais clara afirmação da Índia, até ao momento, de que as estratégias dos EUA para a região não funcionam, nem invariável ,nem necessariamente em função dos interesses da segurança e da estabilidade regional.
Em segundo lugar, é também o sinal mais claro já dado pela Índia de que não participa na pressão tática estado-unidense contra o Paquistão. A Índia mantém-se claramente afastada do terreno de disputa estado-unidense/paquistanesa e traça o seu próprio caminho em relação ao problema afegão e certamente em relação ao diálogo com o Paquistão.
O fato é que parece que o impensável está a suceder. Cada vez se fala mais em que algum tipo de conflito militar poderia estalar na fronteira afegano-paquistanesa. Com uma candura inusitada, o chefe do exército do Paquistão, Parvez Kiani, admitiu na terça-feira que não excluiria um ataque dos EUA contra o Paquistão. O jornal britânico The Independent citou fontes do exército paquistanês que afirmaram que a crescente concentração de tropas no setor oriental da fronteira afegã têm o significado de uma ação coordenada.
O assunto essencial é qual a vantagem tangível que poderia resultar de uma ação militar dos EUA contra o Paquistão. Um conflito militar sem um objetivo definido e preciso traz sempre consigo o risco de gerar consequências imprevisíveis. Enquanto político que se prepara para uma dura batalha eleitoral, um conflito militar com a participação de tropas estado-unidenses e com prováveis vítimas de guerra não corresponderia aos interesses do presidente Barack Obama.
* O embaixador M. K. Bhadrakumar foi diplomata de carreira do Serviço Exterior da Índia. Exerceu funções na extinta União Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão, Kuwait e Turquia

Sem comentários:

Enviar um comentário